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Aquicultura: práticas de produção e manejo

Modificado em: junho 14, 2024

A aquicultura é uma oportunidade de negócios valiosa para produtores. Ela é muito interessante para o produtor porque permite uma avaliação rápida do mercado, identificando crescimento da demanda para aumentar a produção sempre que necessário.

Se essa flexibilidade chamou sua atenção, saiba que é preciso conhecer o processo de manejo para ter sucesso nessa atividade. Principalmente porque existem muitos detalhes que influenciam o sucesso desse tipo de criação.

Pensando em facilitar seu entendimento sobre o tema, preparamos um guia com as principais informações sobre o assunto em um só lugar. Confira tudo neste post!

Afinal, o que é aquicultura?

A expressão aquicultura pode ser definida como o cultivo de organismos aquáticos. Mas não se trata do processo agrícola de hidroponia — em que plantas são cultivadas sem terra. Estamos falando da criação de animais ou vegetais que têm nos recursos hídricos seu habitat natural ou que passam boa parte do seu ciclo de vida nesse meio.

Peixes, crustáceos, ostras, mexilhões, algas, moluscos, ranídeos, quelônios e répteis se enquadram nessa categoria. Portanto, o manejo em aquicultura significa que esses produtos não serão mais pescados em rios e mares, passando a ser criados em cativeiro.

Enquanto ciência, esse campo estuda e busca desenvolver tanto técnicas quanto tecnologias para reprodução, alimentação e manuseio desses organismos, ampliando sua disponibilidade — respondendo à demanda de mercado por variedade proteica e segurança alimentar.

Como o cultivo, a produção e o manejo em aquicultura funcionam?

O cultivo em cativeiro das criações da aquicultura pode ser realizado em ambientes naturais ou artificiais. Seu funcionamento começa pela geração de condições ideais para o desenvolvimento da espécie escolhida, com a definição do sistema e a implementação da estrutura adequada para a produção.

Já o dia a dia de trabalho envolve demandas ligadas ao acompanhamento dos fatores que afetam reprodução, crescimento e qualidade, assim como a promoção da nutrição do que está sendo criado. Tais processos requerem a aplicação de técnicas e tecnologias para que o manejo ocorra de modo bem-sucedido.

Quais são as melhores práticas e tecnologias na aquicultura?

Essas tecnologias e técnicas são a base para a aplicação de boas práticas de manejo em aquicultura. Isso inclui um conjunto de aspectos que precisam ser compreendidos para que os produtores maximizem seus resultados. Confira os principais pontos!

Seleção de espécies

Mercado consumidor, rentabilidade, investimento, viabilidade diante das características climáticas ou ambientais, disponibilidade de recursos, logística, rendimento e aproveitamento são alguns aspectos que interferem na escolha das espécies a serem cultivadas.

Ou seja, é preciso fazer uma análise mercadológica, financeira e técnica para tomar essa decisão. Um exemplo do que deve ser considerado é se a produção ocorrerá no mar ou em água doce, já que isso muda todo o processo.

Até a necessidade de tecnologias para compensar a falta de mão de obra pode impactar a decisão sobre o investimento a ser feito.

Técnicas de reprodução

Muito ligado à escolha das espécies está a reprodução para o desenvolvimento da aquicultura que, via de regra, se dá de duas formas. Veja a seguir as duas formas.

Reprodução natural

Não só ovos fertilizados no meio natural, mas os vindos de matrizes que estão em tanques se encaixam nessa categoria. Para ter sucesso com essa possibilidade, é comum a aplicação de técnicas como:

  • simulação das características do habitat no tanque e uso de incubadoras para o desenvolvimento;
  • distribuição de ninhos ou imitações de raízes aquáticas pelo espaço para a desova e posterior coleta;
  • separação dos casais para que permaneçam juntos no período de fertilização, aumentando os resultados.

Reprodução induzida ou artificial

Já a reprodução induzida só ocorre em cativeiro. Ela é considerada artificial à medida que depende da administração de hormônios que estimulam e induzem os processos que levam à desova. 

Alevinagem

Ainda no campo da reprodução, temos a alevinagem. Isto é, a criação e treinamento alimentar de filhotes até que atinjam tamanho e peso semelhantes aos dos adultos de sua espécie.

Nesse caso, o objetivo não é a produção de insumos alimentares via aquicultura, mas a comercialização desses alevinos para que outros produtores os desenvolvam. Tais projetos fazem a seleção genética das matrizes e investem em cuidados sanitários para garantir qualidade. 

Questões como localização e logística também afetam esses empreendimentos, impactando principalmente os preços. Outro aspecto variável desse processo que altera custos é o sistema utilizado para o manejo em alevinagem, que pode ser:

  • intensivo: em um modelo mais caro e tecnológico, que apresenta melhor produtividade;
  • semi-intensivo: com o funcionamento dependente da implementação de medidas de cuidado, monitoramento e prevenção;
  • semiextensivo: apesar da alta mortalidade, conta com o aumento compensatório na estocagem e da qualificação sem demandar um investimento elevado.

Métodos de alimentação

A alimentação é um aspecto que afeta tanto a eficiência quanto a produtividade de empreendimentos de aquicultura. Não à toa, na alevinagem é feito um treinamento alimentar, e até a reprodução sofre efeitos disso. Entretanto, o mais relevante é sua ligação com os custos. 

Assim, para que essa tarefa funcione, muitos elementos devem ser considerados — a começar por como nutrir a criação. Esse ponto conta com alguns métodos em que o tipo de alimento varia. Conheça cada um!

Baseado em proteínas

Essenciais para os tecidos corporais de animais em crescimento, as proteínas concentradas de alta qualidade são uma forma de alimentação que eleva a produção de enzimas, hormônios e aminoácidos pelos indivíduos. 

Com adição de fontes de energia

Fontes de energia, como lipídios, servem para suprir a demanda energética para o funcionamento do organismo e desenvolvimento sem gastar proteínas. Afinal, geram ácidos graxos essenciais e vitaminas.

Modelo misto

A oferta intercalada de uma fonte com maior quantidade de ração ou de uma opção altamente proteica com outra pobre em proteína, ou menor abundância, permite aumentar a eficiência da alimentação enquanto reduz tanto custos quanto perdas.

Sistemas de cultivo

Em termos práticos, os sistemas de cultivo são uma das decisões técnicas mais importantes da aquicultura que afetam desde o meio ambiente até a produtividade. Entenda melhor as opções a seguir!

Extensivo

A criação fica em lagos, represas ou outros ambientes naturais, sem grandes limitações de movimentação dos animais até a captura para a comercialização. Geralmente, esse sistema é utilizado para o manejo de várias espécies ao mesmo tempo. 

Seu custo geralmente é baixo, mas a desvantagem é que o controle das condições não existe ou é bem pequeno. Afinal, alimentação, desenvolvimento e reprodução dependem do que o habitat oferece.

Semi-intensivo

Nesse sistema de cultivo em aquicultura, o espaço no qual a criação se desenvolve também inclui ambientes naturais ou com pouca limitação de movimentação. No entanto, barramentos, redes e outras estruturas inseridas separam os espécimes do restante das populações aquáticas.

Além disso, a alimentação é fornecida pelos criadores, gerando mais controle quanto a esse quesito. 

Intensivo

As estruturas para o manejo da criação são mais controladas e recebem uma maior interferência humana. Sua principal característica é concentrar mais indivíduos no mesmo espaço, geralmente pequenos tanques, aumentando a estocagem.

Por isso, até quando há alimentação natural disponível, ela não costuma ser suficiente, exigindo o uso de rações. Outro elemento é o alto nível de monitoramento e ajustamento necessários, que devem ser realizados por meio de equipamentos ou práticas voltados a adequar o ambiente em prol de maximizar a produtividade. 

Superintensivo

Com a mais alta densidade de povoamento dos ambientes, esse sistema de aquicultura ocupa espaços formados por estruturas artificiais reduzidas, representando o extremo do modelo intensivo. Isso também significa mais necessidade de controle para evitar o desenvolvimento de uma série de problemas, como a redução da oxigenação da água.

Recirculação

Esse sistema trata e reutiliza a água necessária para o manejo das criações, garantindo a qualidade e gerando menos dependência de fontes hídricas naturais. Além disso, diminui o impacto ambiental da sua exploração para alimentar a produção.

Estático

Não há renovação ou reutilização da água, exigindo apenas a reposição das perdas. Trata-se de um modelo que demanda baixa densidade de povoamento dos ambientes, ideal para estabelecimentos com pouca disponibilidade de recursos hídricos.

Renovação 

A água é trocada de forma contínua ou intermitente sem ser tratada e reutilizada. Por causa disso, esse modelo é geralmente implementado onde há farta disponibilidade de fontes hídricas com baixo custo de exploração.

Infraestrutura e equipamentos

Os sistemas de cultivo usados na aquicultura são fortemente ligados à infraestrutura e aos equipamentos utilizados, com mudanças em diversos fatores por causa dessas características. Conheça as opções disponíveis.

Tanque de terra ou viveiro-escavado 

Construídos diretamente na terra por meio da escavação, trata-se de um modelo de viveiro desenvolvido para imitar o ambiente natural das criações de aquicultura. Ainda, é possível revesti-los com geomembrana de PVC para impermeabilizar o solo e, assim, evitar perdas por infiltração.

Em ambos os modelos — com e sem manta —, os tanques podem ter qualquer formato. Todavia, os redondos são os que melhor conseguem simular o movimento da água. Além disso, quando houver revestimento, é fundamental seguir cuidados durante a construção para minimizar riscos de perfuração ou desenvolvimento de gases sob a membrana.

Tanques de alvenaria

Com construção semelhante à de tanques de terra, a opção de alvenaria recobre as paredes e/ou o fundo com cimento, concreto ou argamassa. Via de regra, os sistemas com renovação de água e os intensivos utilizam esse modelo.

Tanques circulares

Formados por reservatórios redondos pré-moldados em materiais como termoplásticos, PVC e poliéster, os tanques circulares podem se assemelhar a piscinas flexíveis. Peixes, ostras e mexilhões são as espécies que melhor se adaptam a essa opção de equipamento para aquicultura.

Tanques-rede 

Instalados submersos no mar, rios, lagos e açudes, esses tanques são uma das estruturas flutuantes utilizadas para a aquicultura. Eles servem de barramento, controle e contenção para as criações, incluindo peixes e camarões, mas mantêm a renovação da água constante, já que são feitos de telas ou redes de materiais flexíveis.

Gaiola flutuante 

As gaiolas são semelhantes aos tanques-rede. Porém, sua estrutura é metálica e menor, podendo ser retiradas da água facilmente para coletar os espécimes que serão comercializados.

Espinel e balsa

Esses modelos são muito usados para o cultivo de mexilhões em lagos, enseadas ou baías marítimas e açudes com baixa correnteza, mas podem se adequar a outras espécies. Ancorados ao fundo, eles têm um formato que pode variar entre varais e treliças flutuantes com cordas ou gaiolas que ficam submersas para que a produção se desenvolva.

Monitoramento ambiental

Temperatura, oxigenação, pH, microbiota e outras variáveis são essenciais para assegurar a qualidade da água usada no manejo em aquicultura. Nesse contexto, o monitoramento ambiental é o primeiro passo.

Em meios artificiais, o controle desses elementos é mais fácil, podendo haver até mesmo a interferência do produtor para regular certas condições. Por outro lado, as criações que estão em ambientes naturais ficam sujeitas às variações climáticas, químicas e biológicas desses ambientes.

Ainda assim, a coleta de amostras e dados não pode ser ignorada em nenhum caso, uma vez que tais características exigem alterações na alimentação, enquanto afetam tanto a reprodução quanto o crescimento. 

Quais são os usos da tecnologia na aquicultura?

Tecnologias têm sido empregadas largamente no segmento agropecuário para otimizar seus resultados nos últimos anos. Isso não seria diferente quando se trata de aquicultura. Pelo contrário, por ser uma produção em água, muitas dessas soluções são a única forma de fomentar determinadas práticas.

Quanto ao controle e monitoramento, há muitos exemplos, desde a aplicação de Inteligência Artificial para dimensionar o tamanho do estoque em modelos de alto povoamento até o uso de sondas para a coleta de amostras em ambientes naturais. As câmeras e sensores conectados por 5G, em uma proposta de Internet das Coisas, também fazem parte dessa tecnologia.

Ainda no campo dos dados, sistemas capazes de realizar a análise das informações e a previsão de cenários futuros para a prevenção de crises ou o aproveitamento de oportunidades facilitam a tomada de decisão.

Na mesma linha, a rastreabilidade se desenvolve a partir de ferramentas que garantem a qualificação e a conformidade dos processos, bem como a detecção da origem e de todas as etapas do cultivo.

Por fim, a automação é uma das tendências tecnológicas que mais tem potencial para crescer nos próximos anos. Nela, robôs, máquinas e softwares são aplicados para:

  • alimentar as criações;
  • recircular a água;
  • acompanhar condições.

A aquicultura é mais que uma alternativa para o aumento da disponibilidade de proteína animal para o mercado consumidor. Trata-se de uma boa oportunidade de negócio para produtores que tanto vão atender a essa demanda quanto vão investir em um segmento qualificado para obter uma maior lucratividade.

Nesse sentido, a tecnologia faz toda a diferença. Descubra quais as principais soluções para a aquicultura e saia na frente!

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