A aquicultura é uma ótima fonte de renda e pode gerar um negócio vantajoso aos criadores, desde que seja feita da melhor forma. A criação de tambaqui é uma das principais, e trata-se do peixe mais produzido na região Norte do Brasil.
Sua grande procura ocorre graças à docilidade, rusticidade, precocidade e adaptabilidade ao manejo dessa espécie. Cabe também ressaltar que a aceitação desse pescado pelo mercado consumidor é o que impulsiona sua produção.
Para iniciar a criação de tambaqui, no entanto, é importante atentar aos detalhes mais básicos do desenvolvimento dos peixes. Suas características, o melhor local para a criação, a alimentação e outros pontos fazem toda diferença. Neste post, você saberá as principais curiosidades sobre a criação do Tambaqui!
As características do tambaqui
Um dos peixes mais simples de serem criados, o tambaqui é uma fonte de renda muito conhecida e cada vez mais buscada dentro da aquicultura. A principal característica dessa espécie é a sua imensa facilidade de se adaptar a diferentes condições de desenvolvimento.
A espécie é de origem de águas doces tropicais, apresentando poucos cuidados necessários para a sua sobrevivência. O tambaqui é muito apreciado na culinária, o que faz com que a sua procura seja alta. Proporcionalmente, os valores de venda também se mostram muito interessantes aos aquicultores.
O desenvolvimento do tambaqui
O ciclo de criação de tambaqui varia de acordo com o sistema utilizado. A lotação das unidades de produção e viveiros escavados, por exemplo, também é um fator que interfere diretamente no tempo de engorda. Outras questões, como a temperatura da água, a estratégia e o manejo alimentar, os cuidados dispensados para a manutenção da qualidade da água também têm reflexo direto na duração desse período.
No entanto, de modo geral, é possível estimar que o ciclo dure entre 8 a 12 meses, desenvolvendo os peixes que atingirão de 1 a 3 kg durante esse período de engorda. Nas criações de 18 meses, os tambaquis podem ultrapassar os 2 kg.
A criação de tambaqui e o que ela exige
Naturalmente, a criação de tambaqui tem necessidades básicas e fundamentais para que a espécie se desenvolva adequadamente, chegando ao peso ideal, conforme definido e aceito pelo mercado consumidor. Os produtores devem seguir alguns cuidados básicos, desde o local de criação até o manejo e a alimentação dos peixes.
Esses parâmetros, quando cumpridos adequadamente, garantem o sucesso do negócio a longo prazo. A seguir, entenda melhor cada um dos pontos de relevância na criação do Tambaqui que todo aquicultor deve se preocupar.
O tanque
O tanque é um dos elementos fundamentais dessa atividade, já que é o local onde tudo acontece. Primeiramente, há a necessidade da elaboração do projeto, em planta baixa, considerando a área onde ele será instalado. Isso permite o estudo da melhor disposição de alguns pontos importantes como:
- disposição dos viveiros;
- sistema de condução da água para abastecimento;
- sistema de coleção do efluente;
- acessos para facilitar a manutenção das unidades de produção e das operações de manejo da criação, sem limitar o trabalho do aquicultor.
A engorda de tambaqui pode ser realizada de diferentes maneiras, e isso está diretamente ligado à qualidade da água, à vazão e ao espaço disponível. Cada peixe deve ter um espaço de 1 m² no viveiro natural escavado, considerando o desenvolvimento saudável e a adoção de uma estratégia alimentar semintensiva.
Além disso, os viveiros devem ter profundidade de, no mínimo, 1,5 m, e taludes com inclinações de 1,5 a até 2m:1m, ou seja, para cada metro de desnível, o talude estende-se por um e meio a até dois metros de distância da borda, na horizontal. Esse detalhe é fundamental para facilitar o momento de subida da rede, no procedimento de captura (ou colheita) dos peixes.
Há duas boas alternativas de sistemas de criação. A primeira, em tanques circulares aéreos, construídos com bolsões de laminado de PVC flexível, reforçados com tecidos fabricados com fios de poliéster de alta tenacidade. Há também os viveiros e tanques revestidos com laminados calandrados simples de PVC flexível.
Eles possuem formulações especialmente desenvolvidas para a produção de organismos aquáticos, proporcionando um ambiente totalmente controlado para a criação, com uma estrutura segura para o desenvolvimento dos tambaquis.
A alimentação
Outro ponto fundamental é o processo de alimentação dos tambaquis. Ele pode ser dividido em 3 fases: inicial, engorda e terminação. Em cada uma delas, é imprescindível que os peixes cresçam adequadamente e, ao final, cheguem ao mercado com o tamanho e o peso ideal para os consumidores.
A base da alimentação dos tambaquis é formulada com ingredientes de origem vegetal, pois o hábito alimentar dessa espécie é omnívoro — o que o capacita para o aproveitamento desses nutrientes em seu trato digestório. O alojamento de uma unidade de produção deve ser feita com alevinos de qualidade, adquiridos de produtores confiáveis.
A saúde dos alevinos deve ser avaliada por profissionais competentes. A sanidade e a genética deles têm influência direta no desempenho do lote e na qualidade dos Tambaquis. Esse cuidado deve ser mantido também no transporte dos alevinos até a unidade de produção.
Quanto à rotina alimentar, o alimento deve ser distribuído por toda a extensão do viveiro. A quantidade diária recomendada deve ser porcionada o maior número de vezes possível ao longo do dia. Isso proporciona o melhor desempenho e uniformidade do lote, já que impede a expressão do comportamento de dominância. Nele, os peixes maiores impedem que os menores tenham acesso ao alimento.
Durante a alimentação, deve ser observado o apetite dos peixes, a rapidez e a voracidade com os quais os Tambaquis respondem à oferta do trato. É importante também que os grânulos de ração sejam ingeridos em, no máximo, 10 minutos.
A água
O primeiro cuidado é escolher uma fonte de água de qualidade. É possível captar a água de superfícies, como os rios, desde que permitido por lei e regularizado junto ao órgão ambiental de sua localidade. Outro ponto crucial é a análise dos parâmetros indicativos da qualidade da água. Isso ajuda na certificação de que ela é própria para a aquicultura.
O acompanhamento periódico
A observação na criação de tambaqui também é um ponto de muita importância. Todos os métodos sugeridos até aqui são os principais e mais recomendados para o sucesso do negócio. No entanto, é preciso avaliar o desenvolvimento dos peixes com frequência, para entender se a espécie está crescendo bem durante todo o ciclo de produção.
Recomenda-se a captura de amostras a cada 4 semanas. Os exemplares avaliados devem ser pesados e medidos para análise do desempenho, cruzando informações sobre a ingestão de ração e o ganho de peso no período.
A proteção necessária para a criação da espécie
Além dos cuidados com a água e as dimensões corretas do viveiro, há a necessidade de proteger a criação de tambaqui de possíveis ataques de predadores, parasitos e agentes infecciosos.
Isso porque eles impedem o desenvolvimento dos peixes, ou seja, a expressão do potencial genético. Há, até mesmo, o risco de morte dos tambaquis — e quando isso não acontece, os tornam impróprios para a venda direcionada ao consumo.
Por isso, os cuidados básicos de manejo da criação são tão importantes. Um dos pontos de destaque e que evita os parasitos é a escolha de alevinos saudáveis e de boa genética. Em alguns casos, os alevinos são portadores do problema e, nesses casos, existe o risco de introduzir parasitas e agentes patogênicos (causadores de doenças) na unidade de produção dos tambaquis.
As rações e dietas devem estar convenientemente balanceadas e adequadas ao modelo de produção adotado. Independentemente do nível de alimentação, as sobras de alimento devem ser evitadas. Isso porque elas podem impactar na conservação e na manutenção da qualidade da água dos viveiros e na sanidade dos peixes, ocasionando parasitoses. Essas doenças, por sua vez, podem comprometer a qualidade do pescado, a ponto de condenar o lote produzido em função do risco de zoonoses.
A criação de tambaqui é uma oportunidade e tanto de negócio e geração de renda na aquicultura, dentro do cenário do agronegócio brasileiro. O mercado é amplo e as exigências são equilibradas, considerando o retorno econômico que os peixes podem trazer.
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Crédito de imagem: https://www.wildscreen.org/arkive-closure/