+55 (11) 2139-2888 [email protected] Voltar para a página inicial
ACESSAR LOJA
+55 (11) 2139-2888 [email protected]
×

Conheça o peixe traíra e suas principais características

Modificado em: novembro 26, 2024

Abundante em todo o ecossistema de água doce do Brasil, a introdução do peixe traíra na aquicultura foi algo natural. Afinal, essa característica permite que produtores de todo o território nacional invistam na espécie.

Mas não se engane com essa facilidade, pois sua produção demanda o atendimento de determinadas condições relacionadas a comportamentos e modelos alimentares para ser realizada de maneira responsável. Por isso, é importante conhecer mais sobre ela para desenvolver um projeto sustentável.

Descubra as principais informações sobre suas características e muito mais neste conteúdo!

Descrição da traíra de água doce

A forma como a traíra se relaciona com o meio em que vive está diretamente ligada às suas características. Entenda o que está por trás disso!

Características

A espécie mais comum desse peixe no Brasil leva o nome científico de Hoplias Malabaricus. Todavia, o que melhor define a traíra são suas características. A começar pelos aspectos físicos como:

  • coloração marrom, cinza ou preta com manchas de acordo com o ambiente;
  • corpo arredondado e alongado;
  • escamas circulares, grandes e lisas;
  • ausência de nadadeira adiposa;
  • musculatura para nadar rapidamente, mas apenas em distâncias curtas;
  • tamanho máximo entre 30 e 50 centímetros, raramente chegando a 1 metro;
  • dentes afiados, fortes e de diferentes tamanhos para mordedura de presas.

Do ponto de vista comportamental é sedentária, preferindo manter o abrigo, se esconder e espreitar a noite para caçar. Porém, é muito agressiva e feroz, agindo de forma territorialista. Logo, seu ninho é vigiado com atenção pelo macho quando se reproduz.

Habitat natural e ecossistema de água doce

As traíras têm nas águas doces paradas seu habitat ideal. Afinal, conseguem se manter em pouca oxigenação. Isso significa que sua criação em lagos, açudes ou reservatórios artificiais é viável.

Apesar de estarem presentes em todo o Brasil, contam com especial desenvolvimento na região amazônica, à medida que não toleram facilmente as baixas temperaturas.

Dentro do ecossistema em que se insere, é uma espécie cujo impacto envolve seu papel na cadeia alimentar, já que come outros animais de menor porte. 

Cenário da produção de traíras no Brasil

Em 2023, a produção de traíra no Brasil foi de 795.988 quilos, segundo o IBGE. Esse valor fica abaixo dos mais de 1 milhão e 100 mil quilos atingidos em 2013 — primeiro ano da série histórica. Porém, é um resultado mais expressivo que a mínima registrada em 2018, quando foram criados pouco mais de 675 mil quilos.

Nos valores atuais, o Sidra demonstra que a região sul é a maior produtora com mais 400 mil quilos anuais. Entretanto, o desempenho dessa parte do país está em queda, considerando que chegou a ser superior a 1 milhão de quilos. Nesse contexto, sudeste, norte e nordeste têm oscilado nos últimos 10 anos.

Panorama do manejo das criações de traíra

Na prática, a produção de traíras no contexto da aquicultura exige investir em metodologias, estrutura e cuidados. Confira um a um!

Técnicas aplicáveis

Via de regra, a criação de traíra no Brasil apresenta uma predominância do modelo intensivo, em que muitos espécimes desse animal sedentário são mantidos em um espaço contido, recebendo alimentação complementar para que se desenvolvam rapidamente. 

No entanto, o comportamento agressivo dos indivíduos tende a favorecer a implementação de sistemas semi-intensivos, mais alinhados ao ambiente em que vivem normalmente e com maior capacidade de evitar a predação canibalista. Ou seja, essa alternativa visa minimizar perdas do estoque com ataques da própria espécie. 

Infraestrutura necessária

A criação de traíra em cativeiro demanda imitar seu habitat natural. Por isso, os tanques-rede e viveiros escavados são as opções mais comuns no Brasil.

Ainda, há quem utilize tanques circulares na fase de engorda, tornando esse período mais curto e ampliando a produtividade anual do projeto.

De qualquer maneira, esses equipamentos precisam atender ao número de indivíduos no estoque tanto em tamanho quanto em litragem para que cresçam na velocidade esperada até o peso ideal para comercialização.

Outro cuidado importante com a infraestrutura é a simulação do ambiente em que vivem no mundo selvagem, especialmente elementos que seriam usados como refúgios, esconderijos ou matérias-primas para a confecção de ninhos. 

Ainda, o pH, a temperatura e o nível de oxigenação da água devem ser controlados para assegurar seu bem-estar enquanto evita-se o impacto dessas criações no âmbito ecológico. Isto é, efeitos no ecossistema utilizado que afetem outras espécies. 

Desde resíduos de nutrientes, seus compostos e demais insumos biológicos ou químicos aplicados que ficam nos efluentes à alteração física de recursos hídricos para a implementação: esses fatores fazem parte disso.

Procedimentos indispensáveis

Um dos pontos centrais para ter sucesso no manejo em cativeiro da traíra é a alimentação. Pois, na natureza essa espécie consome outros animais de menor porte como peixes, rãs, alguns invertebrados e insetos. 

Diante disso, sua aquicultura enfrenta um desafio: realizar um treinamento para que consumam ração quando estão em tanques. Todavia, esse cenário geralmente é contornado ao povoar o ambiente com espécimes que servem de alimento vivo. 

Frente a essa situação, cabe perceber a necessidade do monitoramento da disponibilidade de comida para o número de indivíduos, a fim de assegurar bem-estar. Porém, o acompanhamento de saúde precisa ir além e incluir:

  • o controle e o tratamento de doenças ou parasitoses;
  • o ajustamento do meio às necessidades da população;
  • a verificação constante das condições químicas e biológicas da água.

Aliás, essas medidas não se limitam a fazer parte do processo de piscicultura, uma vez que ajudam na redução dos danos ambientais, buscando promover a sustentabilidade. Esse objetivo é impulsionado por iniciativas como:

  • cumprimento das legislações pertinentes em todas as ações produtivas;
  • obtenção do licenciamento ambiental para a operação;
  • reutilização ou destinação correta de resíduos decorrentes das atividades;
  • adoção de práticas que não contaminem o habitat ou afetam os demais seres vivos;
  • uso eficiente dos recursos hídricos, sem explorar ou exaurir essas fontes;
  • implementação de viveiros que não alteram ou degradam os espaços naturais utilizados.

A traíra é um peixe que pode ser criado em todo o Brasil. Entretanto, é preciso investir em uma infraestrutura de qualidade, práticas responsáveis de manejo e sustentabilidade para que os processos gerem bons resultados.

Aproveite e saiba quais espécies são as melhores opções para a piscicultura neste guia completo!

Novidades

Cadastre-se na nossa newsletter
e receba notícias em seu e-mail

icon_newsletter
Selecione o assunto do seu interesse

    Materiais Gratuitos