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Bactéria klebsiella pneumoniae: o que é e a relação com tilápias!

Modificado em: junho 14, 2024

A bactéria Klebsiella Pneumoniae (KPC) é comumente associada a infecções em seres humanos. No entanto, esse organismo também pode estar presente em outros seres vivos, como as tilápias. Nesse cenário, a Klebsiella Pneumoniae pode ser um agente patogênico que causa doenças conhecidas como septicemia ou infecções bacterianas sistêmicas. 

A infecção desse agente em tilápias geralmente ocorre quando há condições ambientais desfavoráveis, más práticas de manejo ou quando os peixes estão estressados, o que pode enfraquecer seu sistema imunológico. 

Para sanar evitar a contaminação é importante entender a transmissão, quais são os sintomas e como funcionam o tratamento e a prevenção contra a bactéria. Continue lendo o nosso conteúdo e confira.

O que é a bactéria Klebsiella Pneumoniae?

A bactéria Klebsiella Pneumoniae é um organismo anaeróbio facultativo, o que significa que pode viver e crescer tanto na presença quanto na ausência de oxigênio. Morfologicamente, a Klebsiella Pneumoniae apresenta-se como um bastonete.

Essa bactéria é encontrada comumente no trato gastrointestinal humano e também em animais. Geralmente, ela coexiste como parte da microbiota normal do intestino, sem causar doenças. 

No entanto, em determinadas situações, a Klebsiella Pneumoniae pode se tornar um patógeno oportunista, causando doenças em hospedeiros que têm defesas imunológicas enfraquecidas.

Quando a pessoa está debilitada, com o sistema imunológico comprometido ou apresenta condições de saúde predisponentes, a Klebsiella Pneumoniae pode se tornar patogênica e causar infecções.

Como funciona a transmissão e quais os sintomas?

Nos humanos, a bactéria Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase pode ser transmitida por contato direto com a saliva e outras secreções de um paciente infectado, bem como pelo compartilhamento de objetos contaminados.

No contexto de infecções em tilápias ou outros peixes, a transmissão pode ocorrer de várias maneiras, incluindo a contaminação da água onde os peixes estão presentes, a disseminação por meio de fezes de peixes infectados ou por meio do contato direto entre peixes saudáveis e infectados.

Em seres humanos, a Klebsiella Pneumoniae pode causar infecções do trato respiratório, incluindo pneumonia, infecções do trato urinário, infecções sanguíneas (bacteremia) e infecções do trato respiratório inferior. 

Os sintomas podem incluir febre, tosse, dificuldade respiratória, dor ao urinar, dor abdominal e sintomas gerais de infecção, como fadiga e mal-estar.

Em tilápias, a infecção por Klebsiella Pneumoniae pode levar a sintomas como letargia, falta de apetite, dificuldade respiratória, hemorragias, manchas na pele, úlceras e morte.

Como funciona o tratamento?

O tratamento da infecção por Klebsiella Pneumoniae depende da localização da infecção, da gravidade dos sintomas e da resistência da bactéria aos antibióticos. 

É importante destacar que a resistência aos antibióticos, incluindo a resistência aos carbapenêmicos, é um desafio significativo no tratamento das infecções por Klebsiella Pneumoniae. Em alguns casos, a combinação de antibióticos pode ser necessária para tratar infecções graves ou resistentes.

Além do tratamento antimicrobiano, outras medidas de suporte podem ser adotadas para auxiliar no processo de recuperação, como hidratação adequada, repouso e controle dos sintomas específicos associados à infecção.

Dicas de prevenções contra a bactéria

Existem várias medidas de prevenção que podem ajudar a reduzir o risco de infecção pela bactéria Klebsiella Pneumoniae e outras infecções bacterianas.

Confira a seguir algumas das principais dicas de prevenção contra essa bactéria.

  • higiene das mãos: lave as mãos com água e sabão regularmente, especialmente antes de comer, após usar o banheiro e após entrar em contato com superfícies potencialmente contaminadas. Se não houver água e sabão disponíveis, use desinfetante para as mãos à base de álcool;
  • práticas de higiene respiratória: cubra a boca e o nariz com um lenço de papel ou com o cotovelo ao tossir, ou espirrar, evitando assim a dispersão de gotículas contaminadas no ar. Descarte imediatamente os lenços de papel usados e lave as mãos;
  • evite compartilhar objetos pessoais: evite compartilhar objetos pessoais, como utensílios de comida, copos, talheres e toalhas, especialmente com pessoas infectadas ou suspeitas de infecção;
  • boas práticas de higiene alimentar: lave bem os alimentos crus antes de consumi-los e siga boas práticas de preparação e armazenamento de alimentos para evitar a contaminação bacteriana;
  • mantenha ambientes limpos: limpe e desinfete regularmente as superfícies que podem estar contaminadas, como maçanetas, corrimãos e áreas comuns;
  • evite o uso desnecessário de antibióticos: siga as orientações médicas e use antibióticos apenas quando prescritos por profissionais de saúde qualificados. O uso excessivo ou inadequado de antibióticos pode contribuir para o desenvolvimento de resistência bacteriana;
  • práticas adequadas de manejo em ambientes de saúde: em ambientes hospitalares ou de cuidados de saúde, é essencial seguir as práticas adequadas de prevenção de infecções, como higiene das mãos, uso adequado de equipamentos de proteção individual e adesão a protocolos de controle de infecções;
  • vacinação: mantenha as vacinas atualizadas (tanto de humanos, quanto de peixes), pois a imunização pode ajudar a prevenir certas infecções bacterianas.

Qual a relação da bactéria KPC com o cultivo de tilápias no Brasil?

Um estudo liderado por pesquisadoras do Centro de Aquicultura da Unesp (Caunesp), localizado no campus de Jaboticabal, identificou a presença da bactéria Klebsiella Pneumoniae em uma criação de tilápia-do-nilo (Oreochromis niloticus) em tanques-rede de uma piscicultura no Sudeste do Brasil. 

Este é o primeiro relato no país de infecção por esse patógeno em uma produção comercial de tilápias, que é o peixe mais cultivado no Brasil.

Os principais sinais clínicos observados nos peixes doentes incluíam barriga inchada, olhos esbugalhados, hemorragias, letargia e anorexia.

A contaminação dos peixes provavelmente aconteceu através da água. Caso um patógeno contamine a água, a piscicultura pode ser afetada. 

Apesar dessa bactéria ser comumente encontrada no trato gastrointestinal humano, em certas circunstâncias, essa bactéria pode se tornar patogênica e causar infecções, especialmente em pessoas com o sistema imunológico enfraquecido ou em ambientes hospitalares.

O caso em estudo ocorreu em julho de 2018, resultando em perdas estimadas de cerca de 90 mil juvenis de tilápia ao longo de quatro dias. 

O surto foi controlado após o tratamento iniciado pelo produtor, após o diagnóstico realizado pelo Laboratório de Microbiologia e Parasitologia de Organismos Aquáticos do Caunesp. Desde então, não foram relatados outros casos de infecção por Klebsiella Pneumoniae no país.

Embora seja o primeiro relato associando essa bactéria a tilápias no Brasil, sua presença já foi identificada em vários outros animais, incluindo aquáticos. 

Essa pesquisa destaca a importância do monitoramento e do diagnóstico precoce de patógenos em pisciculturas para evitar perdas econômicas e manter a segurança e qualidade da produção de tilápias no Brasil.

Para garantir a saúde das tilápias em criações comerciais, os produtores devem adotar boas práticas de manejo, incluindo a manutenção de boas condições de água, controle de qualidade e monitoramento regular da saúde dos peixes.

Se houver suspeita de algum problema de saúde nas tilápias, é recomendável entrar em contato com um especialista em aquicultura para obter um diagnóstico preciso e estabelecer um plano de tratamento adequado.

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