Conhecer os tipos de grãos mais comuns plantados no Brasil e estar a par das melhores práticas para seu plantio são fundamentais para alcançar uma cultura de qualidade e, consequentemente, obter bons resultados na lavoura.
Com essas informações é possível realizar uma avaliação adequada do solo para cada cultura, identificar os nutrientes indispensáveis para o crescimento e desenvolvimento das plantas e escolher o tipo de plantio que melhor se adapte à sua região.
Por isso, elaboramos este material para que você conheça os tipos de grãos comuns no Brasil, confira dados relevantes sobre esses cultivos, além de aprender sobre boas práticas e cuidados necessários. Continue a leitura e amplie seu conhecimento!
Os tipos de grãos mais comuns no Brasil
Primeiro, conheceremos alguns dos principais tipos de grãos no agronegócio brasileiro. Confira!
Soja
Segundo um levantamento divulgado em setembro de 2023 pela Conab, a produção de soja no Brasil alcançou um novo recorde naquele período. De acordo com dados da Conab, houve um aumento de 18,4%, correspondendo a 50,1 milhões de toneladas a mais em relação ao ano anterior.
Esse resultado reflete principalmente o aumento da área plantada, que ultrapassou 78 milhões de hectares, além de um incremento na produtividade dessa agroindústria. E os estados que lideram a produção de soja são Mato Grosso, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.
Milho
O milho também é um dos grãos que mais se consome no Brasil. A demanda doméstica é alta, com uma estimativa de consumo de 84,5 milhões de toneladas ao longo de 2024, segundo dados da Conab. Quando comparado com o mesmo período da safra anterior, o aumento é de 6,1%. Os maiores produtores do grão no Brasil são os estados do Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Goiás.
Em relação à área plantada, segundo informações levantadas pela consultoria Safras & Mercado e divulgadas no site do Globo Rural, a área total de plantio para a safra de 2024 é estimada em 21,12 milhões de hectares. Há, nesse caso, uma redução de 5,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, uma vez que a safra estava no plantio de 21,92 milhões.
Porém, assim como ocorreu com outros cereais e grãos, mesmo com uma área menor, a produtividade permanece em alta, contribuindo para números positivos da produção.
Arroz
A maior parte da produção de arroz realizada no Brasil é para o consumo interno, uma vez que se trata de um dos grãos mais presentes nos pratos dos brasileiros.
De acordo com o levantamento da Conab, a estimativa para a safra de 2024 é de uma produção de 10,75 milhões de toneladas, em uma área de plantio de 1,563 milhões de hectares.
A estimativa é de que a produção conte com um aumento em relação ao período anterior, com 7,2% de acréscimo. Além disso, destaca-se o fato de que a cotação atingiu em dezembro de 2023 o maior valor desde que é medida, com um preço de R$ 127,36 a cada saca de 50 quilos.
Feijão
A Conab também divulgou um panorama sobre a produção de feijão no Brasil. Segundo levantamento feito pelo órgão, foram produzidas cerca de 3 milhões de toneladas em 2023, mesmo com uma área semeada menor.
Essa redução se deve ao alto custo de produção e ao fato de o feijão ser uma leguminosa que oferece certo risco para o produtor. Além disso, a rentabilidade é menor quando comparada com outros produtos, como a soja e o milho.
Os estados que mais se destacam com a produção do feijão são Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso, Bahia e Goiás, representando mais de 50% de toda a produção nacional.
Café
No ano de 2023, a produção agrícola de café no Brasil foi de 54,94 milhões de sacas com peso de 60 quilos, sendo que 37,43 milhões se tratam de cafés da espécie Coffea Arabica e 17,5 milhões de Coffea Canephora.
O primeiro grão refere-se ao café proveniente da Europa, enquanto o segundo representa um importante setor da economia de terras com temperaturas mais altas do Espírito Santo, sendo um café mais amargo.
Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento, Conab, a produção em 2023, quando comparada a 2022, aumentou 8,2%. O órgão afirma que isso aconteceu principalmente devido ao aumento da produtividade.
No país, o principal estado produtor do grão é Minas Gerais, que produziu em 2022 29 milhões de sacas. Isso significa um aumento de 32,1% em relação ao ano anterior.
Ainda segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço, as exportações de café representaram 34,9 milhões de sacas de 60 quilos. Porém, em comparação com 2020, houve uma redução de 4,1%.
Como é feito o plantio
O plantio dos grãos dependerá inicialmente da escolha da cultura e dos materiais utilizados. No entanto, existem boas práticas que se aplicam a todas elas. Falaremos disso a seguir.
Análise do solo
Antes de iniciar qualquer tipo de cultura, é fundamental fazer um diagnóstico do solo para entender se ele é adequado para o plantio. Existem nutrientes essenciais para o crescimento saudável da produção, contribuindo para levar ao mercado um produto de qualidade, ampliando a credibilidade do negócio.
Com base no entendimento de possíveis deficiências no solo, o produtor precisa considerar quais fertilizantes serão necessários para suprir essas necessidades. Alguns dos principais nutrientes que devem estar presentes são potássio, boro, enxofre e fósforo.
Escolha dos fertilizantes
Depois, é preciso considerar as principais recomendações para a escolha adequada dos fertilizantes. Entre as práticas, indicamos especialmente:
- analisar quais são as necessidades específicas da cultura que será plantada, uma vez que cada cultivo conta com as suas necessidades próprias;
- verificar os macro e micronutrientes exigidos para o seu plantio de grãos, considerando principalmente nitrogênio, potássio e fósforo;
- avaliar quais são as formas de aplicação mais indicadas para o tipo de solo;
- certificar-se de que o fertilizante escolhido também seja compatível com as práticas agrícolas adotadas em sua cultura;
- optar por fertilizantes que não ofereçam impacto ambiental.
Manejo de pragas
O manejo de pragas deve ser realizado de forma periódica por contribuir para que a cultura não sofra prejuízos, evitando danos financeiros ao produtor.
Para isso, recomendamos principalmente o monitoramento regular, identificando as pragas logo no início para um controle adequado. Além disso, entender o ciclo de vida das pragas auxilia diretamente no combate eficaz.
Também é indicado alternar as culturas plantadas em um mesmo local, pois essa prática interrompe o ciclo de pragas específicas de cada um dos tipos de grãos. Por fim, recomenda-se utilizar pesticidas e outros produtos para o controle de pragas, mas com uso moderado para prevenir o desenvolvimento de resistência.
Práticas agrícolas que também são recomendadas para o manejo de pragas:
- arar o solo com frequência, contando com um cronograma para melhor controle da produção;
- remover plantas daninhas e demais detritos que estejam presentes no solo;
- realizar uma irrigação correta;
- fazer a fertilização adequadamente, entre outros.
Benefícios desses grãos
Os benefícios do plantio de grãos são numerosos, considerando especialmente os impactos positivos na economia. A agricultura no Brasil é um dos principais pilares econômicos, tanto em termos de exportação quanto no abastecimento da população em geral.
Dessa forma, o cultivo de grãos contribui significativamente para uma balança comercial positiva e tem um papel fundamental na dieta e no consumo humano.
Além disso, o plantio em diversas culturas é indispensável para o desenvolvimento regional, estimulando economias rurais e garantindo emprego e sustento para muitas famílias em todo o país.
Cuidados necessários no cultivo dos grãos
Além de todos os pontos já apresentados ao longo do conteúdo, existem outros cuidados que não podem ser deixados de lado quando nos referimos ao cultivo de grãos. Entre eles, destacamos principalmente:
- realizar a preparação inicial do solo, de modo que o plantio seja feito em uma terra onde não haja competição com as plantas daninhas;
- observar logo no momento de fazer o plantio a umidade do solo, uma vez que é preciso evitar que seja feito em um solo que tenha excesso de água, que traz riscos de compactação e formação de crosta;
- buscar os melhores fornecedores independentemente do tipo de plantio a ser feito;
- avaliar qual é a profundidade de plantio necessária para diferentes culturas. Sementes maiores, por exemplo, podem ter um plantio mais aprofundado, uma vez que é preciso de uma quantidade maior de água para a sua germinação.
O que achou de conhecer um pouco mais sobre os principais tipos de grãos encontrados no Brasil e os seus cuidados necessários para haver um crescimento e desenvolvimento saudáveis?
Como vimos ao longo do material, é necessário que você entenda qual é a cultura que melhor se adapta à sua região e também ao clima e ao solo, além de fazer um monitoramento contínuo do desenvolvimento para um resultado mais efetivo. Assim, será possível ter mais lucratividade e melhor credibilidade no mercado.
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