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Descubra as causas e como controlar a ferrugem da soja

Modificado em: janeiro 27, 2025

A ferrugem da soja é considerada uma das doenças mais graves que afetam essa cultura no Brasil, com potencial para causar perdas significativas na produtividade. Os custos de controle podem pesar bastante no bolso, principalmente se não forem adotadas estratégias e práticas de monitoramento bem definidas.

Para minimizar os impactos, a chave é entender o comportamento dessa infecção na soja e os melhores métodos de combate. Acompanhe as informações a seguir para aprender a monitorar sua área, identificar as condições favoráveis ao desenvolvimento da doença e implementar medidas para proteger sua lavoura! Vamos lá?

Ferrugem asiática da soja

A ferrugem asiática da soja é uma doença provocada pelo Phakopsora pachyrhizi, um fungo que já está disseminado em todas as áreas produtoras de soja no Brasil. 

Detectada pela primeira vez no Brasil em 2001, a ferrugem asiática tem sido objeto de monitoramento e estudos por diversos centros de pesquisa desde então. De acordo com o Consórcio Antiferrugem, essa doença é considerada a mais grave que afeta a cultura da soja, podendo reduzir a produtividade em até 90% caso não seja controlada adequadamente.

Outra espécie do mesmo gênero, a Phakopsora meibomiae, também está presente no Brasil e é conhecida como ferrugem americana. Essa está associada em regiões com clima mais ameno, mas raramente resulta em prejuízos econômicos à cultura.

Característica da ferrugem asiática

A ferrugem asiática gera dois tipos de esporos: uredósporos e teliósporos. Os uredósporos, mais abundantes, são os principais responsáveis pela fase epidêmica da doença.

Essas estruturas têm formato oval, com paredes de 1,0 μm de espessura, densamente cobertas por minúsculos espinhos. Inicialmente apresentam uma coloração translúcida, que evolui para o famoso tom bege para marrom, o que caracteriza o seu nome popular.

O seu ciclo inicia-se com a dispersão dos esporos, que funcionam como “sementes” do fungo, produzidos em plantas hospedeiras durante a entressafra. Os esporos da ferrugem são transportados predominantemente pelo vento. Eles podem deslocar-se até 3 metros por dia, alcançando uma distância de 96 quilômetros em uma semana. 

Fatores que contribuem para a ferrugem da soja

Alguns aspectos devem ser observados com cautela. Acompanhe.

Manejo inadequado

Para que a doença não se instale na sua lavoura, é importante ter atenção no manejo correto. Observe fatores como a irrigação prolongada na superfície foliar, que favorece a germinação dos esporos. Também é importante avaliar a presença de restos culturais entre os ciclos das safras.

Além disso, aplique defensivos conforme as orientações de um engenheiro-agrônomo, para evitar problemas com resistência, seguindo o mecanismo de ação indicado. Detalharemos esse assunto mais adiante.

Plantas hospedeiras

A P. pachyrhizi tem a capacidade de infectar uma ampla gama de hospedeiros, abrangendo cerca de 150 espécies. Embora tenha preferência por leguminosas, ela pode sobreviver em muitas daninhas.

Entre os principais estão o kudzu (Pueraria lobata) e o feijão-caupi (Vigna unguiculata). Recentemente, também foram identificadas como hospedeiras desse fungo a corda-de-viola (Ipomoea nil) e o leiteiro (Euphorbia heterophylla). Além dessas, outras daninhas que abriga o patógeno são:

  • amendoim-bravo (Euphorbia heterophylla);
  • buva (Conyza spp.);
  • capimarroz (Echinochloa spp.);
  • capimcarrapicho (Cenchrus echinatus);
  • caruru (Amaranthus spp.);
  • ramanegra (Conyza bonariensis);
  • serralha (Sonchus spp.);
  • trapoeraba (Commelina spp.).

Clima úmido

De acordo com a Embrapa, sob condições favoráveis, como temperaturas entre 18 °C e 26 °C, associadas a um período mínimo de seis horas de molhamento foliar, os esporos germinam e o fungo invade diretamente a folha, rompendo sua epiderme e colonizando os tecidos internos.

Além disso, quanto mais precoce for a desfolha, menor será o desenvolvimento dos grãos, resultando em perdas significativas no rendimento e na qualidade, incluindo o aumento de grãos verdes.

Monocultura de soja

Como sabemos, a doença precisa de um hospedeiro suscetível vivo para sobreviver e quando há períodos de produção contínua, a infecção acontece continuamente. Por isso que a rotação de culturas (cultivo de outras espécies não hospedeiras) faz toda a diferença.

Adicionalmente, esse fator gera uma pressão de seleção, pois os métodos de controle tendem a ser os mesmos para a cultura, o que aumenta a probabilidade de resistência no fungo.

Dicas de controle da ferrugem da soja

Separamos algumas estratégias comprovadas para que você possa combater a ferrugem da soja e evitar que ela prejudique o seu mercado de grãos. Acompanhe.

Uso de defensivos agrícolas

Os defensivos sítio-específicos empregados no manejo da ferrugem da soja estão divididos em três categorias principais: 

  • inibidores de desmetilação (IDM, conhecidos como “triazóis”);
  • inibidores da quinona externa (IQe, popularmente chamados de “estrobilurinas”);
  • inibidores da succinato desidrogenase (ISDH, ou “carboxamidas”).

Mas para que o controle químico seja eficaz, é preciso utilizar estratégias, bem alinhadas. Uma das principais é a utilização de defensivos com diferentes mecanismos de ação, alternando-os para evitar a repetição de um mesmo princípio ativo, para reduzir o risco de resistência.

De acordo com as recomendações do FRAC (Comitê de Ação à Resistência a Fungicidas do Brasil), as combinações mais eficientes são:

  • estrobilurinas devem ser aplicadas em combinação com triazóis, triazolintionas e/ou carboxamidas, e o controle deve ser iniciado preventivamente;
  • os triazóis e triazolintionas apresentam maior eficácia quando associados a fungicidas do grupo das estrobilurinas;
  • as carboxamidas devem ser sempre utilizadas em conjunto com fungicidas do grupo químico das estrobilurinas.

Faça o vazio sanitário

Trata-se de um intervalo mínimo de 90 dias sem o cultivo de soja ou a presença de plantas suscetíveis no campo. Essa prática contribui para diminuir a sobrevivência do fungo, que depende exclusivamente de plantas hospedeiras vivas para se manter ativo.

A sua principal finalidade é diminuir a quantidade de esporos do fungo, retardando o aparecimento da doença durante a safra. Também contribui na redução da necessidade de aplicações de fungicidas, o que ajuda a prevenir o desenvolvimento de resistência desse patógeno.

Rotação de culturas

Essa estratégia difere da policultura, na qual diversos cultivos são mantidos em uma mesma área. Consiste no plantio alternado de diferentes espécies agrícolas em uma mesma área ao longo do ano. Essa prática é uma grande aliada no combate à ferrugem da soja, pois possibilita o cultivo de espécies não suscetíveis à doença, contribuindo para a eliminação dos focos de infecção.

Portanto, selecione culturas não suscetíveis para essa implementação. Veja alguns exemplos:

  • milho;
  • girassol;
  • sorgo;
  • algodão.

Uso de cultivares resistentes

Variedades de soja tolerantes já estão disponíveis no mercado, desenvolvidas em resposta à pressão sofrida pela resistência de fungos aos fungicidas já presentes. Em 2018, a Embrapa, em parceria com a Fundação Meridional de Apoio à Pesquisa, lançou a variedade BRS 511. Após, em 2021, foi introduzida a variedade BRS 539, que também apresenta resistência ao ataque de percevejos.

Como vimos, a ferrugem da soja apresenta sintomas bem característicos no campo o que torna sua detecção mais fácil. Encontrá-la rapidamente é uma etapa vital para evitar grandes prejuízos na lavoura. Exemplos de medidas incluem o monitoramento regular, o uso de defensivos com diferentes modos de ação, a eliminação de plantas hospedeiras e a aplicação do vazio sanitário.

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