As energias renováveis estão cada vez mais presentes no nosso cotidiano, para suprir as crescentes demandas pelo consumo consciente. Nesse cenário, o Brasil é um país muito privilegiado por ter uma riqueza de recursos naturais que favorece a sustentabilidade energética.
Principalmente a bioenergia está ganhando popularidade entre os empreendimentos rurais, pois os produtores já perceberam os inúmeros benefícios de iniciativas ecologicamente viáveis para o desenvolvimento econômico das atividades do campo. A agropecuária também desempenha um papel fundamental nesse cenário.
Continue a leitura deste artigo e saiba mais sobre o universo das energias renováveis.
Qual a diferença entre energia renovável e não renovável?
A energia renovável, também conhecida como energia limpa, é aquela proveniente de fontes naturais, abundantes e inesgotáveis. Elas recebem esse nome por serem recursos que se reabastecem continuamente e não se tornam escassos com o passar do tempo, mesmo com o uso constante.
Já as energias não renováveis estão disponíveis apenas em quantidades limitadas e levam longos períodos para se reconstituírem na natureza. Por esses e outros motivos, o seu consumo está relacionado a inúmeros problemas socioambientais, como poluições, desmatamentos, superaquecimento global e até doenças em seres humanos.
São exemplos de energias não renováveis:
- carvão mineral;
- petróleo;
- gás natural;
- energia nuclear.
Quais as principais fontes de energia limpa?
Energia solar
Como o nome sugere, essa é a forma de energia proveniente dos raios solares. Trata-se de uma fonte bastante potente, principalmente em países tropicais em que há alta disponibilidade de sol na maior parte do ano. Apesar de se enquadrar nesse exemplo, o Brasil ainda carece de investimentos que tornem esse tipo de energia mais acessível.
Os painéis fotovoltaicos são os equipamentos que transformam a energia solar em eletricidade, para abastecer desde pequenas residências até grandes indústrias. Normalmente, são instalados no telhado de imóveis para captarem a luz com mais eficiência, sendo que alguns sistemas podem armazenar a energia excedente para o uso posterior em dias nublados.
Outras tecnologias utilizam a radiação solar na produção de energia térmica, que será usada em instalações que precisam de aquecimento, como chuveiros e piscinas, e até em equipamentos de refrigeração. Nesse caso, o calor é dissipado para outros lugares onde ele será reaproveitado.
Energia eólica
A energia eólica é aquela que converte a força das correntes de ar tanto em energia elétrica quanto mecânica. Ela pode ser usada para os mais diversos trabalhos, como trituração de grãos e bombeamento de água, por exemplo, além de abastecer qualquer dispositivo que dependa de eletricidade.
O seu aproveitamento depende dos aerogeradores ou das turbinas eólicas, que são sistemas formados por grandes torres acopladas a pás que se rotacionam conforme a velocidade dos ventos. Eles são instalados em locais com bastante disponibilidade de ventos fortes, que recebem o nome de parques eólicos.
Mesmo usando uma fonte renovável de energia, essas turbinas podem causar interferências nos ecossistemas locais ou em comunidades próximas ao seu local de instalação. Por isso a sua implementação exige estudos rigorosos acerca das características socioambientais de cada região.
Energia hidrelétrica
Essa é uma forma de eletricidade gerada pela força da água dos rios, também conhecida como potencial hidráulico. Essas transformações ocorrem nas usinas hidrelétricas, que são grandes e complexos projetos de engenharia instalados em represas. A energia resultante é então enviada para as companhias de distribuição elétrica em todo o país.
Esse é um método relativamente barato e sustentável de se produzir energia, quando comparado a usinas nucleares ou termoelétricas, por exemplo. Em contrapartida, ele pode causar alguns desequilíbrios na fauna e na flora locais por interferir no fluxo natural dos rios.
As hidrelétricas são as principais geradoras de energia no Brasil, o que é justificável pelo grande potencial hídrico do país. As maiores produtoras do país estão localizadas nos estados do Paraná, Pará e Rondônia, sendo elas:
- Usina Hidrelétrica de Itaipu;
- Usina Hidrelétrica de Belo Monte;
- Usina Hidrelétrica de São Luiz do Tapajós;
- Usina Hidrelétrica de Tucuruí;
- Usina Hidrelétrica de Santo Antônio.
Energia geotérmica
A energia geotérmica, também conhecida como geotermal, é o aproveitamento do calor proveniente das camadas interiores da Terra. Seu uso é mais comum em regiões onde esse recurso está mais próximo à superfície terrestre, como os Estados Unidos, a Islândia, as Filipinas e a Nova Zelândia.
As aplicações diretas são as formas mais comuns de se utilizar a energia geotérmica. Um exemplo disso são as águas termais usadas para o aquecimento de residências, piscinas, criações de peixes, SPAs ou como atrações turísticas. Essa energia pode ainda ser convertida em eletricidade por meio das usinas geotérmicas.
Suas principais desvantagens estão relacionadas ao alto custo de instalação das usinas e ao fato de essa energia estar disponível apenas em regiões muito específicas, geralmente próximas às junções de placas tectônicas.
Bioenergia
A bioenergia se refere às energias renováveis obtidas de matérias orgânicas, as chamadas biomassas. Elas são usadas na produção de eletricidade, combustível e energia térmica, também podendo substituir o petróleo na fabricação de produtos como plásticos e agentes químicos para indústrias, por exemplo.
A biomassa representa um grande potencial de crescimento para os negócios rurais, tendo em vista a sua facilidade de obtenção e o fato de disponibilizar energia limpa em regiões que nem sempre podem contar com fontes convencionais de energia.
Qualquer resíduo orgânico das propriedades pode ser usado para essa finalidade, desde que não contenha produtos tóxicos. As principais fontes são plantas, restos de alimentos, excrementos humanos e de animais, madeira, serragem, carvão vegetal, restos agrícolas, bagaço de cana, lixos domésticos, entre outros.
Como a biomassa é transformada em bioenergia?
A produção de bioenergia se inicia na fotossíntese, quando as plantas capturam e armazenam a energia solar para o seu desenvolvimento. Ao passarem por decomposição, queima ou outros tipos de conversão, essa energia é reutilizada por seres humanos na forma de eletricidade, calor ou gases.
Veja a seguir os principais métodos usados para a obtenção de bioenergia.
Biodigestão
Também chamada de digestão anaeróbica, esse é o processo pelo qual as bactérias decompõem a matéria orgânica na ausência de oxigênio. O resultado disso é um produto gasoso que será convertido em energia para a fazenda e um líquido rico em nutrientes para a fertilização de lavouras.
Esse procedimento é realizado por equipamentos chamados biodigestores, que são compartimentos fechados em que os resíduos permanecem armazenados em condições ideais para a proliferação dos microrganismos anaeróbicos.
A biodigestão é o processo mais usado em propriedades rurais devido a sua praticidade. Hoje em dia, já existe uma variedade de biodigestores que atendem às necessidades de cada empreendimento. Mesmo as fazendas de pequeno porte podem contar com modelos compactos que se adequam perfeitamente a áreas limitadas.
Combustão direta
A combustão direta é um dos métodos mais utilizados para a conversão de biomassa em energia. Como o nome sugere, o procedimento ocorre por meio da queima de resíduos para a geração de calor em instalações residenciais ou industriais. A alta pressão dos vapores também é usada para a produção de eletricidade.
Isso ocorre de maneira similar à queima de carvão, mas com menos impactos negativos ao meio ambiente. Ambos os materiais podem ser usados no que é conhecido por co-combustão, quando dois materiais são queimados em conjunto para a geração de energia.
Gaseificação
Na gaseificação, a biomassa é transformada em produtos gasosos, como hidrogênio e monóxido de carbono, em altas temperaturas sem a necessidade de combustão. O processo é realizado com poucas quantidades de oxigênio e resulta em uma mistura chamada gás de síntese ou syngas, que serve de combustível para máquinas ou para a geração de calor e eletricidade.
Pirólise
A pirólise acontece de forma muito parecida à gaseificação, porém com a exposição a temperaturas mais baixas e na ausência total de oxigênio. A matéria sólida é transformada em líquidos que podem ser usados em máquinas industriais no lugar de combustíveis não renováveis, como o óleo diesel, por exemplo.
Como a bioenergia contribui para os empreendimentos rurais?
Redução de custos
A produção de bioenergia é uma excelente forma de reduzir os custos operacionais das fazendas. A eletricidade que chega ao campo inviabiliza o crescimento da produção, pois a ineficiência do fornecimento resulta em quedas constantes e altas tarifas nas contas de energia.
Além da queima de aparelhos, esse problema causa sérios prejuízos relacionados à mortandade de animais em criações que dependem da energia elétrica. Em uma tentativa de contornar isso, os produtores acabam recorrendo aos geradores movidos a diesel ou gasolina, o que implica em mais gastos com combustíveis altamente poluentes.
A biomassa é a solução ideal para as fazendas porque fornece energia limpa e de qualidade, sem a necessidade de investir quantias exorbitantes. Os biodigestores rurais apresentam um excelente custo-benefício e ainda produzem fertilizantes naturais que dispensam a compra de adubos comerciais.
Fabricação de biocombustíveis
Para além da produção de alimentos, a agropecuária tem uma participação muito importante no mercado de biocombustíveis. Os produtores que desejam diversificar sua produção podem se beneficiar do rendimento extra enquanto contribuem para o setor de energias renováveis.
O etanol brasileiro é fabricado principalmente com a cana-de-açúcar e hoje é um dos biocombustíveis mais populares do país. A partir da década de 1970, ele passou a ter um papel significativo na economia com a instituição do Programa Nacional do Álcool (Proálcool), uma iniciativa governamental para driblar a crise mundial do petróleo.
Outro biocombustível de grande importância para o país é o biodiesel, feito a partir de gordura animal ou óleos vegetais de diversas espécies, como girassol, soja, mamona, milho e amendoim. Todo óleo diesel comercializado atualmente deve conter ao menos 5% da sua versão biodegradável.
Hoje, o Brasil é um dos maiores produtores mundiais de ambos os combustíveis e chegou a bater recordes históricos em 2020, com a produção de 35,6 bilhões de litros de etanol e 3,82 milhões de barris equivalente de óleo de biodiesel.
Preservação do meio ambiente
A biomassa é uma fonte totalmente ecológica de obter energia, mesmo quando isso ocorre por meio da combustão. O dióxido de carbono liberado pela queima de matérias orgânicas é reabsorvido pelas plantas durante a fotossíntese, o que significa que seus impactos no meio ambiente são neutros.
Os combustíveis fósseis, por outro lado, liberam gases de efeito estufa que se acumulam na atmosfera e fragilizam a camada de ozônio. Isso leva a problemas ambientais como o aquecimento global e a escassez de água em regiões que já sofrem com períodos de seca.
As fontes renováveis de energia também são essenciais para o bem-estar da população, pois contribuem para a qualidade do ar que respiramos.
Boas práticas no campo
A energia proveniente da biomassa contribui para a aplicação de boas práticas no campo, uma vez que promove a reutilização de resíduos poluentes provenientes das atividades agropecuárias. Em vez de serem despejados de forma inapropriada na natureza, eles recebem destinações nobres em outras atividades da fazenda.
Os biodigestores contribuem também para a preservação da saúde no campo, uma vez que isola esses materiais de seres humanos e animais. Quando armazenados adequadamente, os restos orgânicos reduzem os riscos de contaminação e a presença de microrganismos causadores de doenças.
Desenvolvimento sustentável
Os investimentos em bioenergia são muito importantes para o crescimento econômico e sustentável das atividades rurais, pois garante a oportunidade de as fazendas gerarem sua própria energia limpa com resíduos que elas mesmas produzem. Isso resolve o problema da escassez de eletricidade no campo e diminui sua dependência de fontes não renováveis.
A produção de biomassa também ajuda a diversificar a renda dos empreendimentos, uma vez que a alta disponibilidade de energia possibilita a abertura de novos negócios. Isso significa novas oportunidades de emprego e maiores chances de os produtores conquistarem seu espaço nesse mercado tão competitivo do agronegócio.
Qual o cenário da energia renovável no Brasil?
O Brasil tem um cenário bastante promissor em relação ao uso de energias renováveis. Não apenas temos uma geografia e climas favoráveis a esses recursos, como também temos umas das matrizes energéticas mais limpas do mundo. Confira a seguir as principais informações sobre o assunto.
Dados sobre o consumo de energia nacional
De acordo com o Balanço Energético Nacional (BEN), realizado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), as fontes renováveis representaram 46,1% da energia consumida no Brasil em 2019. Esse valor é cerca de três vezes maior do que a média global, que equivale a apenas 13,9% do consumo.
Já o aproveitamento de fontes renováveis na matriz elétrica brasileira alcançou incríveis 83% nesse mesmo período, contra apenas 22% no resto do mundo.
O mesmo relatório aponta para uma participação especial da biomassa da cana no contexto das fontes alternativas, cuja oferta correspondeu a 18% das energias renováveis brasileiras em 2019. Em segundo lugar esteve a energia hidráulica, ocupando cerca de 12% da repartição.
Outras fontes de energia limpa no Brasil também incluem:
- lenha e carvão vegetal;
- lixívia;
- biodiesel;
- eólica;
- solar;
- biogás.
Oportunidades de expansão
As hidrelétricas são a principal fonte de energia renovável no Brasil, mas a intenção do setor é explorar novos recursos. A maior expectativa reside no potencial da biomassa de expandir a produção de outros biocombustíveis além do etanol, que hoje só perde para a gasolina no ramo dos transportes.
Porém, a ideia é que as empresas diversifiquem a oferta de energias renováveis para estimular a descentralização do fornecimento. As organizações estão de olho nas oportunidades de crescimento com as energias eólica e solar, e investem cada vez mais em soluções atrativas para os consumidores.
Um exemplo disso são as fazendas de energia solar que oferecem descontos nas tarifas de luz de residências, comércios e indústrias do país inteiro. A proposta desses projetos é viabilizar o acesso às tecnologias fotovoltaicas sem que os consumidores precisem investir em instalações próprias.
Já a energia eólica teve um crescimento expressivo na região Nordeste, que atualmente abriga 80% dos parques eólicos brasileiros, de acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica). Eles foram responsáveis por 88% do consumo de energia na região em 2019.
Quais os maiores desafios relacionados ao uso de energias renováveis?
As energias renováveis enfrentam muitos obstáculos na sua implantação, principalmente no que diz respeito aos impactos socioeconômicos dessas tecnologias. Isso não quer dizer que elas sejam inviáveis, mas sim que são necessários mais estudos que melhorem a eficiência do seu uso.
Fatores econômicos
A questão econômica é um dos principais obstáculos para a adoção de energias renováveis no Brasil, principalmente entre as classes mais baixas e as empresas de pequeno porte. Apesar de representarem uma economia a longo prazo, as infraestruturas exigem altos investimentos iniciais.
Para se ter uma ideia, a instalação de um sistema fotovoltaico para a geração de energia solar gira em torno de 15 mil reais em residências cujas contas de luz são relativamente baixas. Esse valor fica ainda mais alto para famílias que consomem mais energia, já que a potência dos sistemas varia conforme a demanda.
Limitações climáticas
Outro problema relacionado às energias renováveis diz respeito aos riscos financeiros desse tipo de investimento. O fato de serem fontes contínuas não significa que estejam disponíveis 24 por dia e 365 dias por ano, pois cada estação apresenta características climáticas distintas.
Assim, essas tecnologias exigem um planejamento cuidadoso que considere os efeitos da sazonalidade na região. Os sistemas de armazenamento de energia podem ajudar a reduzir esse problema, mas eles também representam custos adicionais ao investimento.
Também é preciso considerar que nem toda localidade apresenta alta disponibilidade de sol, ventos e rios, por exemplo. Mesmo sendo um país predominantemente tropical, a extensa geografia do Brasil faz com que tenhamos uma grande diversidade climática em cada região, que nem sempre é favorável a energias renováveis.
Impactos ambientais
As fontes renováveis de energia são ecologicamente mais sustentáveis que as não renováveis, mas elas ainda apresentam alguns impactos ambientais que merecem nossa atenção. Por dependerem de recursos naturais, essas tecnologias acabam interferindo nos ecossistemas próximos aos locais em que são instaladas.
Os parques eólicos, por exemplo, têm a desvantagem de causarem poluição sonora e ruídos. Eles também enfrentam problemas quanto ao choque de animais e prejudicam os hábitos de voo das aves.
Já a bioenergia esbarra na questão dos desmatamento florestal para a produção de biomassa em larga escala. Apesar do uso frequente de resíduos, essa não é uma matéria-prima adequada para qualquer finalidade e sua quantidade não é suficiente para as demandas nacionais. Isso implica em grandes áreas naturais destinadas a lavouras.
O etanol, particularmente, estimula a expansão de monoculturas para o cultivo de cana-de-açúcar, uma prática desencorajada por especialistas ambientais por favorecer problemas como erosões, surtos de pragas e esgotamento de nutrientes no solo.
Como as empresas podem contribuir para a sustentabilidade dos setores energéticos?
O universo corporativo está buscando maneiras cada vez mais inovadores de suprir as demandas por sustentabilidade. A participação das empresas é fundamental para o mercado de energias renováveis, pois elas dispõem de recursos para o desenvolvimento de novas tecnologias e têm o poder de influenciar a consciência ambiental dos seus públicos.
Você também pode contribuir para esse cenário apoiando instituições que adotam o crescimento sustentável como parte da sua cultura. Além de contribuírem para a preservação ambiental, são elas que se preocupam em criar soluções para a melhoria da qualidade de vida dos consumidores.
A participação da Sansuy
A Sansuy é uma empresa que preza pela consciência ecológica no dia a dia organizacional. Nós temos um portfólio repleto de inovações que auxiliam na preservação ambiental e adotamos políticas internas para reduzir os impactos das nossas operações, como a reciclagem de 100% dos nossos resíduos de PVC e a reutilização do vapor das nossas caldeiras.
Nossa contribuição para o setor energético inclui uma linha de biodigestores que produzem bioenergia a partir do tratamento de resíduos da agropecuária. Os produtos foram desenvolvidos para gerar mais economia, sustentabilidade e bem-estar no campo, e podem ser personalizados para as necessidades de cada empreendimento rural.
Esse investimento melhora a rentabilidade das fazendas, que podem otimizar suas operações ao contarem com fontes confiáveis de energia renovável no campo.
As energias renováveis podem transformar o mundo. Compartilhe este artigo em suas redes sociais e mostre aos seus amigos a importância desses recursos para o meio rural!