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Nutrição e alimentação na aquicultura: confira principais aspectos

Modificado em: junho 14, 2024

A nutrição na aquicultura é um dos aspectos fundamentais a serem considerados para o crescimento e o desenvolvimento saudável dos animais. Ela vai influenciar diretamente a qualidade do que é produzido, o que reflete nos ganhos e na lucratividade de seu negócio.

Por essa razão, é necessário considerar alguns aspectos próprios da espécie cultivada, entender quais são as boas práticas recomendadas pela literatura científica, assim como avaliar continuamente a saúde dos peixes.

Pensando nisso, elaboramos este material para que você entenda mais detalhes a respeito da nutrição na aquicultura, sua importância, dicas que podem ser adotadas e os problemas que podem surgir caso haja deficiência de alguma vitamina, mineral ou redução de proteína necessária.

Continue a leitura deste texto até o final para saber mais sobre o assunto e melhorar a qualidade da sua criação.

A importância da nutrição na aquicultura

Primeiro, é interessante entendermos sobre a importância da alimentação na aquicultura. O tópico mais óbvio é que, por meio de uma dieta adequada, que use os produtos certos, os animais vão crescendo de forma saudável e ganhando o peso necessário de acordo com as suas características próprias e especificidades.

É preciso considerar qual o objetivo da sua produção, uma vez que isso vai influenciar se há o desejo de desenvolver no animal gordura ou músculo (influenciando diretamente na qualidade do que você coloca no mercado).

Além disso, uma alimentação adequada também afeta os custos e a lucratividade. Ao escolher a ração adequada, não se deve observar apenas o preço; caso contrário, o “barato pode sair caro”.

Também é preciso considerar que cada tipo de animal tem suas exigências próprias, o que leva à necessidade de entender os nutrientes que ele precisa para o desenvolvimento e os produtos existentes no mercado que atendem a essa demanda.

Uma ração adequada ainda vai impactar a qualidade da água. O que não é consumido provavelmente fermentará e, caso não seja um bom material, pode piorar a dinâmica daquele ambiente.

A saúde do animal também é diretamente impactada pela escolha da alimentação. Uma preocupação contínua por parte do produtor evita que haja problemas de formação óssea, que os peixes apresentem cores empalidecidas, além de reduzir os riscos de haver imunodeficiência e comportamento mais apático.

Os hábitos alimentares dos animais aquáticos

Os hábitos alimentares dos animais aquáticos dependem de qual espécie é cultivada em sua produção. Porém, o mais importante de entender é que o tipo de alimentação e a frequência da oferta de ração para peixes ideal dependerão do tipo de criação.

Entenda melhor a seguir.

Criação intensiva

Na criação intensiva, uma das etapas mais importantes é a de engorda e recria. Especialmente nesse período, é preciso oferecer ao animal rações que sejam balanceadas e que contêm a quantidade certa de proteína que a sua espécie exige.

Criação extensiva

A criação extensiva é a mais indicada para quem está começando no ramo da aquicultura. Aqui, a alimentação não deve ser realizada com frequência, pois os animais vão aproveitar da oferta natural que o próprio viveiro tem. O sistema de produção aqui é de baixa intensidade, o que não exige a necessidade de engorda.

Criação superintensiva

Na criação superintensiva, a alimentação precisa ser feita com muita cautela, uma vez que a quantidade de ração oferecida precisa ser medida conforme o peso e ainda considerar os parâmetros da água.

Nutrição e alimentação na aquicultura

A nutrição e a alimentação de peixes, além do sistema de produção que apresentamos no tópico anterior, também vai exigir a análise de outros tópicos que apresentaremos a seguir.

Fase da produção

A fase em que se encontra o peixe influencia diretamente na alimentação e na nutrição (larva, alevinos ou engorda). A quantidade de alimento também varia de acordo com cada uma das etapas.

Espécies

Antes mesmo de começar a produção, o piscicultor precisa estar atento sobre as particularidades da espécie que será cultivada. É necessário lembrar que nem todas se adaptam ao mesmo tipo de alimento ou à mesma quantidade.

Dessa forma, em um mesmo tanque, é preciso fazer a criação de espécies que se desenvolvem bem juntas e que apresentam características similares, mantendo as outras em um espaço separado desse.

A espécie também vai influenciar no controle da água. Para realizar um cultivo adequado, é preciso ajustar a temperatura do ambiente, o pH do reservatório e o manejo realizado.

Alimentos alternativos

Na piscicultura, é importante evitar oferecer alimentos alternativos. Eles contam com mais liberação de resíduos orgânicos, fazendo com que haja piora da qualidade da água nos viveiros.

Com isso, a velocidade de crescimento é reduzida, além de desenvolver no animal maior taxa de gordura e, assim, gerar alterações no sabor dos peixes. Tudo isso reflete diretamente na qualidade do produto oferecido ao mercado e influencia na satisfação de seus clientes.

Oferecimento de proteínas

As proteínas são consideradas os principais nutrientes para que os peixes cresçam e se desenvolvam de forma adequada. Vale reforçar que a quantidade oferecida ao animal deve ser calculada de acordo com o crescimento esperado.

Peixes em suas fases de vida iniciais precisam de mais proteínas. Contudo, à medida que ele cresce, essa quantidade vai sendo reduzida de forma contínua. A temperatura da água no inverno também vai influenciar esse cálculo. Quando está mais frio, o metabolismo é reduzido, o que impacta o apetite dos animais.

Carboidratos, minerais e vitaminas

Quando nos referimos à alimentação e à nutrição de peixes, os carboidratos são os menos exigidos. Algumas espécies, como as carnívoras, não conseguem nem sequer fazer a digestão desse nutriente.

No entanto, minerais e vitaminas são essenciais para uma dieta balanceada, pois influenciam diretamente a formação dos tecidos ósseos e sanguíneos, além de causarem impacto também nos músculos e em processos metabólicos.

Ingredientes e aditivos

Existem três tipos principais de rações que podem ser oferecidos aos animais: paletizada, farelada e extrusada. Entenda melhor o uso de cada uma delas logo abaixo.

Ração peletizada

A ração peletizada, como o próprio nome já diz, passa por peletizadoras durante seu processo de fabricação. Com isso, ela adquire o formato de pequenos cilindros, sendo ótimas para o transporte e com armazenamento mais facilitado devido ao seu volume reduzido.

Durante o processo de fabricação, é importante destacar que há eliminação de alguns compostos tóxicos, o que a torna uma boa opção para oferecer à sua criação.

Ração farelada

Esse tipo de ração é muito comum especialmente em comunidades rurais, uma vez que há muita facilidade e praticidade no preparo. Trata-se de uma ração de fácil manejo, mas que se dissolve facilmente na água e muitos de seus ingredientes desaparecem.

Com isso, há riscos de gerar carência de nutrientes nos animais, o que pode gerar desnutrição e ainda poluir o tanque.

Ração extrusada

A ração extrusada em seu processo de fabricação passa por algumas etapas de aquecimento, alta pressão e umidade. Atingem o tamanho normal em uma extrusora, o que a torna capaz de boiar na água.

Um dos principais diferenciais que pode ser destacado é que esse tipo de ração consegue prover bastante saciedade, podendo chegar a 12 horas, o que contribui diretamente para o manejo.

Manejo da alimentação

O manejo da alimentação exige alguns cuidados específicos. A seguir, explicamos mais detalhes sobre quais são eles. Confira!

Tamanho do grão de ração

A primeira preocupação por parte do produtor está relacionada ao tamanho do grão de ração, que também vai ser diferente de acordo com o tipo da espécie. É preciso analisar o tamanho da abertura de boca de cada espécie, além da fase de vida em que o peixe está.

Peixes maiores também contam com características específicas, pois há o risco de eles demonstrarem desinteresse se o tamanho do grão for muito menor que o da abertura da sua boca.

Quantidade

Ao longo do material, mencionamos algumas vezes a respeito da fase da vida do peixe. A quantidade oferecida vai depender da sua etapa de crescimento, além de considerar o seu tamanho (se é uma espécie de grande ou de pequeno porte) e também a voracidade da produção.

No que diz respeito à qualidade da água, caso ela não esteja com pH normal ou não ofereça o oxigênio suficiente para o animal, há o risco de o peixe ter a saúde prejudicada. Com isso, ele vai consumir menos alimento, o que não é positivo para a sua saúde, mas que vai influenciar no volume que é jogado no tanque.

Armazenamento

Quando falamos do manejo, não podemos deixar de lado os cuidados necessários para o armazenamento da ração. Entre eles, devemos considerar:

  • opte por um local seco e ventilado para fazer o armazenamento, em um espaço que esteja longe da luz e do acesso de outros animais, principalmente roedores;
  • faça prateleiras para o armazenamento dos sacos, evitando contato com o chão e as paredes para que o alimento não absorva nenhum tipo de umidade;
  • tenha atenção quanto à altura das pilhas, normalmente recomendadas nas embalagens pelos fabricantes;
  • faça alterações no armazenamento conforme você perceba que a qualidade vem sendo impactada, uma vez que a forma como a ração é guardada pode fazer com que os grãos se quebrem, por exemplo.

Sinais que evidenciam problemas na nutrição e alimentação na piscicultura

A alimentação do peixe precisa sofrer alterações caso você perceba que há qualquer problema de saúde do animal. Existem alguns sinais, inclusive, que evidenciam que há algo de errado com o que é oferecido em sua criação. Entenda a seguir.

Deformidade na coluna vertebral

O primeiro deles é a deformidade na coluna vertebral, que é um sinal claro de falta de nutrição. Quando o alimento oferecido ao peixe não conta com todas as vitaminas, minerais e nutrientes necessários para o seu desenvolvimento, a deficiência de aminoácidos vai impactar diretamente a sua coluna.

Outros aspectos que também podem aparecer nesse caso são os problemas de peso, perda de resistência das escamas e emagrecimento excessivo.

Outros problemas ósseos

A deformidade na coluna vertebral não é o único problema ósseo que pode surgir no animal se houver qualquer deficiência em sua alimentação. Podem aparecer, ainda, casos de escoliose, lordose e também o amolecimento dos ossos do crânio. A falta de cálcio é a principal deficiência que gera essas consequências.

Distrofia muscular

O peixe que apresenta deficiência de vitamina E pode apresentar ainda distrofia muscular. Esse tipo de problema impacta diretamente o seu crescimento. Outra consequência mais grave dessa ausência de vitamina é o aumento do índice de mortalidade.

Anemia

Trata-se de uma doença que ocorre devido à ausência ou redução dos níveis de ferro. Normalmente, esse tipo de problema é identificado quando os animais apresentam uma cor mais clara.

No entanto, outros aspectos também influenciam no desenvolvimento da doença, como a falta de oxigênio adequado ou uma iluminação insuficiente no tanque.

Problemas nas nadadeiras

Por fim, problemas nas nadadeiras também podem ser causados por uma alimentação inadequada. Esses problemas ocorrem geralmente quando há pouca vitamina C disponível na nutrição.

Impacto ambiental da alimentação dos animais aquáticos

Como você viu ao longo da leitura deste texto, a alimentação adequada também reflete na qualidade da água e na dinâmica do ecossistema. Isso porque nem sempre a ração pode ser consumida 100% por parte do animal, gerando resíduos no ambiente.

Por isso, quando o produto não tem boa qualidade, todo o local pode ser afetado, uma vez que se altera o pH da água, além de impactar a vegetação presente no tanque. Ou seja, a saúde na piscicultura é afetada tanto pela ausência dos nutrientes adequados quanto pelo ambiente no qual o peixe cresce e se desenvolve.

Neste conteúdo, você pôde entender um pouco mais sobre a nutrição na aquicultura e a influência que ela exerce para a saúde dos animais, além de conferir mais detalhes a respeito das boas práticas. Ter esse conhecimento é essencial para que você tenha mais lucratividade e mais credibilidade no mercado, afetando os resultados de forma imediata.

Este material foi útil para ajudar no manejo da sua criação? Se você deseja conferir outras informações a respeito da piscicultura, é só acessar o nosso blog para ler todas as dicas e novidades sobre o tema.

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