Muitas situações na nossa vida acabam exigindo adaptações e certas mudanças, e isso não é nada diferente quando estamos falando sobre o mundo automotivo. As mudanças nos padrões de emplacamento dos veículos é um ótimo exemplo disso — você já deve ter ouvido falar, por exemplo, sobre a nova placa Mercosul.
Os motoristas de caminhão mais experientes certamente já tiveram vários estilos de placas e se lembram bem dos famosos modelos amarelos. Acontece que as mudanças estão sempre chegando para inovar e deixar tudo mais tecnológico.
Os brasileiros já estão se acostumando com a presença da placa Mercosul pelas ruas, mas não é todo cidadão que conhece a origem das mudanças e os novos padrões. Por esse motivo, elaboramos este guia completo sobre um assunto tão importante para os condutores. Aproveite a leitura e entenda mais sobre a nova placa Mercosul!
O que é a nova placa Mercosul?
A nova placa Mercosul é a placa de identificação dos veículos. Ela é conhecida assim, pelo padrão Mercosul, por ser semelhante para todos os países que estão no bloco econômico: Brasil, Paraguai, Argentina, Uruguai, Venezuela, Bolívia, Chile, Peru, Colômbia, Equador, Guiana e Suriname.
Isso quer dizer que as PIV (Placa de Identificação Veicular) de todos esses países vão ser padronizadas, sempre seguindo o mesmo modelo e se diferenciando apenas pela nacionalidade.
Por que a placa Mercosul foi criada?
Essa é uma placa que foi criada com o objetivo de padronizar a identificação dos veículos que fazem parte dos países do Mercosul. Já que as combinações dos números da antiga placa estão chegando ao fim, essa foi uma saída bem pensada, uma vez que esse novo modelo permite mais de 450 milhões de combinações distintas, ou seja, 160% a mais que o modelo cinza.
Além disso, essa placa Mercosul acaba facilitando a identificação dos veículos brasileiros em outros países, mantém uma organização e é mais segura.
Quais são os itens da nova placa?
A Placa de Identificação Veicular permanece sendo branca, trazendo o logotipo do Mercosul ao lado esquerdo, uma faixa azul na margem superior, a bandeira do Brasil ao lado direito e, ao centro, a escrita BRASIL, sempre em letras maiúsculas.
Na parte branca, há um QR Code, logo abaixo da escrita Mercosul. Por fim, há o padrão de estampagem modificado, sendo composto por 7 caracteres alfanuméricos.
O que mudou?
As pessoas que já viram as novas placas em automóveis uruguaios e argentinos, ou até mesmo aqui no Brasil (afinal, já são muitos veículos com a nova placa), devem ter notado que as mudanças são consideráveis. Tudo está bem diferente na placa, desde a identificação da nacionalidade de origem, a cor das letras, do fundo até as informações adicionais.
Vale mencionar que a nova placa tem 6 modelos. Da mesma forma que acontecia no sistema anterior, cada modelo indica o tipo de uso do automóvel, mas há uma mudança importante: não é mais a cor de fundo que faz essa distinção. Veja, a seguir, tudo o que mudou na nova placa Mercosul.
Novo sistema de dígitos
As cores mudaram, e vamos falar sobre elas logo mais. Além dessa mudança, teve também outra no sistema de dígitos. Na placa cinza, são 3 letras e 4 números. Nessa nova versão, o padrão é formado por 4 letras e 3 números. Se consideramos que “B” é letra e “1” é número, a placa fica assim: BBB 1B11 (para automóveis) e BBB 11B1 (para as motocicletas).
Cor do fundo da placa
Quando nos deparamos com um automóvel que tem placa vermelha com as letras brancas, já sabemos que é um transporte remunerado, ou seja, um veículo usado para fins comerciais. Isso também acontece com a placa preta, que é usada em veículos de coleção e nos restaurados.
Na nova placa Mercosul, a cor dos dígitos muda conforme o tipo de automóvel, sendo que o fundo sempre será branco. Não precisa ficar preocupado quanto a isso, pois é muito fácil identificar, afinal de contas, o padrão de cores adotado no novo modelo não é muito diferente do antigo.
Veja como funciona esse novo sistema de identificação para não restar dúvidas:
- azul, para automóveis oficiais do governo;
- vermelho, para veículo comerciais;
- verde, para automóveis especiais, como os carros de testes;
- amarelo, para veículos de uso consular ou diplomático;
- cinza, para automóveis de coleção ou antigos;
- preto, para automóveis particulares.
Marca d’água, chip e QR Code
Uma grande preocupação que os órgãos de trânsito têm quando o assunto é a identificação dos automóveis é a facilidade de se adulterar ou falsificar uma placa. Nesse modelo novo, alguns recursos de segurança foram adotados, de modo a dificultar esse tipo de prática e ajudar na fiscalização.
Sabe aquela marca d’água que encontramos no dinheiro? Então, na nova placa tem uma semelhante a essa — sem contar que a placa Mercosul já vem com o QR Code, que pode ser lido por vários aparelhos com câmera, funcionando como um código de barras.
Usando um smartphone, torna-se possível verificar a situação do automóvel rapidamente, garantindo vários benefícios em relação a furtos e roubos.
Você deve estar se perguntando: o que acontece quando essa leitura do QR Code é feita? Várias informações aparecem em um tipo de tabela. São os dados da estampagem, como a UF (Unidade Federativa) onde o emplacamento foi feito, as letras e os números da placa, o dia e o horário que a estampagem ocorreu, e até mesmo se a situação do veículo é ativa ou não.
Além disso, a tabela mostra os caracteres finais do chassi do veículo, modelo, ano de fabricação, marca e o ano do modelo do automóvel. Mas calma, pois não são todas as pessoas que têm acesso a essas informações. Por segurança, o acesso é liberado somente para pessoas que têm cadastro no Denatran.
Por fim, o chip eletrônico é outro item relevante nessa nova placa Mercosul. Ele é bem parecido com o chip usado em estacionamentos e pedágios, por exemplo. Essa é uma ferramenta essencial para diminuir os roubos e, sobretudo, para alertar as autoridades assim que um veículo roubado ou furtado pegar uma rodovia internacional ou cruzar a fronteira do Brasil.
Exclusão do lacre
Quanto ao tamanho das novas placas, não houve nenhuma alteração — isso tanto para os automóveis quanto para as motocicletas. Essa questão foi fundamental para evitar a necessidade de modificar os veículos, por exemplo.
A exclusão do lacre é uma mudança que deve ser destacada. Por causa do uso dos recursos de segurança que citamos, como o QR Code, marca d’água e o chip de identificação, os modelos novos têm muita segurança e são difíceis de serem adulterados ou falsificados. Em função disso, não é preciso ter o lacre de proteção que, anteriormente, era usado nas placas cinzas.
Identificação de cidade, estado e país de origem
As placas antigas trazem as informações relacionadas ao município e ao estado de origem do automóvel. Nas placas novas, o país de origem é destacado, mas o estado e a cidade deixaram de fazer parte das informações presentes na placa.
Inicialmente, as novas placas trariam o brasão do município e do estado, mas o projeto acabou tendo modificações, e as informações passaram a estar disponíveis somente em consulta aos sistemas do Detran.
Ficou assim: a placa Mercosul traz a bandeira do Brasil, o brasão do Mercosul e a inscrição BRASIL na parte superior da placa, deixando de exibir a cidade e o estado.
Quando a nova placa Mercosul entrou em vigor no Brasil?
Como todos sabem, as novidades, antes de chegarem ao Brasil, passam por vários estudos e análises para que sejam efetivamente aplicadas e cobradas da população. Esse é o caso da nova placa Mercosul.
Depois de muitos adiamentos, a nova placa chegou ao país. Foi em 2014 que tudo começou, quando determinaram que a lei entraria em vigor após dois anos, ou seja, em 2016. O prazo, no entanto, acabou sendo adiado para 2017 e, nesse mesmo ano, foi prorrogado novamente, por tempo indeterminado.
Em 2018, o cronograma foi retomado e as placas Mercosul passaram a ser usadas no Rio de Janeiro, seguindo para todos os municípios do país. Posteriormente, o Contran (Conselho Nacional de Trânsito) determinou que, após o dia 31 de janeiro de 2020, a utilização da nova placa passaria a ser obrigatório no Brasil todo.
Desde essa data, o uso tem sido exigido dos motoristas, mas é importante destacar que há casos em que esse uso é obrigatório. No próximo tópico, vamos explicar quais são eles.
Em quais casos é obrigatório utilizar a nova placa?
Desde o ano passado, a nova placa Mercosul é obrigatória para os veículos novos aqui no país. Quando o assunto é veículo usado, a nova placa tem que substituir a antiga nas transferências de propriedade. Sendo assim, ela também é necessária quando o dono do veículo for realizar a mudança de município ou de estado.
Vale lembrar, ainda, que perda/dano, roubo/furto ou mudança de categoria também são algumas ocasiões que exigem a emissão de uma placa nova. Por outro lado, é importante mencionar que aqueles veículos de estados que acabaram adotando a nova placa na fase de testes, com modelos com bandeiras e brasões, não têm que fazer a troca de novo.
Muitos condutores acabaram ficando com dúvidas sobre quais são os veículos que têm que mudar a placa, mas não precisa se desesperar, pois não são todos que têm que fazer a alteração no emplacamento do veículo agora.
De forma resumida, a nova placa Mercosul é obrigatória somente nos seguintes casos:
- primeiro emplacamento do veículo;
- mudança de categoria do veículo;
- segunda placa traseira;
- transferências de propriedade com alteração de localidade;
- alteração do município ou do estado;
- ocorrências de roubo, furto, dano ou extravio.
Uma dúvida que muitas pessoas têm é se é possível ter a nova placa Mercosul mesmo não sendo obrigatório. A resposta é sim: é totalmente possível, pois a troca é permitida mesmo que o caso não se enquadre nos citados. É importante esclarecer que é indispensável que o caminhoneiro faça a vistoria veicular para substituir a placa e que emita o novo CRV (Certificado de Registro de Veículo).
Vale lembrar também que, independentemente de quando a alteração vai ser feita, você não precisa ter preocupação com multas por estar usando a placa cinza. Anteriormente, a regra era que todos os automóveis tivessem a placa nova até 2023, mas essa regra mudou, e somente os veículos transferidos e os 0 km que vão ter essa obrigatoriedade.
Quem tem um automóvel com a placa cinza não terá que fazer a substituição pela nova placa Mercosul. Desse modo, a placa antiga acaba tendo validade por toda a vida útil do veículo, a não ser que o proprietário queira fazer a troca, mesmo que não tenha essa exigência.
É importante prestar atenção, pois não existe mais emplacamento realizado com a placa cinza, até mesmo em casos de substituição. Mesmo assim, algumas empresas acabam ofertando esse serviço de forma online ou fisicamente. Nesses casos, você pode acabar cometendo uma infração gravíssima, tendo que pagar multa — e ainda pode ter o seu veículo apreendido.
É fato que toda mudança acaba gerando certos transtornos, mas quando falamos sobre a nova placa Mercosul, essas situações acabam valendo a pena — pois ela se mostra muito mais completa e segura do que o modelo cinza. Esse, sem dúvidas, é um grande passo para um trânsito mais seguro e organizado.
Quais são as regras?
Como mostramos, agora a nova placa conta com 3 letras seguidas, 1 número, 1 letra e, em seguida, mais 2 números. Um bom exemplo seria a seguinte combinação: BBB 1B11.
Se você precisar trocar seu emplacamento agora, o segundo algarismo vai ser trocado por uma letra, pois é preciso seguir o que o sistema define. Então, uma placa cinza com a combinação BBB 1111 seria mudada para BBB 1B11. Esse novo padrão estipulado determina que cada número antigo da placa corresponda a uma letra. Dessa forma, fica assim:
- número 0 corresponde à letra A;
- número 1 corresponde à letra B;
- número 2 corresponde à letra C;
- número 3 corresponde à letra D;
- número 4 corresponde à letra E;
- número 5 corresponde à letra F;
- número 6 corresponde à letra G;
- número 7 corresponde à letra H;
- número 8 corresponde à letra I;
- número 9 corresponde à letra J.
No caso da compra de um veículo novo, você pode escolher a sequência de números e de letras da placa Mercosul. Nessa situação, o comprador vai receber uma lista com todas as combinações que estão disponíveis, podendo escolher a que vai ser estampada no seu automóvel sem ter que pagar nada a mais por essa escolha.
Onde comprar?
Antes, a compra de uma nova placa era supervisionada pelo Detran de cada estado, mas de acordo com as novas regras estipuladas, agora, são as estampadoras que vendem diretamente aos condutores. O Detran fica responsável apenas pelo registro e pela emissão dos documentos do veículo.
Depois de conseguir todos os documentos necessários, o proprietário do veículo precisa procurar uma estampadora de confiança para realizar o emplacamento, mas ainda fica a cargo do órgão apresentar as empresas que são credenciadas e mostrar a melhor maneira de fazer a substituição da placa.
Como ficará a nova placa do meu caminhão?
Caso você precise mudar a sua placa, o emplacamento novo vai seguir o padrão de uma tabela proporcional para fazer a substituição do antepenúltimo número da placa cinza por uma letra na nova placa Mercosul.
Essa tabela faz a relação dos números de 0 a 9 com o alfabeto da letra A até a letra J. Dessa forma, a placa cinza, que antes estava com 4 números e 3 letras, vai passar a ter 3 números e 4 letras.
Quanto custa?
De acordo com as regras estipuladas pelo governo no ano de 2020, a função de determinar o preço da placa não é dos Detrans estaduais, nem mesmo o processo de emplacamento dos veículos. Então, seguindo as regras, cabe às empresas credenciadas pelo Detran determinar os valores das placas.
São empresas particulares, credenciadas em cada estado do país, que têm a responsabilidade de vender e de instalar as novas placas. Isso significa que quem define os preços é o mercado — não há um controle dos órgãos públicos nem uma tabela de preços a ser seguida.
A recomendação é que o preço seja de, no máximo, R$ 138,24 para caminhão, ônibus e carro, e de R$ 114,86 para as motocicletas. Como são empresas privadas que determinam os valores, pode haver uma variação.
Vale destacar que quem precisa de uma placa Mercosul, seja para substituição da placa antiga, seja para o veículo 0 km, também tem que pagar outras despesas. O laudo de vistoria, por exemplo, também apresenta preços aleatórios, que devem ser pagos às empresas credenciadas. Normalmente, o valor fica em torno de R$ 100.
Desde o ano passado, os Detrans têm responsabilidade somente pelo registro e pelo recolhimento das taxas que se referem à documentação do automóvel. Isso significa que esses órgãos são responsáveis pelo Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV), pelo antigo CRV (DUT) e pela Autorização para Transferência de Propriedade do Veículo (ATPV-e). Hoje me dia, cobra-se aproximadamente R$ 98,91 pela taxa anual de licenciamento e R$ 223,99 pela emissão do registro.
Não se esqueça, ainda, de que, em caso de mudança de propriedade do veículo ou de mudança de domicílio, é necessário quitar multas, débitos de impostos e de seguro obrigatório. Por fim, também é de responsabilidade do Detran cobrar a taxa de personalização dos caracteres da placa Mercosul — um serviço opcional e que pode custar até R$ 106,91.
Como mostramos, não existe um tabelamento de valores definidos pelo Governo Federal, por isso, os preços podem sofrer variações de acordo com a empresa contratada. Pensando nisso, o mais indicado é sempre procurar uma empresa que tenha o preço mais em conta.
Vale lembrar que, no site do Detran do seu estado, você consegue levantar a lista dos locais que são credenciados. É importante saber que as empresas têm autorização para fazer o emplacamento do seu caminhão fora da cidade em que está atuando. Isso é viável caso você não encontre um lugar no mesmo local onde o seu caminhão foi adquirido, por exemplo.
Como realizar a troca da placa do caminhão?
Para fazer a troca da placa do seu caminhão, você tem que emitir o Certificado de Registro do Veículo (CRV), descrito no portal do Detran. Além disso, é necessário buscar as empresas de estamparia que são credenciadas para fazer esse serviço na sua região.
Após pagar a taxa, você terá a placa do seu caminhão confeccionada e inserida no veículo, de forma semelhante ao que já acontecia com a placa cinza.
Resumindo em um passo a passo para a compra e instalação da nova placa, fica assim:
- acessar o site do Detran e pedir a emissão de CRVL e ATPV-e/CRV;
- levar o seu caminhão para a vistoria automotiva, que é necessária para a liberação da documentação;
- conferir a lista de empresas credenciadas e cadastradas para realizar o emplacamento;
- contatar a estampadora, contratar o serviço e pagar o preço cobrado por ela.
É importante mencionar que, embora não seja obrigatório para todo automóvel, o governo brasileiro espera que, daqui alguns anos, toda a frota do Brasil seja migrada para esse modelo novo de placa. Quando isso acontecer, vai ser possível fazer um controle e uma fiscalização mais efetivos, até mesmo dos veículos mais antigos — sem contar que a mudança contribui significativamente para garantir mais segurança para as frotas.
Como você pôde notar, a nova placa Mercosul apresenta várias mudanças em relação ao modelo anterior. É importante ficar claro que o seu uso acaba facilitando muito o processo de fiscalização e ainda garante mais segurança para a frota. O ideal é sempre se atentar às alterações para fazer a adaptação e garantir todos os benefícios.
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