A aquicultura e a piscicultura desempenham um papel fundamental na economia brasileira. Essas atividades são responsáveis por impulsionar o setor agrícola e alimentar, além de gerar empregos e contribuir para a balança comercial do país. Por isso, é essencial acompanhar de perto os números e tendências dessas indústrias.
Neste material, apresentamos para você os principais dados relacionados aos setores em 2023, além de analisarmos os estados que se destacam na produção de peixes e muito mais! A ideia, a partir desta leitura, é perceber como essas atividades se movimentam e entender por que elas são tão essenciais para a economia brasileira.
Se você quer saber mais sobre o assunto, acompanhe o texto e entenda mais sobre aquicultura e piscicultura!
Como a aquicultura e a piscicultura se movimentaram no primeiro semestre de 2023?
Segundo informações da EMBRAPA, no primeiro semestre de 2023, a aquicultura e a piscicultura no Brasil tiveram movimentos que chamaram a atenção. As exportações de peixes cultivados, embora maiores em cerca de 20% do que no último trimestre de 2022, somaram um total de US$6 milhões.
No entanto, esses números indicam uma queda de 16% no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Isso se refere ao dinheiro ganho com essas exportações.
Além disso, quando falamos da quantidade de peixes exportados em toneladas, essa queda foi ainda mais acentuada, atingindo 31% entre janeiro e março deste ano, quando comparado com os mesmos meses do ano anterior.
Apesar disso, se olharmos em comparação com o último trimestre de 2022, houve um crescimento de 20% nas exportações. Dentre os produtos que foram exportados, os filés frescos ou refrigerados foram os mais populares e tiveram uma demanda significativa.
Entendendo o assunto com especialistas
De acordo com Manoel Pedroza, um pesquisador da área de Economia Aquícola da Embrapa Pesca e Aquicultura, esse cenário tem muito a ver com os preços da tilápia, que é a espécie de peixe mais produzida e exportada pelo Brasil.
O aumento do preço da tilápia no mercado interno é um dos motivos principais para essa queda nas exportações no primeiro trimestre de 2023, já que vender no Brasil ficou mais interessante do que exportar para outros países.
Os preços da tilápia aumentaram consideravelmente no último ano, principalmente em São Paulo, que é uma das regiões que mais produz essa espécie. Por outro lado, os preços da tilápia congelada exportada diminuíram, o que fez com que a exportação fosse menos vantajosa.
Quais são as principais espécies de peixes para produção no Brasil?
A tilápia mantém sua posição como o peixe mais criado na piscicultura brasileira. No ano passado, a produção total em todo o país atingiu a marca de 550.060 toneladas. Isso representa uma parcela significativa de 63,93% de toda a produção nacional de peixes de cultivo.
Além disso, esse volume demonstrou um aumento de 3% em relação às 534.005 toneladas de 2021. Considerando tanto a demanda interna quanto a global, tudo indica que essa tendência de crescimento continuará, e talvez até se intensificar, nos próximos anos.
No entanto, é interessante notar que o Pangasius, também conhecido como Pangá, tem o potencial de se tornar um destaque dentro do Brasil. Isso se dá pelo fato de que o consumo interno do país em 2022 chegou a 28.407 toneladas de filé de Pangasius.
Coincidentemente, essa quantidade é a mesma que o Brasil importa anualmente de filés de panga do Vietnã. Isso sugere que há um mercado interno crescente que pode se tornar uma oportunidade para o crescimento dessa espécie no país, adicionando ainda mais oportunidades na aquicultura e piscicultura brasileiras.
Quais são os principais comportamentos do mercado que valem a pena ser estudados?
É importante lembrar que a maior parte da produção de peixes no Brasil é consumida dentro do próprio país, quase 98%. Apesar disso, o Brasil também é um grande importador de pescado, gastando cerca de US$ 1,4 bilhão em 2022. Isso mostra que o mercado interno é muito relevante para a indústria da piscicultura.
No primeiro trimestre de 2023, os filés frescos ou refrigerados representaram quase metade do valor total das exportações, com quase R$ 2,8 milhões. Já os peixes inteiros congelados foram responsáveis por quase 30% desse valor.
A maioria das exportações de peixes cultivados entre janeiro e março de 2023 foi para os Estados Unidos, representando mais de 86% do valor total. Esse número sobe para mais de 89% quando olhamos apenas para as exportações de tilápia.
Quais são os principais estados brasileiros para produção de peixe?
Na aquicultura e piscicultura brasileira, certas regiões se destacam na produção de tilápia, uma espécie muito cultivada no país. O Paraná lidera com mais de 34% do volume total de tilápia produzido, alcançando 187.800 toneladas em 2022, um aumento de 3,2% em relação ao ano anterior. A Região Sul, à qual o Paraná pertence, contribui com 43,5% do total.
São Paulo ocupa a segunda posição com 77.300 toneladas, um aumento de 1,5% em relação a 2021, contribuindo para os 27,1% da produção total da Região Sudeste, que inclui também Minas Gerais (terceiro lugar) e Espírito Santo (nono lugar).
O Nordeste destaca-se com Pernambuco, Bahia e Alagoas entre os dez maiores produtores, totalizando 100.320 toneladas e crescendo 5,2% em relação a 2021. No Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul como terceiro maior produtor, enfrentou uma queda de 3,2%, produzindo 59.650 toneladas em 2022, mas a perspectiva é positiva para 2023 com a expansão de novas empresas investindo na região.
Como vimos ao longo do texto, nos próximos anos, os setores de aquicultura e piscicultura devem crescer mais. No momento, o Brasil é o quarto maior produtor de tilápia no mundo, mas isso pode mudar em breve. O presidente da Peixe BR, Francisco Medeiros, acredita que em uns três ou quatro anos, estaremos bem próximos de ser o terceiro maior produtor. Vale ficar ligado!
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