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Logística internacional e gestão da cadeia de suprimentos: como funciona

Modificado em: setembro 25, 2024

Quando falamos de comércio exterior, a logística internacional e a gestão da cadeia de suprimentos gestão são vistas como algumas das peças-chave no processo de coordenar o fluxo de mercadorias, bem como informações e serviços entre países e regiões ao redor do mundo.

Mas para que toda essa engrenagem funcione, é preciso ficar atento a cada detalhe. Isso vai muito além de conhecer os principais modais de transporte — envolve um planejamento estratégico focado na máxima eficiência econômica, na gestão de riscos e desafios. Além de tudo isso, deve-se considerar a importância da sustentabilidade nesse contexto e como adaptá-la para manter a competitividade no mercado.

Para trazer uma visão mais aprofundada desse cenário, convidamos Tony Brito, diretor comercial de produtos manufaturados e exportação da Sansuy, para nos mostrar as principais perspectivas da área, bem como sobre as estratégias de análise de dados para uma gestão mais acertada na logística internacional e aduaneira. Acompanhe!

O que é logística internacional e sua importância?

A logística engloba uma série de atividades voltadas para agregar valor, com o objetivo de otimizar o movimento de materiais desde a origem até o consumidor final.

Tony também detalha que esse aspecto garante o fornecimento nas quantidades corretas e de forma apropriada, o que preserva sua integridade, com um custo competitivo e no menor tempo possível. Além disso, busca atender plenamente as necessidades do cliente, fornecendo um fluxo contínuo de informações precisas e atualizadas.

As operações de logística internacional envolvem uma série de atividades e processos que garantem o transporte eficiente de mercadorias entre diferentes países. São operações são mais complexas do que a logística doméstica, pois incluem a gestão de regulamentações internacionais, diferentes modos de transporte e o cumprimento de normas alfandegárias. Abaixo estão os principais elementos que englobam as operações de logística internacional:

1. Transporte Internacional

2. Gestão de Documentação

3. Desembaraço Aduaneiro

4. Armazenagem e Distribuição

5. Seguros e Gerenciamento de Riscos

6. Gestão de Fornecedores e Parcerias

7. Tecnologia e Sistemas de Informação

8. Compliance e Normas Internacionais

9. Logística Reversa Internacional

10. Planejamento e Estratégia

Como entra a gestão de cadeia de suprimentos nesse cenário?

A gestão de cadeia de suprimentos na logística internacional, planeja, coordena e controla todas as atividades envolvidas no fluxo de informações ao longo de toda a cadeia, desde a aquisição de matérias-primas até a entrega do produto final ao consumidor.

Ou seja, de início, ela avalia o direcionamento estratégico dos modais de transporte (como o aéreo, marítimo, rodoviário e ferroviário) e o armazenamento, com o objetivo de minimizar custos, reduzir prazos de entrega e garantir a integridade das mercadorias em trânsito. Em seguida, ela atua na gestão do inventário global para que haja equilíbrio entre oferta e demanda, evitando tanto o excesso quanto a falta de produtos.

A gestão da cadeia de suprimentos também é responsável por garantir o cumprimento das regulamentações internacionais, incluindo o pagamento de tributos e a conformidade com os padrões de segurança.

Por fim, com um gerenciamento da cadeia, o rastreamento se torna mais acertado, proporcionado por tecnologias como ERP e RFID, que facilitam o fluxo de informações e o acompanhamento do destino de cada carga.

Não é mais segredo que a logística internacional é uma das bases mais importantes para a movimentação econômica no Brasil. Para ilustrar, podemos citar os dados dos Correios e da Receita Federal mostram que as compras internacionais de até US$ 50 aumentaram 35% em 2023 no país. No total, 207 milhões de pacotes foram processados pela Receita Federal.

Modos de transporte internacional e papel dos operadores logísticos

Como sabemos, o transporte internacional facilita o fluxo de pessoas, mercadorias e ideias por meio das fronteiras. Ele abrange diversos modais de transporte, como aéreo, marítimo, rodoviário e ferroviário, cada um atendendo a necessidades específicas. Vamos explicar como cada uma atua no Brasil.

O transporte rodoviário de cargas internacionais visa assegurar o fluxo e a entrega de mercadorias entre diferentes países, principalmente os vizinhos como Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Peru, sendo usado especialmente para produtos agrícolas, cargas industriais, combustíveis, a granel e produtos têxteis etc. Sendo, no Brasil, o principal modal utilizado.

Por outro lado, o transporte aéreo é, em geral, o meio mais eficiente para viagens que exijam rapidez na entrega. Os aeroportos funcionam como portas de entrada para o mundo, além de ser um verdadeiro intercâmbio cultural. Ele é recomendado para produtos perecíveis, como a floricultura e itens de alto valor agregado.

Inclusive, a carga aérea é responsável pelo transporte de mercadorias mais frágeis, perecíveis e entregas urgentes entre continentes, apesar das variações nos preços do frete. Só em abril de 2024, a demanda por carga subiu 11,7%.

Já o transporte marítimo é o principal modal utilizado no comércio internacional. Ele possibilita o transporte de grandes quantidades de mercadorias, como matérias-primas, produtos acabados e commodities. Os portos funcionam como centros para o embarque e desembarque de cargas, enquanto as rotas marítimas conectam nações e continentes, formando extensas redes comerciais.

Por fim, as ferrovias oferecem vantagens como o baixo custo de frete e manutenção em comparação com outros modais. Além disso, a ausência de pedágios, a menor incidência de roubos e acidentes e a capacidade de transportar grandes volumes por longas distâncias tornam o transporte ferroviário altamente eficiente. 

No entanto, o Brasil enfrenta um déficit nesse modal, com o transporte rodoviário, realizado por caminhões, sendo muito mais utilizado. A falta de interesse por parte do setor público resultou na limitação de investimentos e incentivos para a construção e manutenção de ferrovias.

Operadores logísticos como peça-chave

Como os operadores logísticos atuam entre os fornecedores e os clientes finais, a infraestrutura fornecida por eles varia conforme o tipo de atividade que será realizada para o cliente. Por exemplo, um operador que trabalha apenas no território nacional não será o mesmo que gerencia cadeias de suprimentos internacionais. Além disso, as operações serão distintas de acordo com o porte do operador e a quantidade de centros de distribuição que ele administra.

Eles se classificam em cinco categorias:

·        1PL (First Party Logistics): logística primária, a empresa é responsável em todo o processo, sendo todas as atividades cuidadas internamente pelos colaboradores. Não há terceirização do serviço logístico.

·        2PL (Second Party Logistics): logística secundária, empresa terceiriza o transporte / entrega ou armazenamento das mercadorias

·        3PL (Third Party Logistics): terceirização do processo logístico, os provedores logísticos se responsabilizam desde em manter a mercadoria organizada em seus depósitos até a entrega ao destinatário final, sendo responsável por gerenciar a cadeia logística da empresa.

·        4PL (Fourth Party Logistics): possui características do 3PL agregando uma gestão mais ampla das operações, incluindo contato, gestão e monitoramento dos fornecedores. O 4PL é responsável por otimizar toda a cadeia logística e garantir que todos os parceiros estejam trabalhando de forma integrada.

·        5PL (Fifth Party Logistics): com foco no atendimento de empresas e-commerce, o provedor logístico é focado na redução de gastos e na implantação de ferramentas de tecnologia para otimização dos processos e redução dos custos.

Como a sustentabilidade pode ser incorporada no transporte logístico?

Tony destaca que a sustentabilidade tem se tornado foco central na logística internacional e na gestão da cadeia de suprimentos, fazendo com que as empresas busquem reduzir suas emissões de carbono e optando por parcerias com empresas comprometidas e engajadas com as questões ambientais.

“Como exemplo, podemos citar a contratação de empresas marítimas que cumprem com a normativa IMO 2020 da Organização Marítima Internacional (IMO) para redução das emissões de óxido de enxofre dos navios, tornando um critério indispensável no momento da contratação. “, afirma Tony.

Outro exemplo, é a busca por fornecedores que sigam práticas sustentáveis e que tenham certificação ambiental, como a ISO 14001, sendo considerado um diferencial competitivo no momento da contratação.

Riscos e desafios na gestão da cadeia de suprimentos internacional

As flutuações econômicas podem afetar diretamente os custos de transporte, o valor das matérias-primas e a disponibilidade de fornecedores. Em períodos de alta inflação, os custos operacionais podem aumentar, enquanto em tempos de recessão, poderá ser reduzida a demanda, ocasionando a diminuição das rotas de transporte, resultando em atrasos e desabastecimentos.

Confira outros riscos que enfrentamos com a logística internacional.

Complexidade regulatória e aduaneira

Os processos aduaneiros e regulatórios apresentam barreiras significativas para empresas que atuam no comércio internacional. Cada país tem suas próprias regras e procedimentos aduaneiros, o que pode tornar as operações de importação e exportação complexas e demoradas.

Adicionalmente, as frequentes mudanças nas leis e regulamentações podem complicar ainda mais o cumprimento das exigências legais.

Regulamentações e normas mais complexas

As diferenças nas regulamentações e normas entre países podem ser um verdadeiro desafio para as empresas que atuam globalmente.

Por exemplo, as leis sobre meio ambiente, segurança e padrões de embalagem podem variar bastante de um lugar para outro, o que faz com que as empresas precisem se adaptar constantemente para seguir as regras locais.

Isso pode aumentar os custos operacionais e também causar atrasos nas entregas, além de resultar em multas por não conformidade.

Questões geoeconômicas e políticas

Os riscos geopolíticos e econômicos são aspectos muito importantes para as empresas que atuam no cenário internacional. 

Conflitos políticos, instabilidade econômica e sanções comerciais podem afetar a continuidade das cadeias de suprimentos e impactar o fluxo de mercadorias. 

Afinal, uma alteração repentina nas políticas comerciais de um país pode levar ao aumento de tarifas ou à imposição de restrições à importação, prejudicando consideravelmente as operações das empresas.

Maiores custos logísticos

Os altos custos logísticos são uma preocupação constante para as empresas que atuam no mercado internacional. Despesas com transporte internacional, seguros, taxas aduaneiras e armazenamento podem representar uma parte considerável dos custos totais de uma organização.

Além disso, atrasos nas entregas e problemas de conformidade podem gerar custos extras, tornando a logística internacional ainda mais onerosa. Entretanto, a análise de dados permite que as empresas identifiquem padrões e antecipem problemas na logística internacional e cadeia de suprimentos.

“Para superá-los, as empresas precisam desenvolver estratégias de mitigação de riscos, investindo em uma rede diversificada de fornecedores, tecnologias de monitoramento e ferramentas de gestão da cadeia de suprimentos para conseguir prever e antecipar ações para a eliminação de possíveis problemas. ” — complementa Tony.

Como utilizar a análise de dados para a logística internacional?

Em um período marcado pela inovação tecnológica e por uma economia global cada vez mais interconectada, entre os avanços mais notáveis está a integração do Big Data. Ele vai além da simples coleta e análise de dados, transformando profundamente a gestão da cadeia de suprimentos, a eficiência operacional e a satisfação do cliente.

O uso de machine learning e inteligência artificial na análise de Big Data também permitem prever a demanda futura com uma precisão anteriormente impensável. Essa precisão nas previsões ajuda a alocar recursos de forma mais eficiente, desde a gestão de estoques até a distribuição, assegurando que os produtos certos cheguem aos destinos certos no momento adequado.

Além disso, a análise avançada de rotas e padrões de tráfego melhora a otimização das rotas de entrega, reduzindo o tempo de viagem e o consumo de combustível, o que diminui tanto os custos quanto a pegada de carbono das operações logísticas.

Sobre o assunto, Tony enfatiza que “utilizar ferramentas de análise como big data e machine learning na logística pode auxiliar na redução de custos e na tomada de decisões de forma mais eficiente, uma vez que é capaz de fornecer dados para prever possíveis atrasos, otimizar rotas e prever a demanda futura, permitindo respostas rápidas e assertivas às mudanças do mercado”.

Nesta década, compreender o conceito de logística internacional e gestão da cadeia de suprimentos é um dos segredo para manter a competitividade no mercado, principalmente no setor de transporte de cargas. A administração inteligente pode gerar grandes impactos, influenciando custos, espaço e tempo dos processos.

Gostou do post? Para ficar atualizado sobre as principais tendências logísticas no transporte de cargas, acompanhe o nosso blog!

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