A vacinação em peixes ainda é um assunto pouco explorado no manejo entre boa parte dos piscicultores no Brasil. Porém, o tema é considerado de extrema importância no combate a diversas doenças infecciosas, que podem prejudicar as produções e, inclusive, gerar prejuízos incalculáveis ao produtor.
Assim, além de evitar essas enfermidades, as vacinas para peixes funcionam como uma alternativa ao uso de antibióticos convencionais, que podem contribuir para o desenvolvimento de bactérias resistentes.
Se você quer conhecer um pouco mais sobre esse assunto e sobre a vacinação em peixes, não deixe de conferir nosso post até o final e tome nota das dicas que separamos a seguir.
Boa leitura!
O que é e qual a importância da vacinação em peixes?
A vacinação em peixes é uma técnica que visa estimular o sistema imunológico dos animais para que eles possam combater doenças e infecções com maior eficácia.
Assim como acontece com os seres humanos e outros animais, a vacinação em peixes envolve a administração de uma vacina que contém uma pequena quantidade de um patógeno (vírus, bactéria ou parasita) ou partes dele, que foi previamente enfraquecido ou morto.
Essa exposição controlada aos patógenos ou às suas partes estimula o sistema imunológico dos peixes a produzir anticorpos que podem combater a doença. Quando os peixes são expostos a um patógeno real, os seus sistemas imunológicos podem, então, responder mais rapidamente e efetivamente, protegendo-os contra a doença.
Apesar de muitos produtores brasileiros não utilizarem a técnica, a vacinação em peixes é amplamente utilizada em operações comerciais de aquicultura no mundo inteiro e recomendada por muitos especialistas no assunto, visando principalmente reduzir a incidência e gravidade de doenças que podem afetar a saúde e a produtividade dos animais.
Quais são as vacinas para peixes?
Hoje, existem diversas vacinas disponíveis para peixes, cada qual com características e funções específicas dentro da cultura.
Confira as principais delas a seguir:
- vacinas bacterianas: como o próprio nome sugere, essas vacinas protegem os peixes contra infecções bacterianas, como a furunculose, a septicemia hemorrágica e a vibriose. Essas vacinas são feitas com fragmentos de bactérias mortas ou enfraquecidas;
- vacinas virais: tais vacinas para peixes protegem os animais contra infecções virais, bem como a doença da necrose pancreática infecciosa e a anemia infecciosa do salmão. Em geral, elas são feitas com fragmentos de vírus mortos ou enfraquecidos;
- vacinas parasitárias: esse tipo de vacinação em peixes protege o animal contra infecções parasitárias, bem como a infecção por Ichthyophthirius multifiliis. Tais insumos são feitos com fragmentos de parasitas mortos ou enfraquecidos;
- vacinas combinadas: algumas vacinas para peixes contêm proteção contra mais de uma doença. Por exemplo, a vacina contra a vibriose também pode incluir proteção contra a erisipela e a furunculose.
Por fim, a escolha da vacina ideal dependerá do tipo de peixe e das doenças mais comuns em sua produção. O mais recomendado é se orientar com veterinários especializados para determinar qual vacina é a mais adequada para a sua cultura.
Como é aplicada a vacinação em peixes?
A vacinação em peixes pode ser feita por diferentes métodos, dependendo do tipo de vacina escolhida, do tamanho dos peixes e do equipamento disponível.
Para entender melhor, aqui estão algumas das maneiras mais comuns de aplicar a vacina em peixes:
- injeção: a vacina é administrada por meio de uma agulha e seringa, injetando-a diretamente na musculatura do peixe. Esse método é usado principalmente em peixes maiores, como salmão e tilápia;
- banho de imersão: a vacina por imersão em peixes é diluída em uma solução de água e administrada por meio de um banho em que os peixes são imersos por um determinado período de tempo. Esse método é usado principalmente em peixes menores, como trutas e carpas;
- alimentação: a vacina é adicionada à ração dos peixes e é administrada por meio da alimentação. Esse método é usado principalmente em peixes criados em viveiros e tanques.
Independentemente do método utilizado, é importante seguir as instruções do fabricante da vacina e garantir que a mesma seja armazenada e manuseada corretamente antes da aplicação.
Além disso, a aplicação da vacina deve ser feita por pessoal treinado e qualificado, para minimizar o estresse nos peixes e garantir a sua eficácia.
Quais os desafios para a vacinação de peixes no Brasil?
A vacinação de peixes na aquicultura pode apresentar alguns desafios, em especial, no que se refere à infraestrutura necessária e à operacionalidade de algumas técnicas.
Confira:
- variações no tamanho e idade dos peixes: a vacinação em peixes pode ser mais difícil quando os animais variam em tamanho e idade. Isso pode afetar a dosagem e a forma como a vacina é administrada, o que pode impactar a eficácia da técnica;
- diferentes espécies de peixes: as diferentes espécies de peixes possuem sistemas imunológicos distintos, o que significa que diferentes vacinas podem ser necessárias para diferentes espécies. Isso pode aumentar a complexidade e o custo da vacinação;
- equipamentos: para o momento da vacinação é importante ter os equipamentos adequados, como sacolas para transporte dos animais e tanques para acomodar os peixes no processo.
- custos: a vacinação de peixes pode ser cara, especialmente se for necessário vacinar grandes populações. Isso pode limitar a capacidade de alguns produtores de adotar a vacinação em suas operações;
- armazenamento e transporte: as vacinas para peixes devem ser armazenadas e transportadas corretamente para manter sua eficácia. Isso pode ser um desafio em áreas remotas ou em locais com infraestrutura limitada;
- desenvolvimento de novas vacinas: o desenvolvimento de novas vacinas para peixes pode ser um processo demorado e caro, demandando altos investimentos tecnológicos e pesquisas dos laboratórios. Além disso, algumas doenças de peixes podem ser difíceis de prevenir ou tratar com as vacinas existentes.
Apesar desses desafios, a vacinação de peixes é uma estratégia importante para reduzir a incidência e a gravidade de doenças em operações de aquicultura. A adoção de boas práticas de manejo e biossegurança também podem ajudar a minimizar o risco de doenças e a necessidade de vacinação em algumas situações.
Estas são algumas dicas e informações sobre a vacinação em peixes e a sua importância para a piscicultura no Brasil, devendo se tornar uma estratégia cada vez mais comum e recomendada nas produções nacionais.
Se você gostou e quer se inteirar mais sobre o assunto, não perca nosso próximo post e saiba tudo sobre as principais doenças em peixes e como tratá-las especificamente.