O custo-benefício de tudo que envolve a produção agrícola figura entre as principais preocupações de todo produtor rural. Nesse sentido, os últimos anos têm trazido excelentes notícias. Uma delas diz respeito às novidades na estrutura da matriz energética brasileira, dando espaço a opções mais sustentáveis.
A biomassa é um ótimo exemplo. Afinal de contas, exige gastos reduzidos e entrega resultados muito bons, sem emitir tantos gases poluentes. Essa fonte de energia, renovável e limpa, porém, demanda algumas adequações no local, e uma delas é conhecida pelo
nome de pátio de biomassa.
Para garantir eficiência no uso da biomassa nos mais variados processos, é fundamental contar com um espaço que permita o manuseio desse combustível. Quer entender melhor sobre o assunto? Então continue conosco no post!
O que é biomassa?
Resíduos orgânicos, tanto de animais quanto de vegetais, constituem a formação da biomassa. Esse material gera energia a partir do processo de combustão da lenha, substâncias florestais e agrícolas, casca de arroz, bagaço de cana-de-açúcar e outros componentes do mesmo caráter.
A grande vantagem da biomassa, conforme já abordamos aqui, é que se trata de uma fonte renovável de energia. Isso se explica pelo funcionamento de sua decomposição: a emissão de gás carbônico na atmosfera transforma-se em hidratos de carbono por conta da fotossíntese feita pelas plantas.
Portanto, quando controlado, o uso da biomassa evita danos sérios ao meio ambiente, pois não modifica a atmosfera significativamente. Os benefícios podem ser listados como os seguintes:
- operações baratas (o custo pode ficar mais alto apenas na implementação do sistema de combustão);
- armazenagem e transporte facilitados;
- possibilidade de reaproveitar resíduos;
- alta eficácia na produção de energia;
- renovação natural;
- emissão reduzida de substâncias poluentes.
Vale lembrar, é claro, que nenhuma dessas vantagens significa a permissão de aplicação indiscriminada da biomassa. Se utilizada sem controle, ela oferece o risco de desmatamento, perda de nutrientes no solo, erosões, excesso de poluição na atmosfera etc.
Quais são os principais tipos de biomassa?
Esclarecido o conceito, também é fundamental conhecer as grandes fontes de biomassa à nossa disposição. Perceba a relevância do agronegócio nesse cenário.
Cascas de arroz
Demos esse exemplo anteriormente no post. Trata-se, aliás, de um dos produtos mais vistos na produção brasileira, ao lado de soja, trigo e milho. As cascas de arroz garantem elevada capacidade de geração de calor. Quando misturadas com carvão, já transformadas em partículas milimétricas, elas incrementam a eficácia e o poder de combustão do material.
Bagaço de cana-de-açúcar
Elemento de destaque no desenvolvimento de bioetanol, o bagaço da cana-de-açúcar fez do Brasil uma referência mundial no trato dessa biomassa. Tanto no manuseio quanto na transformação do combustível em energia, nosso país trabalha em alta intensidade com o bagaço da cana. É verdade que há opções de maior eficiência, mas essa alternativa também assegura bons resultados.
Pellets de madeira
A madeira prensada dá origem aos chamados pellets, resíduos granulados. Em operações na floresta, portanto, esse tipo de biomassa aparece frequentemente. Depois da finalização do processo de coleta dos pellets, eles passam por uma desidratação e viram cilindros milimétricos, gerando um combustível de queima bastante veloz.
Cascas de coco verde
Conhecido pela versatilidade, o coco entrega um elevado índice calorífico na forma de biomassa. Sua casca pode substituir a lenha, por exemplo. Ainda assim, mesmo fora do âmbito da energia, o material também assegura eficiência, compondo o substrato agrícola, que sustenta as raízes de plantas. Já a fibra, por sua vez, cumpre papel bastante útil na fabricação de vasos, por exemplo.
Eucalipto
A força do eucalipto fica clara quando se descobre que ele tem maior potencial do que o bagaço da cana. Um hectare consegue gerar cerca de 25 toneladas de biomassa a cada ano, por exemplo, transformando essa opção em uma ótima fonte de energia.
Resíduos animais
Até mesmo os dejetos de animais podem gerar energia limpa e sustentável. Trata-se uma excelente forma, então, de diminuir o descarte desse tipo de resíduo ao mesmo tempo em que se ganha uma alternativa energética. O Biodigestor Plus, da Sansuy por exemplo, é um aparelho que usa as fezes para suprir demandas de energia.
Quais são as vantagens do pátio de biomassa?
Existem diversos pontos positivos em realizar um investimento em um espaço específico para o tratamento adequado da biomassa. Veja na sequência.
Menores custos
A energia gerada no pátio de biomassa permite despesas bastante reduzidas, sobretudo em comparação aos combustíveis fósseis. O petróleo, por exemplo, apresenta uma variação que dificulta a estabilidade. Na contramão disso, a biomassa aparece custando muito menos. Depois que o investimento inicial se paga, surgem lucros consolidados e crescentes.
Energia limpa e renovável
Conforme conferimos no começo do post, a biomassa se vale de recursos orgânicos e processos naturais. Assim, o resultado é um material de alta qualidade, atuando como fonte de energia limpa. Diferentemente dos já citados combustíveis fósseis, a biomassa também é renovável. Afinal de contas, não precisa de procedimentos de extração e, de quebra, não se esgota.
Processos estáveis
No pátio de biomassa, figuram ambientes voltados especificamente ao transporte, armazenamento, manuseio, processamento etc. Essa divisão, aliás, permite especificidade em cada área, aumentando a eficiência. A estruturação correta ainda assegura ganhos de estabilidade. Não é à toa, uma vez que se estimula o controle dos processos a partir da minimização de erros e da redução de desperdícios e retrabalhos.
Sustentabilidade
O pátio de biomassa vai ao encontro do que mais se prega atualmente pensando no meio ambiente: sustentabilidade. Todas as características desse espaço, aliadas aos benefícios da própria biomassa, garantem responsabilidade com o planeta. Elas impedem a emissão prejudicial de gases poluentes, tornando a produção integralmente mais saudável.
Segurança
Planejamento é fundamental nesse aspecto, para seguir as normas regulamentadoras e ter certeza de segurança. O pátio de biomassa facilita a adequação a todas as regras, alinhando o negócio às obrigações envolvendo a proteção dos trabalhadores. Assim, minimiza-se a chance de acidentes e demais riscos, incluindo até perdas de equipamentos ou de quantias consideráveis de biomassa, que depois viraria energia sustentável.
Quais são os principais cuidados a aplicar?
Armazenagem, transporte e processamento representam os pilares do que acontece em um pátio de biomassa. Confira o que cada um deles exige.
Estrutura de armazenagem
A parte de estoque da biomassa cumpre papel essencial e demanda atenção aos detalhes. Isso tudo facilita a extrusão do produto originado, e, especialmente no Brasil, o processo se dá a partir do empilhamento da matéria-prima. Desde que sejam amplas, as estruturas podem abrigar a formação de montes robustos dessa matéria-prima. Assim, a meta consiste em assegurar o isolamento dos componentes de qualquer imprevisto natural, garantindo disponibilidade para uso, quando necessário.
Estrutura de transporte
Aqui, trata-se de um cenário em que as pás carregadeiras desempenham função vital, dando proteção e estabilidade às movimentações. O procedimento ocorre em dois estágios distintos: alimentando moegas — local que recebe grãos e outros itens — e descarregando a matéria-prima que chega. Retroescavadeiras também servem bastante para a movimentação de cinzas oriundas da queima das substâncias. Tudo varia, é claro, conforme o espaço à disposição, o volume de carga e as peculiaridades do que está envolvido.
Estrutura de processamento
A mesa alimentadora de toras e a central de picagem talvez sejam novidades para você, mas elas são essenciais no pátio de biomassa, principalmente na etapa de processamento dos resíduos orgânicos. Enquanto a central trabalha itens como bagaço de cana, restos de madeiras e outros, a mesa é a receptora dessa matéria-prima, que depois sofre movimentações internas à mesa.
Já a moega acumula as substâncias, e a rosca varredura promove a retirada da biomassa. Por fim, há a peneira classificadora, que separa a biomassa com base na granulometria dela. Esse processo garante que se escolha adequadamente os volumes destinados à queima.
Conforme observamos, o pátio de biomassa cumpre papel muito importante para assegurar a integridade dos procedimentos que dão origem à energia limpa, renovável e sustentável, oriunda de resíduos orgânicos. É importante ter a devida atenção ao aplicar todos os cuidados listados, claro, mas o investimento se paga e rende ótimos frutos.
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