O óxido de zinco é um elemento-chave na suinocultura brasileira, pois contribui de forma significativa para a saúde e o crescimento dos animais. No entanto, a busca por práticas mais sustentáveis e ecológicas está em alta, o que leva a uma reflexão sobre alternativas viáveis.
Neste post, abordamos a importância desse material na criação de suínos. Também mostramos maneiras eficientes e ambientalmente responsáveis para substituí-lo. Junte-se a nós nesta leitura para entender melhor essa questão e descobrir soluções inovadoras que beneficiem tanto a saúde animal quanto o nosso planeta.
Como o óxido de zinco é utilizado na suinocultura?
O óxido de zinco é fundamental na suinocultura para enfrentar desafios como a diarreia pós-desmame (CPD) e a doença do edema. É especialmente usado na alimentação dos leitões, pelo fato de ajudar no crescimento e no fortalecimento deles nas primeiras semanas de vida, que são críticas.
Isso porque, quando os leitões são desmamados, eles ficam mais expostos a infecções e distúrbios intestinais. Então, o óxido de zinco entra em cena para fortalecer o sistema imunológico dos animais, melhorar a absorção de nutrientes e prevenir a diarreia após o desmame, que pode prejudicar seriamente o crescimento deles.
Além disso, essa substância tem um papel crucial na prevenção da doença do edema, que pode ser fatal para os leitões. A suplementação na ração com esse composto ajuda a manter os animais saudáveis e contribui para um crescimento mais rápido e uniforme, o que é um grande benefício para os produtores. Assim, com o uso do óxido de zinco, os suinocultores garantem animais mais saudáveis e uma produção mais eficaz.
Mas por que ele foi proibido na Europa?
A proibição do óxido de zinco na Europa tem raízes em preocupações ambientais e de saúde pública. O principal motivo é o impacto ambiental do acúmulo de zinco no solo e nas águas. O uso contínuo e em altas doses dessa substância na suinocultura leva a um excesso de zinco nos dejetos dos animais.
Esses dejetos, quando usados como fertilizantes, podem aumentar os níveis de zinco no solo além dos limites seguros, afetando negativamente a qualidade do solo e das águas subterrâneas.
Além disso, há preocupações com a resistência antimicrobiana. O óxido de zinco é usado em doses que têm efeitos antimicrobianos, o que pode favorecer o aumento da resistência bacteriana. Isso representa um risco significativo para a saúde animal e humana, já que a resistência antimicrobiana é uma grande ameaça à eficácia dos medicamentos atuais.
Por esses motivos, a Europa optou por proibir o uso de óxido de zinco e passou a incentivar a busca por alternativas mais sustentáveis e seguras para a saúde e o meio ambiente.
Essa proibição pode chegar ao Brasil?
A proibição do óxido de zinco na Europa levanta a questão: isso pode acontecer no Brasil? Os benefícios dessa substância são conhecidos, mas, como comentamos no tópico anterior, há preocupações sobre a resistência de microrganismos quando expostos por períodos prolongados a ele.
Por exemplo, em algumas granjas, observou-se um aumento de doenças como a CPD a partir do uso de altos níveis de óxido de zinco. Também há relatos de aumento na resistência de bactérias como E. coli em suínos alimentados com doses elevadas desse mineral.
Além disso, a ingestão de altas doses de zinco aumenta sua excreção nos dejetos. Isso pode levar à contaminação do solo com metais pesados, gerando preocupações ambientais. Na Europa, sem medidas efetivas para gerenciar o acúmulo de zinco no ambiente, decidiu-se pelo banimento gradual do uso terapêutico.
Ainda não sabemos se essa regulamentação chegará ao Brasil ou quanto tempo levará. No entanto, considerando a importância do óxido de zinco na suinocultura brasileira, é vital criar estratégias para substituí-lo, se necessário, e reforçar o controle de doenças como a CPD. Essas iniciativas vão preparar nosso sistema produtivo para uma possível restrição futura.
Como substituir o uso do óxido de zinco na suinocultura?
Substituir o óxido de zinco na suinocultura é um desafio que requer uma abordagem multifacetada. A chave está em encontrar soluções que mantenham a saúde e o crescimento dos suínos, enquanto reduzem os impactos ambientais e a resistência antimicrobiana. A seguir, confira as principais formas de substituição.
Manejo ambiental e sanitário
Melhorar o manejo ambiental e sanitário é fundamental. Isso inclui a higienização adequada das instalações, o controle rigoroso da temperatura e da umidade e uma ventilação eficaz. Ambientes limpos e bem gerenciados reduzem o risco de doenças e a necessidade de suplementos como o óxido de zinco.
Probióticos e prebióticos
Probióticos e prebióticos são opções promissoras. Probióticos, que são microrganismos benéficos, ajudam a fortalecer o sistema imunológico dos suínos. Prebióticos, por outro lado, alimentam as bactérias boas no intestino dos animais. Ambos contribuem para uma melhor saúde intestinal e podem reduzir a incidência de doenças como a CPD.
Fitogênicos
Os aditivos fitogênicos, feitos de plantas, ervas e especiarias, têm demonstrado eficácia na melhoria da saúde e do desempenho dos suínos. Eles podem funcionar como antimicrobianos naturais, além de promoverem a digestão e a absorção de nutrientes.
Ácidos orgânicos
O uso de ácidos orgânicos na alimentação dos suínos também é uma alternativa viável. Eles ajudam a reduzir o pH no trato gastrointestinal dos animais, criando um ambiente menos favorável para bactérias patogênicas e melhorando a absorção de nutrientes.
Vacinação e melhoramento genético
A vacinação contra patógenos específicos e o melhoramento genético focado na resistência a doenças são estratégias de longo prazo com o intuito de reduzir a dependência de aditivos como o óxido de zinco.
A escolha adequada de uma abordagem para substituir o óxido de zinco na suinocultura depende de fatores como condições específicas do local de criação, idade e estágio de crescimento dos suínos e considerações econômicas. Implementar essas estratégias de forma integrada pode ser a chave para uma suinocultura mais sustentável e saudável.
Portanto, a substituição do óxido de zinco na suinocultura brasileira é um passo importante tanto para a saúde dos animais quanto para o meio ambiente. Explorando alternativas como manejo ambiental, probióticos, fitogênicos, ácidos orgânicos e estratégias de vacinação, podemos encontrar caminhos sustentáveis e eficientes.
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