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Como funciona o Plano Safra e quais as tendências para 2022 e 2023

Modificado em: maio 31, 2023

A produção agropecuária demanda investimentos constantes. O Plano Safra, por sua vez, ajuda a fomentar a produção rural brasileira e fornecer todos os recursos que se fazem necessários para que o volume produtivo continue dando conta das demandas.

Sendo assim, é importante estar por dentro do que é esse tipo de plano e como a sua propriedade pode se beneficiar dele, além de entender o que esperar para os anos de 2022 e 2023. Quer saber mais? Então, acompanhe a leitura!

O que é o Plano Safra?

O Plano Safra foi criado em 2003, quando o Governo Federal tentou promover uma medida de fomento ao agronegócio. O objetivo era simples: dar ao produtor rural o acesso ao crédito necessário para que ele investisse no aumento da sua produção, tudo com juros acessíveis e que não comprometessem tanto o orçamento do negócio.

A ideia foi tão boa que o plano continua sendo atualizado todos os anos, com uma validade de julho a junho, justamente para acompanhar o calendário das safras. Além disso, suas políticas incluem crédito, garantia de preços, organização econômica das famílias, serviço de assistência técnica e muito mais.

De acordo com o próprio site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento:

“São diversos programas de modernização, inovação e sustentabilidade, sempre priorizando os pequenos e médios produtores rurais. Na safra 2022/2023, serão disponibilizados R$ 340,88 bilhões. O valor reflete um aumento de 36% em relação ao Plano anterior.”

Então, trata-se resumidamente de um direcionamento de recursos públicos, com a finalidade de financiar e assegurar as atividades principalmente dos pequenos e médios produtores do país.

Como o Plano Safra funciona?

Para ter acesso ao Plano Safra, é importante acompanhar quais são as linhas de crédito disponíveis que se adéquam ao perfil da sua propriedade e atividade. Depois, alguns documentos serão requeridos e só então o dinheiro será disponibilizado, com limites, prazos e taxas de juros de acordo com cada categoria.

O Plano Safra está dividido entre políticas e finalidades distintas. A seguir, você pode conferir algumas delas!

Seguro rural

O seguro rural é um benefício contratado para proteger o produtor e a sua safra das variações climáticas, que é a principal ameaça todos os anos. Já que não é possível prever com clareza as mudanças climáticas, pelo menos dá para proteger os resultados da safra recuperando, no mínimo, o capital que foi investido para a produção.

Apoio à comercialização

A principal política de apoio à comercialização é a Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), que tem por objetivo diminuir os efeitos das oscilações de mercado que deixam o produtor na mão em relação ao preço dos produtos agrícolas. Assim, você garante um preço mínimo para receber pelos produtos, mesmo quando o preço de mercado estiver abaixo dele.

Crédito rural

Essa é a modalidade mais importante dentro do Plano Safra. A ideia aqui é justamente ampliar o potencial de produtividade de uma propriedade, o que pode ser feito por meio de:

  • custeio — em que o governo ajuda com os custos de produção (fertilizantes, sementes, alimentação animal);
  • investimentos — recebendo recursos para ampliar a infraestrutura, o uso de tecnologia ou a disponibilidade de maquinário;
  • comercialização — que permite otimizar as negociações dos produtos oferecendo melhores condições de transporte e escoação da produção.

Quais são as tendências para 2022/2023?

Agora, chegou a hora de entender melhor quais são os pontos focais do Plano Safra 2022/2023 e saber o que esperar desses recursos. Então, é melhor ficar de olho para descobrir como as linhas de financiamento podem beneficiar você!

Priorização dos pequenos e médios produtores

As propriedades de pequeno e médio porte seguem sendo a prioridade do Plano Safra. O objetivo é justamente custear os investimentos no seu desenvolvimento, cobrando uma taxa de juros que seja considerada favorável e não prejudique as finanças do agronegócio.

O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura familiar (Pronaf), por exemplo, vai contar com um aumento de recursos de 36% disponibilizado pelo governo. O Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), terá 28% a mais de recursos também. Tudo isso com taxas de juros que variam de 5% a 8%, de acordo com a categoria.

Adoção de práticas sustentáveis

Outro aspecto que merece atenção é o fomento ao Programa ABC+, que reúne uma série de práticas sustentáveis para recuperar áreas e pastagens degradadas, implementar o sistema ILPF e adotar práticas conservacionistas de produção. São R$ 6,19 bilhões direcionados para isso. Nas áreas de reserva legal e de proteção permanente, os juros para o acesso ao crédito serão de 7% ao ano. Nas demais, 8,5%.

A intensificação desses investimentos é motivo de reconhecimento internacional, graças à implementação de medidas importantes, como o uso de energia renovável no campo. Os programas financiados pelo Plano Safra foram destaque pela Climate Bonds Initiative (CBI) e a ideia é permanecer entre as medidas que mais fazem a diferença.

Desenvolvimento da aquicultura e pesca

A aquicultura e, em especial, a pesca, também estão entre as prioridades do crédito rural. A ideia é fazer com que esse mercado se amplie e de maneira estruturada. Os recursos financeiros são justamente para promover a modernização das atividades de pesca e a inovação nesse setor que ainda é considerado pouco explorado no país.

Se você ainda está se perguntando se o Plano Safra é mesmo importante, saiba que ele é fundamental para possibilitar que pequenos e médios produtores rurais invistam na expansão das suas atividades e na qualificação do seu sistema produtivo. Essa é uma forma de fomentar o desenvolvimento da agropecuária.

Dessa forma, podemos dizer que o Plano Safra é um investimento direto no campo e indireto na economia. Isso porque atividades como a agricultura, a pecuária e até a aquicultura são importantíssimas para o PIB brasileiro e, investir na sua qualificação e ampliação, é investir no crescimento econômico do país.

Consequentemente, isso afeta na capacidade de geração de empregos no campo, na qualificação profissional e na melhor distribuição de renda entre a população rural. Também contribui para o desenvolvimento tecnológico no interior, nas fazendas brasileiras e contribui para que o comércio, em geral, cresça.

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