A produção agrícola é uma das maiores responsáveis pela movimentação econômica do país. Mesmo com o Produto Interno Bruto (PIB) do setor agropecuário brasileiro fechando em queda de 4,1%, em 2022, o Valor Bruto da Produção (VBP) está previsto para ultrapassar R$1,3 trilhão no período.
O crescimento é de 2,2% em relação a 2021, provando que as perspectivas do mercado agro para 2023 serão ainda mais positivas. Embora o cenário mundial esteja mergulhado nos rumores de guerra entre a Rússia e a Ucrânia, inflação e a demanda pela produção alimentar em alta, o setor do agro se mostra preparado para os desafios.
Veja as tendências para 2023 e expanda seus horizontes. Boa leitura!
Por que é importante conhecer as perspectivas do mercado agro para 2023?
Entender as perspectivas para o mercado agro em 2023 é uma maneira de se preparar para atuar junto a produtores que estão buscando qualificação e modernização frente aos novos desafios. O produtor rural está assumindo um papel de protagonismo na economia brasileira, e quem quiser acompanhar esse ritmo precisa estar atualizado sobre os acontecimentos.
O agronegócio é um dos setores mais integrados ao cenário internacional. Ele está atrelado a diversas trocas comerciais de importação e exportação, o que traz dinheiro de fora e ainda coloca o país na rota de compra de grandes consumidores.
De acordo com o Coordenador Científico do Cepea, Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros, o Brasil tem relações de exportação significativas. A China, por exemplo, é o nosso principal importador, com cerca de 37% das transações, seguida da União Europeia (15%). Além disso, o faturamento dessas operações vem, principalmente:
- do complexo da soja — 44%;
- das carnes — 16%.
Entender como as perspectivas do mercado agro vêm se comportando é muito importante para compreender como as próximas movimentações podem ocorrer. É, portanto, um meio de se preparar para um ano que promete ser ainda mais dinâmico.
Quais são os números do agronegócio brasileiro em 2022?
Nos últimos anos, tanto a pecuária quanto a agricultura, especialmente a de precisão, apresentaram um cenário favorável para o Brasil. O crescimento dos segmentos gerou renda para os produtores e para milhares de outros brasileiros beneficiados indiretamente pelas operações.
Só no primeiro trimestre de 2022, o PIB brasileiro avançou 1,2% comparado ao ano anterior, com o quarto resultado positivo consecutivo. Contudo, a agropecuária experimentou um recuo de 0,9% no terceiro trimestre do mesmo ano, e isso se deve à queda na produção de soja, que é a maior lavoura do país.
O lado positivo é que o crescimento do Produto Interno Bruto nesse período de 2022 evidenciou que a economia nacional está 3% acima dos níveis de antes da pandemia da Covid-19, registrados no último trimestre de 2019.
Rogério Boueri, chefe da assessoria especial de estudos econômicos do Ministério da Economia, informou que o Brasil desfrutou de um desempenho excepcional em relação aos países do G7 (grupo das sete maiores economias do mundo) e que superou a China nesse período.
Além disso, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia (SPE/ME) aborda que esse cenário comprova que a economia brasileira continua em trajetória de recuperação.
A média de crescimento do PIB em relação ao volume do agronegócio é de 1,6% ao ano, aproximadamente. Enquanto isso, o da agropecuária bate a casa dos 4,7%. Essa diferença se deve, sobretudo, ao baixo desenvolvimento das agroindústrias (0,6%) e ao grande volume da colheita de grãos (7%).
A renda, por sua vez, tem expandido ao ritmo de 0,2% ao ano. O resultado se deve pelo aumento da produção efetiva e queda dos preços de mercado dos produtos dessas atividades. Apesar disso, é esperado que esse padrão se mantenha no ano de 2023.
Quais as perspectivas do mercado agro para o futuro?
De acordo com projeções do (IBGE), a produção brasileira de grãos, cereais e leguminosas em 2023 alcançará o maior nível já visto desde 1975. O volume estimado é de 293,6 milhões de toneladas, o que equivale a um incremento de 11,8% em comparação ao calendário de colheita de 2022.
A tecnologia está sendo cada vez mais incorporada para trazer mais produtividade na agricultura e visão ecológica. Para se ter uma ideia, a produção de grãos, de 1990 até os dias atuais, expandiu a quantidade de terras plantadas em 95%, ao mesmo tempo em que a produção cresceu em 370%, representando quatro vezes a mais.
A projeção é que haverá grande safra não só no Brasil, mas em países como Argentina e outros do continente asiático. Além disso, existem outros aspectos que merecem ser acompanhados de perto, e que abordaremos logo a seguir.
Influência do clima no agronegócio em 2023
Apesar dos efeitos provocados pelo fenômeno La Niña, no Rio Grande do Sul, espera-se que o clima seja mais propício para a produção agrícola no país no início de 2023. Alguns ajustes no plantio da soja e do milho podem garantir resultados promissores para essas e outras culturas.
Preocupação com insumos
Em relação aos insumos, será preciso redobrar a atenção, especialmente, com aqueles provenientes da Rússia ou da Ucrânia. Será necessário articular novas relações internacionais, buscando outros fornecedores qualificados, ou produzir internamente alguns dos insumos mais relevantes para manter as atividades do agro competitivas.
O planejamento da compra de fertilizantes e defensivos, por exemplo, pode ser uma boa estratégia para não depender do cenário externo pelos próximos meses — e talvez até anos. Para tanto, é fundamental estabelecer parcerias comerciais confiáveis daqui para frente.
Afinal, a Rússia foi a principal fonte de adubos e fertilizantes para o Brasil nos últimos anos, seguida pela China, a qual foi responsável por cerca de 14% dos produtos importados, no valor de US$2,1 bilhões, só no ano de 2021. A previsão é que essas estimativas continuem.
Entrada da tecnologia
A tecnologia vem sendo um fator determinante nas perspectivas do mercado agro há algum tempo. No entanto, podemos esperar uma intensificação no uso de equipamentos e dispositivos que aumentem a eficácia operacional na agricultura e na pecuária. Mais ainda, com projeção de safra 2022/2023 histórica, tendo como destaque a produção de 308 milhões de toneladas de grãos.
Entre as tendências tecnológicas, para 2023, terão destaque:
- sensores;
- maquinários autônomos;
- melhor georreferenciamento com dados;
- uso da rede 5G;
- softwares e aplicativos totalmente desenvolvidos para atender ao homem no campo na agricultura de precisão.
Também não podemos esquecer a inteligência artificial, que será cada vez mais inserida nessa nova realidade. Ela proporciona o aumento da capacidade de armazenamento e processamento, além de examinar com precisão as informações inseridas no sistema, produzindo recomendações para melhorar os resultados na gestão.
Empresas do agronegócio em alta na Bolsa de Valores
Outro aspecto que merece atenção são as empresas do agronegócio entrando em alta no mercado de capitais. Muitos produtores podem se preparar para receber o olhar interessado de novos investidores.
As agrotechs e outras empresas interessadas e focadas no segmento podem receber aportes expressivos, investindo em pesquisa, desenvolvimento e inovações para facilitar a vida do produtor rural. Com os olhos fincados no mercado agro, os interessados podem se preparar para explorar um potencial até então deixado de lado.
Esses novos horizontes das empresas pioneiras são demonstrados no Radar Agtech Brasil, criado por meio de colaboração entre Embrapa, SP Ventures, Homo Ludens e apoio do Sebrae. O levantamento teve como foco, dentre outras questões, o mercado de financiamentos do setor — apontando 2022 como ano mais próspero e com ótimas projeções para a década.
Fatores ESG e vantagens competitivas do mercado brasileiro
Quem estiver disposto a olhar com carinho para a questão da sustentabilidade também pode se preparar para receber mais atenção do mercado, seja por parte dos consumidores finais, seja dos investidores ou dos parceiros internacionais. As questões ESG (sigla do inglês que significa governança ambiental, social e corporativa) , nesse sentido, podem abrir novas perspectivas do mercado agro.
O agronegócio brasileiro apresenta muitas vantagens para atrair investidores, incluindo sua alta disponibilidade de inovação na agricultura de baixo carbono, assim como as linhas de financiamento que fomentam esse cuidado e o seu índice de florestas plantadas.
Contudo, de acordo com os dados divulgados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o setor fechará 2022 com queda de 4,28%. Isso ocorrerá devido aos aumentos dos preços dos defensivos agrícolas e fertilizantes causados pela guerra na Ucrânia.
Além disso, o mercado é controlado por grandes empresas, configurando, portanto, um sistema de oligopólio. Isso influencia diretamente o preço e os parâmetros de compra e venda, bem como a grande extensão territorial do Brasil, que ainda pode trazer alguns entraves.
A boa notícia é que a produtividade no setor de grãos continua com avanços impulsionando o nosso país para boas projeções em 2023. O mercado sustentável pode e deve estar entre os objetivos futuros, especialmente, para quem quer expandir as fronteiras e negociar com grandes compradores.
Além disso, ele é uma ótima maneira de aumentar a escala de produção, sem multiplicar os custos na mesma medida.
Com todos esses aspectos que você acabou de conferir, já sabe como contribuir para a economia brasileira por meio do agronegócio, além de estar preparado para as perspectivas do mercado agro. Então, está na hora de aproveitar as oportunidades.
Agora que você já está por dentro das principais tendências para o segmento, que tal conhecer as soluções da Sansuy para o mercado agro?