Por si só, a biosseguridade se refere a uma série de procedimentos técnicos que são incorporados para aumentar a segurança na produção de animais. Sua atuação está voltada para a prevenção, a redução ou o controle de problemas patogênicos no sistema de criação.
Na piscicultura, esses cuidados são ainda mais importantes, já que tornam o cultivo dos peixes mais sustentável, tanto do ponto de vista financeiro quanto do ambiental. Para isso, é crucial saber quais são as melhores estratégias e cuidados a serem tomados.
Então, se você quer saber mais sobre a biosseguridade na piscicultura, continue conosco até o fim do post. Aproveite!
O que é biosseguridade na piscicultura?
Aplicar a biosseguridade na piscicultura significa investir naqueles cuidados que impedem o surgimento de doenças ou evitar que elas se espalhem entre os animais. Para que o mercado de piscicultura continue a existir firme e forte, é fundamental que as equipes técnicas desses sistemas produtivos confiram biosseguridade às criações.
Então, pode-se garantir animais com melhor qualidade de vida e, consequentemente, um produto qualificado para o consumidor final. Por outro lado, negligenciar esses cuidados representa riscos sérios, que vão desde a morte de alguns animais até um grave prejuízo aos produtores.
Assim, a biosseguridade é promovida redobrando os cuidados sobre as vias introdutórias das doenças, que podem acontecer por meio:
- do transporte de animais de um tanque para outro, levando a doença de um reservatório para outros peixes;
- da água de abastecimento, que pode estar contaminada por microrganismos de risco para os animais;
- das instalações e da própria estrutura na qual os peixes são criados, que merecem uma higienização cuidadosa;
- dos equipamentos e dos veículos usados para manejar a criação e carregar os insumos que serão usados no tratamento dos peixes;
- de vetores que eventualmente entrem em contato com as instalações, como os pássaros que sobrevoam os criadouros; e
- das pessoas que trabalham direta ou indiretamente com os animais, visitantes e técnicos externos que acessam o local de criação.
Diante disso, você pode ver que são muitos fatores oferecendo riscos para a piscicultura. Assim, é fundamental que seja desenvolvido um bom trabalho de biosseguridade, garantindo um negócio mais sustentável.
Qual a importância da biosseguridade na piscicultura?
Você acabou de ver que a biosseguridade na piscicultura é essencial para manter o sistema de criação de peixes sustentável. Isso é válido do ponto de vista tanto financeiro quanto sanitário e, até mesmo, ambiental. Frequentemente surgem novas doenças nesse sistema de criação e a principal razão para a sua disseminação está na falta de cuidados adequados nos criadouros ou, ainda, no pouco conhecimento disponível sobre as novas patologias.
É muito importante que a biosseguridade esteja estrategicamente entre as prioridades da gestão dos negócios de piscicultura, principalmente para evitar que o crescimento desses patógenos ocorra de forma descontrolada e acabe afetando todo o meio ambiente. Sendo assim, é preciso:
- realizar uma manutenção periódica dos ambientes de criação;
- controlar de perto as infecções e as transmissões de doenças;
- investigar os aspectos patológicos de cada doença;
- evitar a livre circulação desses agentes infecciosos;
- descontaminar completamente os ambientes infectados;
- implantar barreiras sanitárias para o ressurgimento das doenças.
Aumento de salubridade nos espaços de criação
Sobre essa questão, uma das primeiras coisas a se fazer é monitorar a qualidade da água, em relação ao pH, níveis de oxigênio, temperatura e amônia. Na prática, sistemas de filtragem e aeração são importantes nesse sentido, tendo em vista o bem-estar e a segurança dos peixes.
Além de monitorar a água, a biosseguridade passa também pela remoção de detritos, restos de alimentos e fezes dos peixes. Podemos ainda destacar aqui a dieta a ser dada aos animais, tendo em vista evitar justamente esse acúmulo excessivo de resíduos alimentares nos viveiros.
Quarentena e controle de entrada
Se for preciso introduzir novos peixes ao ambiente, é recomendado implementar um período de quarentena. O intuito disso é não permitir que doenças afetem os seres que já estão vivendo ali. Uma das formas de fazer esse controle é por meio de exames veterinários, antes que os novos peixes sejam colocados nos viveiros.
Destacamos, ainda, a importância de não deixar o ambiente superlotado. Afinal, quando o peixe tem dificuldade de locomoção, a tendência é ele ficar estressado, o que tem caráter negativo quando se quer implementar a biosseguridade na piscicultura.
No decorrer do tempo, os patógenos se tornam mais resistentes e difíceis de serem combatidos. Nesses casos, é fundamental que uma estratégia eficiente de enfrentamento seja incorporada. Isso pode ser feito por meio da qualificação das equipes, da inspiração em casos de sucesso e da investigação das doenças.
Uma boa biosseguridade na piscicultura é um fator determinante para a competitividade do negócio e para a consolidação do segmento na economia nacional. Entretanto, para isso, é preciso garantir condições seguras de manter a produção.
Como funciona a biosseguridade na piscicultura?
Dentre os objetivos fundamentais da biosseguridade estão a prevenção de doenças, a sustentabilidade da produção e a segurança alimentar. Sobre as bases do programa, podemos destacar 3 pilares. São eles:
- controle de acesso: restrição do acesso de pessoas não autorizadas nas áreas de produção. Esse cuidado ajuda a evitar a introdução de patógenos externos ao ambiente;
- gestão de riscos: identificação, avaliação e mitigação de riscos potenciais de doenças e contaminação;
- pesquisa e inovação: investimento em pesquisa para o desenvolvimento de novas tecnologias, métodos de diagnóstico e estratégias de biosseguridade mais eficazes.
Além de ser uma questão de sustentabilidade na piscicultura, do ponto de vista ambiental, a biosseguridade também é uma maneira de otimizar a produção e garantir bons resultados para o negócio. Obviamente, isso depende de alguns cuidados específicos, como os que você verá a seguir.
Acompanhe!
Programa vacinal
O programa vacinal é uma etapa crucial para manter os animais protegidos durante todo o ciclo produtivo. Aliás, existe uma alternativa muito eficiente de injetáveis, que são aplicadas em uma única dose e fazem efeito durante todo o crescimento e a engorda dos animais.
Desinfecção das instalações
O cuidado com as instalações também é indispensável. Por isso, é importante desinfetar os tanques com certa frequência, em especial os de sistema intensivo. Isso pode ser feito entre os ciclos de cultivo ou mesmo com uma frequência maior, dependendo da necessidade.
Realização de diagnósticos preventivos
Os diagnósticos preventivos são possíveis por meio de uma estratégia de monitoramento e acompanhamento dos animais, que deve ser feita periodicamente. Assim, sempre que há algum indício de patógeno no tanque, é preciso avaliar. Isso vai permitir uma interferência ágil e eficaz, na maioria dos casos.
Manejo da qualidade da água
A qualidade da água é outro ponto crucial. Além de tomar os devidos cuidados com o tratamento da água, também é preciso observar a capacidade do tanque. Sobrecarregar um criadouro pode comprometer a água, intensificar a quantidade de excreção no local e afetar os níveis de oxigênio.
A produção de peixes é bastante sensível e, por isso, exige um cuidado mais rigoroso. Logo, é indicado que a empresa elabore suas próprias normas internas, uma espécie de guia com boas práticas, sobre como espera que os profissionais conduzam suas atividades.
Com isso, é possível fazer um trabalho preventivo e de longo prazo, evitando a contaminação dos tanques, elegendo alevinos saudáveis, firmando parcerias com bons fornecedores e oferecendo alimentação de qualidade para os animais, por exemplo. Isso, por si só, já evita muitos problemas.
Quais os riscos de não adotar um programa de biosseguridade na piscicultura?
Como um dos objetivos é a sustentabilidade da produção, isso pode ficar comprometido com a não adoção da biosseguridade. Com a falta de controle e gestão sobre doenças e patógenos, a produção de peixes corre um risco real de ficar comprometida.
Não obstante, doenças frequentes nos peixes levam a taxas de crescimento mais lentas, menor ganho de peso e até mesmo morte. Por consequência, pode ocorrer a perda de investimentos, relacionados a estoque de peixes, equipamentos e instalações.
Quando o consumidor final compra o peixe, ele espera colocar na mesa um produto de qualidade. Sem a biosseguridade na piscicultura, a pessoa está suscetível a contrair doenças, decorrentes do não controle de resíduos e patógenos nos ambientes de criação.
Restrições comerciais também acontecem pela falta de biosseguridade. A presença de doenças na produção de peixes pode impedir exportações, bem como diminuir a confiança dos consumidores.
Por fim, existe o risco real de afetar a economia onde o viveiro está inserido. Sem um programa robusto de biosseguridade, a redução da produtividade prejudica aquelas pessoas que de alguma forma se beneficiam do comércio dos animais. Portanto, deixar de aplicar as medidas citadas aqui causa consequências muito sérias; sem dúvida, o investimento em biosseguridade vai sair muito mais barato no médio e longo prazo do que optar pela economia, assumindo os riscos citados.
Como você viu ao longo do post, as medidas de biosseguridade estão relacionadas ao bem-estar dos peixes na aquicultura, por esse motivo, não devem ser negligenciadas. Além disso, elas afetam diretamente a produtividade da criação, o que é fundamental para obter bons resultados com o empreendimento.
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