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Saiba como tratar as algas e plantas que se formam nos tanques

Modificado em: janeiro 11, 2024

As algas e plantas representam um desafio significativo e requerem medidas de controle. Além de afetarem negativamente a estética visual, também ocasionam mau odor, diminuem a qualidade do pescado e desencadeiam elevados índices de mortalidade entre os peixes, competindo com eles pelo oxigênio dissolvido na água.

Apesar de existirem mais de 5000 espécies de fitoplâncton, apenas 6% delas apresentam características prejudiciais, e menos de 2% são responsáveis pela produção de toxinas. Por isso, conhecer as principais medidas de controle é crucial para que a piscicultura tenha excelentes produtividades.

Pensando nisso, preparamos este post que detalha sobre as algas e plantas mais comuns, as causas e formas de tratamento mais eficazes. Acompanhe!

Quais são as principais algas e plantas que se formam na piscicultura?

As principais algas que se formam na piscicultura são as algas verdes/cianofíceas, as filamentosas e as cianofíceas. Entenda com mais detalhes, logo a seguir.

Algas verdes e cianofíceas

Elas desempenham um papel importante na piscicultura, pois são uma fonte de alimento para os peixes. No entanto, se houver alta proliferação, essas algas podem formar densas florescências e, em certos casos, liberar toxinas nocivas para os peixes e outros organismos aquáticos.

Além disso, o crescimento excessivo reduz significativamente os níveis de oxigênio na água. E, durante a decomposição, causam condições de baixa qualidade, com a liberação de componentes como amônia (NH3) e ácidos orgânicos.

Algas filamentosas

As filamentosas são algas unicelulares que se unem formando filamentos. O principal gênero encontrado nos tanques é o da Cladophora — uma alga verde filamentosa que pode crescer em águas doces ou salgadas e formam tapetes que cobrem a superfície e dificultam a respiração.

Além de também produzirem toxinas e de competirem por oxigênio e nutrientes, elas prejudicam a circulação do tanque devido às extensões das fibrilas.

Algas macrófitas

Neste grupo, destacam-se, principalmente, as plantas aquáticas. As espécies mais comuns que podem causar problemas são:

  • aguapé (Eichhornia crassipes) — é uma planta aquática flutuante que pode crescer rapidamente e formar tapetes que cobrem a superfície da água;
  • alface-d’água (Pistia stratiotes) — outra espécie de rápido crescimento e propagação, cujo monitoramento constante é crucial;
  • orelha de onça (Salvinia auriculata) — um exemplo que também, se estiver em condições favoráveis, pode ser de difícil manejo no tanque.

A depender da gravidade da proliferação dessas plantas aquáticas, poderá ser necessário um controle químico específico, usando a técnica de aplicação eletrostática de substâncias herbicidas e adjuvantes. Porém, sempre avalie as questões do impacto desses produtos nos indicadores biológicos para evitar problemas futuros.

Quais são as principais causas para o surgimento?

As algas emergem como resultado do fenômeno da eutrofização, o qual é desencadeado pelo acréscimo de nutrientes no ambiente aquático, que pode até mesmo vir por conta de um abastecimento local. Esse fenômeno pode ter origem natural, mas também se manifesta como um desdobramento das atividades humanas.

Por isso, é fundamental ficar atento às questões sobre adubação dos tanques da piscicultura para tornar os viveiros nutritivos.

A eutrofização acarreta sérios danos ao ecossistema aquático, incluindo a mortalidade das espécies residentes, devido à proliferação de algas e cianobactérias. Estes organismos têm a capacidade de gerar substâncias prejudiciais à saúde.

Dessa forma, a manifestação de surtos de algas é comum em reservatórios aquáticos, como tanques, lagos e piscinas, devido à elevada concentração de Fósforo (P) e Nitrogênio (N), geralmente acima dos limites de 3 a 5 mg/l.

Esse fenômeno é resultado da fertilização agrícola das áreas circundantes aos lagos, da dispersão de partículas de pó pelas estradas e do acúmulo de matéria orgânica, como folhas, galhos e ração animal.

No entanto, o controle desses elementos (P e N) por métodos químicos apresenta desafios, principalmente pela dificuldade de evitar impactos na criação de peixes. Por isso, é imprescindível sempre contar com um profissional no assunto, como o engenheiro de pesca.

Por que é fundamental tratá-las?

Ficar atento ao controle de algas e plantas é indispensável para preservar a qualidade da água e saúde dos peixes na piscicultura, para oferecer o melhor produto possível na hora da comercialização. Separamos as principais formas de manutenção dessa questão logo a seguir.

Uso de equipamentos de desinfecção UV

O principal alvo por meio de luz ultravioleta é o material genético conhecido como ácido nucleico. As algas são eliminadas por essa luz quando ela penetra na célula e é absorvida pelo ácido nucleico.

Esse processo de absorção da luz ultravioleta pelo ácido nucleico causa modificações na informação genética, interferindo na capacidade da célula de se reproduzir.

Aplicação de oxinat

O principal modelo utilizado é o Oxi-Nat 10 — este produto, desenvolvido pela SNatural sob a forma de cristais brancos, é derivado de cogumelos comestíveis que têm a capacidade de inibir o crescimento das algas.

Instruções de uso 

A dosagem recomendada é de 10 a 50 mg por litro de água. Por exemplo, para tratar 1 metro cúbico (1.000 litros) de água, utilize de 10 a 50 gramas do produto. Para referência, uma colher de café equivale a 2 gramas, e uma colher de chá, a 5 gramas. Espalhe os cristais de forma uniforme sobre o tanque e aguarde por 1 hora, com agitação.

Em seguida, desligue a circulação ou os aeradores ARMAX e permita que as algas mortas se sedimentem. Após 3 dias, é possível aspirar as algas do fundo, utilizando um sistema de filtro de piscina convencional. É importante estar ciente de que as algas podem retornar, caso haja maior penetração de Fósforo e Nitrogênio no tanque.

Diminuição de nutrientes na água

Uma ótima alternativa é utilizar dispositivos de filtragem capazes de eliminar o composto Nitrato de Amônio na água, pois esse elemento constitui de uma das principais fontes de nutrição essencial para o desenvolvimento das algas.

Esse controle pode ser aplicado com eficácia em corpos d’água menores, como pequenos lagos ou tanques, porém é inviável empregar a filtração em larga escala, como em lagos extensos, represas ou rios.

Utilização de enzimas

As principais enzimas para controle na piscicultura são:

  • xilanase: é uma enzima que decompõe a xilana, um polissacarídeo presente nas paredes celulares de muitas algas;
  • pectinase: é uma enzima que decompõe a pectina, um polissacarídeo.

Essa medida de controle apresenta várias vantagens em relação aos métodos químicos de controle, como seletividade, menos tóxicas e mais seguras, além de não requerer equipamentos especiais para sua aplicação.

Aeração com difusores

Os aeradores de ar difuso são amplamente empregados na dissolução de oxigênio na água e na movimentação da água. A eficácia desse processo está diretamente relacionada à profundidade do difusor, à temperatura da água e à altitude do local de instalação. Em condições gerais, a taxa de transferência de oxigênio é de, aproximadamente, 6-7% do volume total a cada metro de profundidade.

Uso da tecnologia

É essencial explorar tecnologias que busquem um equilíbrio entre a produtividade das atividades aquícolas e os efeitos no meio ambiente.

Essas devem priorizar a sustentabilidade, reduzindo os impactos causados pelos resíduos da produção e promovendo uma utilização mais eficiente dos recursos hídricos. Um exemplo dessas inovações é a Aquicultura Multitrófica Integrada (AMTI), um sistema em desenvolvimento para essa finalidade.

Ela se baseia nas interações presentes nos ecossistemas naturais e é projetada para reciclar os resíduos gerados pelo cultivo de uma espécie, transformando-os em nutrientes úteis.

Inclusive, essa abordagem combina a alimentação artificial com a criação de aquicultura vegetal (como macroalgas, microalgas e plantas) ou outras espécies de peixes ou moluscos. Esse modelo visa a criar sistemas equilibrados que promovam a sustentabilidade ambiental (biomitração), além de estabilidade econômica por meio da diversificação de produtos e redução de riscos.

Esse foi o nosso artigo detalhado sobre as principais algas e plantas que acometem na piscicultura, as suas causas e como tratar de maneira eficaz. As principais que vêm ganhando destaque é o uso de enzimas na degradação das algas, além das inovações relacionadas com reciclagem de resíduos no tanque, de maneira sustentável.

Gostou do nosso post? Sabia que, embora algumas espécies de algas sejam prejudiciais, existem outras que podem ser lucrativas? Conheça mais sobre o seu cultivo, neste conteúdo que preparamos!

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