O controle de qualidade da ração para peixes é um procedimento de suma importância, mas ineficiente, de certa forma. Isso porque os resultados das amostras demoram dias para sair, além de o custo dessas análises ser bastante elevado.
Todavia, existe uma tecnologia que consegue lidar com os dois problemas: resultados muito mais rápidos e investimento bastante reduzido. Vamos explicar, neste artigo, o funcionamento do controle de qualidade na ração de peixes.
Além disso, falaremos dos impactos da tecnologia nesse procedimento, detalhando como ela permite diminuir substancialmente os custos das análises. Continue a leitura até o final e saiba mais!
Como funciona o controle de qualidade da ração de peixes?
De modo geral, o que norteia as práticas para assegurar o controle de qualidade da ração de peixes é um manual desenvolvido pela Embrapa. Nele, são descritos diversos procedimentos, relacionados, por exemplo, com treinamento de profissionais, calibração dos equipamentos do laboratório e avaliação de métodos analíticos.
Além de dar mais confiabilidade às análises, o material desenvolvido pela Embrapa fornece mais padronização aos resultados. Além disso, ele torna o trabalho de todos mais eficiente, por reduzir os erros e retrabalhos na hora de repassar informações equivocadas aos clientes que procuram pela ração de peixes.
Por consequência, os prejuízos são minimizados, do lado dos produtores, e os peixes são mais adequadamente nutridos. Na prática, é de suma importância que os nutrientes mais abundantes na ração para peixes sejam lipídios, proteínas e carboidratos, nessa ordem. Por meio do controle de qualidade, a recomendação é que o percentual de lipídios seja entre 10% e 20%.
Ração extrusada para tilápias
A tilápia é um peixe abundante nas águas brasileiras, principalmente, na região Nordeste. Basicamente, a extrusão é um processo industrial que consiste em misturar, comprimir e perfilar uma massa, para depois, ser cortada.
Por ser caracterizada por altas temperaturas e pressões, a extrusão aumenta a digestibilidade da ração, de modo que o peixe tenha uma melhor absorção dos nutrientes. Vale, ainda, destacar que a durabilidade da ração passa a ser maior, bem como elimina o risco de contaminação por um patógeno.
Ração peletizada para outros peixes
A peletização costuma ser um processo bastante aplicado na ração para peixes. Contudo, ele é bastante custoso, envolvendo muitas peças de reposição que elevam os gastos com a manutenção.
A ideia básica é produzir um pellet, que corresponde a uma unidade mínima da ração, devendo conter todos os nutrientes necessários na dieta dos peixes. Em outras palavras, a peletização transforma materiais farelados em grânulos ou pellets, mediante tratamentos térmicos de umidade e temperatura.
Qual a importância do uso de tecnologia nesse processo?
Em geral, a tecnologia é aplicada tendo em vista a redução de custos e a agilidade operacional. Como vimos, procedimentos como a peletização são custosos, devido à necessidade de fazer a manutenção das peças de reposição.
Não obstante, procedimentos tradicionais de controle de qualidade usam muitos reagentes, além de custos elevados de mão de obra. Para completar, existe o tempo de análise, que pode levar mais de duas semanas para os resultados saírem e, por fim, a questão dos resíduos que são gerados, tendo em vista o descarte.
Dito isso, o uso de uma tecnologia moderna vai aumentar a quantidade de coletas analisadas, justamente pelo fato de os resultados saírem muito mais rapidamente. Para se ter uma noção, enquanto procedimentos tradicionais entregavam resultados em cerca de dez dias, é possível, agora, obtê-los em menos de um minuto.
Como a tecnologia tem sido utilizada nesse setor?
A técnica empregada para melhorar o controle de qualidade da ração para peixes é o NIR, ou espectroscopia no infravermelho próximo. Vale destacar um dado importante: para quem atua na piscicultura, os gastos com a alimentação de peixes tendem a comprometer quase todo o orçamento.
O surgimento do NIR promove uma economia considerável, de até dez vezes, além de promover maior garantia de segurança para as rações. Sobre isso, vale salientar que houve, recentemente, uma isenção de PIS e Cofins sobre a ração de peixes.
Aliando boas técnicas para conservação de peixes e sistemas de criação de peixes eficazes, certamente, seus rendimentos serão maiores.
Quais razões fazem o custo da análise de qualidade ser reduzido?
O controle tradicional de qualidade da ração para peixes é custoso por várias razões, além das já citadas. A grande quantidade de reagentes empregados faz com que as análises sejam individualizadas, considerando cada parâmetro — é justamente por isso que os resultados tendem a sair dentro de vários dias.
Contudo, o NIR pode reduzir esse custo em até dez vezes. Uma análise tradicional pode custar em torno de R$200,00, mas com o uso do NIR, é possível que esse gasto caia para apenas R$20,00, considerando a manutenção do equipamento e a substituição dos consumíveis.
Como o método de espectroscopia no infravermelho pode ser utilizado?
O pré-lançamento do NIR ocorreu em novembro, em Natal, Rio Grande do Norte. Foram usadas 184 amostras de rações no período de testes, na intenção de desenvolver meios de calibração que possibilitassem prever as propriedades bromatológicas. Em outras palavras, a ideia foi saber o quanto as rações tinham de nutrientes essenciais aos peixes, como lipídios, proteínas e fibras.
Um ponto importante sobre a espectroscopia no infravermelho é que as amostras não precisam de um preparo prévio. Isso torna o procedimento mais rápido, principalmente, em relação aos parâmetros de maior relevância.
O analista responsável por coordenar a pesquisa afirmou que foi necessário fazer as análises químicas por métodos convencionais. A intenção era gerar calibrações robustas com base na correlação entre os dados, de modo a representar do modo mais fiel possível o panorama brasileiro em relação aos peixes. A pesquisa envolvendo o NIR foi financiada por BNDES, Embrapa e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O controle de qualidade da ração para peixes, como vimos, pode se tornar mais barato com o uso do NIR, ou espectroscopia no infravermelho próximo. A solução já foi pré-lançada em novembro, de modo que ela pode reduzir em até dez vezes o custo de analisar uma amostra, na intenção de identificar o teor dos nutrientes essenciais e importantes aos peixes.
Aproveite a visita ao blog para entender quais as melhores práticas para obter sucesso na criação de peixes!