Montar um negócio, fazê-lo crescer e manter viva essa história em família. Muitos empreendedores investem por toda uma vida em uma empresa própria, como acontece bastante no setor do agronegócio. Mas e depois, quando vierem as próximas gerações? É aí que entra a importância da sucessão familiar.
Pensar no futuro da fazenda, na produção agrícola, entre outras atividades ligadas ao campo deve ser algo encarado com naturalidade. Quanto mais cedo começar a reflexão de como tudo ocorrerá, melhor. Afinal, organizar-se e deixar tudo encaminhado sobre o patrimônio é, sem dúvidas, algo que envolve todos os membros da família.
Por isso, trouxemos dicas e informações válidas para uma sucessão familiar feita da melhor forma. Quer acompanhar? Confira e tire suas dúvidas!
O que é uma empresa familiar?
Uma empresa familiar é um negócio gerido por pessoas de uma mesma família. Ou seja, não está ligada ao mundo corporativo, no sentido de ter nomes sem qualquer conexão com o nascimento da marca. Costuma ser cuidada e administrada por quem entende bem do assunto, é experiente e sabe praticamente todos os pormenores a respeito da companhia.
Apesar de o mercado estar cada vez mais aberto para diferentes profissionais, o fato de uma empresa continuar familiar é ainda muito forte no Brasil, por exemplo. As tendências no agronegócio indicam isso, principalmente, quando algumas das maiores empresas ligadas ao campo são familiares.
Qual a importância do planejamento sucessório?
O primeiro de tudo é garantir a expansão, a continuidade e a sobrevivência do negócio da família. É um processo de extrema importância, principalmente, quando se trata de uma empresa que sustenta a todos com o mesmo sobrenome durante anos. Além disso, como pode ser um assunto delicado, tem de ser visto com bastante antecedência.
Como a maioria das famílias não se planeja para esse momento — salvo em casos de aposentadoria —, é esperado que algumas dificuldades surjam pelo caminho. Por isso, é fundamental tratar de tudo com uma comunicação honesta, sem tabus, aberta e extremamente flexível.
Portanto, vale reforçar que uma conversa franca para alinhar as expectativas é uma dica de ouro. Dessa forma, é possível envolver a família para a preparação do planejamento sucessório, garantindo assim que a empresa continue a gerar lucros. Não apenas isso, mas que o negócio ainda sobreviva por muitos anos, passando de geração para geração.
Quais as vantagens das empresas familiares?
As empresas familiares costumam ser muito especiais para seus membros. É muito comum que existam histórias a contar, desafios que foram enfrentados, alegrias, conquistas e momentos difíceis. Porém, é bom recordar algumas das vantagens de apostar nesse tipo de negócio, e as mais expressivas são:
- lideranças que duram por muitos anos e são estáveis;
- clientes costumam ser mais receptíveis com empresas nesse perfil;
- relacionamentos duradouros e fiéis;
- investimentos de longo prazo;
- maior presença de determinação e ousadia nas iniciativas;
- maior lealdade por parte dos colaboradores.
Quais as desvantagens das empresas familiares?
Por mais que uma empresa familiar seja um bom formato, há algumas desvantagens de gerir esse tipo de negócio. Uma dica é ter isso em mente e trabalhar ao máximo para diminuir e até acabar com esses problemas, que geralmente são:
- ausência de ações voltadas ao desempenho do negócio;
- conflitos entre os familiares — muitas vezes, destrutivos e exaustivos para a empresa como um todo;
- indecisão e falta de dinamismo estratégico;
- sobrecarga nas operações e centralização;
- sigilo prejudicial ou mesmo desnecessário;
- investimento insuficiente.
Existem bons exemplos de empresas familiares?
Eis aqui um bom motivo para pensar na sucessão familiar: usar como exemplo empresas brasileiras renomadas no mercado. Aliás, é sempre importante checar como anda “a grama do vizinho”, até para se inspirar, perceber tendências, novidades e o que deu certo e errado do outro lado.
No Brasil, um negócio familiar é a Família Maggi, com atuação na produção de soja, e que existe desde 1977. Hoje, o conglomerado Grupo Amaggi tem fortuna estimada em US$6,9 bilhões. Foi fundada pelo casal Lúcia e André Maggi, sendo ela a grande matriarca à frente dos negócios da família que não param de prosperar.
Outro nome é a JBS, empresa do setor de alimentos, fundada em 1953. Figura na 22ª posição do Índice das Empresas Familiares de 2021, uma lista que reúne as 500 maiores empresas do mundo.
Como fazer um bom planejamento da sucessão familiar?
Agora, é um momento em que os olhos e estratégias devem estar focados. A sucessão familiar precisa ser pensada com todos os membros envolvidos, e tratada com prioridade. Afinal, estamos falando do futuro dos negócios da família, e de quem estará à frente e compondo o quadro da gestão.
Ao mesmo tempo, é preciso seguir alguns passos que fazem toda a diferença.
Iniciar o planejamento com antecedência
Estima-se que entre cinco e dez anos seja um bom tempo para iniciar os trâmites da sucessão familiar. É nessa hora que se começa pensar a sério em como a empresa continuará a funcionar em um futuro próximo e mais distante. Esse tempo também é importante para reflexão de mudanças, no que é preciso investir, quem estará por perto etc.
Ser flexível
Toda mudança e transição requer flexibilidade. Ora porque o projeto pode não sair como o planejado, ora porque há a necessidade de pequenas intervenções. Contar com possíveis novas perspectivas é fundamental para que o futuro do negócio da família não fique fadado a algo imutável, engessado e sem melhorias.
Conversar e envolver a família no processo
Quem será o próximo gestor, presidente, CEO da empresa? Esse é apenas um dos tópicos que precisam ser discutidos com os familiares no processo de sucessão. Além disso, é o momento ideal da abertura para ideias novas, sugestões, formatos modernos, entre outros.
A família é o pilar dos negócios e deve ser colocada em primeiro lugar para projetar a empresa em crescente desenvolvimento.
Treinar o sucessor e envolver o departamento de RH
A preparação de um sucessor de empresa não é tarefa que se faz em poucos dias. Levam-se meses e até anos para que a pessoa esteja realmente pronta para o papel. O RH deve acompanhar de perto toda essa transição, oferecendo suporte e absorvendo junto as ideias desse novo futuro gestor.
É sempre bom reforçar que a sucessão familiar é algo costurado a muitas mãos. Diálogos abertos, inovação, equipamentos, estudos, uso da tecnologia e conhecimento são fatores decisivos para uma empresa sadia e competitiva por muitos anos, mesmo de geração em geração.
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