No setor da agricultura, cada produto exige cuidados únicos. Afinal de contas, as especificidades das plantações demandam conhecimentos dos trabalhadores para não prejudicar os processos. A colheita de algodão, por exemplo, envolve a necessidade de delicadeza para evitar perdas.
De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a tendência é que o Brasil chegue muito próximo das 3 milhões de toneladas de algodão durante a produção do biênio 2021/22. Seria um incremento superior a 10% em relação ao período 20/21, deixando claro o potencial dessa fibra branca que cresce ao redor de sementes. Figurando na lista dos maiores produtores de algodão do mundo, ao lado de EUA, Índia e China, nosso país tira bastante proveito da cultura.
Está inserido no agronegócio e quer conhecer boas dicas para realizar a colheita adequada de algodão? Então, continue a leitura e confira as 5 melhores!
1. Entenda os tipos de colheita
Mecânica e manual são as duas principais metodologias de colheita de algodão. Para começar a falar do assunto, abordar as distinções entre elas é essencial. A seguir, identifique as características de cada uma.
Colheita mecânica
Essa técnica exige um terreno de declividade inferior a 8%. Portanto, o solo precisa apresentar o nivelamento ideal sem a presença de empecilhos, desde pedras ou tocos até depressões.
Os diversos incentivos fiscais recentes, aliados ao emprego da tecnologia ao longo do ciclo produtivo e à expansão da cultura de algodão para regiões extensas e de clima propício, impulsionaram a colheita mecânica. Não à toa, o Centro-Oeste brasileiro se destaca como local adequado para ela.
Espaçamento, fertilização do solo, fiscalização de plantas invasoras e aplicação de reguladores de crescimento devem ser pensados segundo as demandas exclusivas desse tipo de colheita.
Colheita manual
Ao falar de eficácia, a colheita mecânica entrega resultados melhores que o formato manual. Por outro lado, a realização das práticas ideais consegue garantir um produto de alta qualidade. Para isso, é importante evitar a chamada rapa.
Esse termo representa a colheita que engloba a mistura do algodão do baixeiro com o do ponteiro, ou seja, os capulhos encontrados na parte de baixo das plantas com os outros oriundos da metade de cima delas. A rapa gera a coleta das brácteas, que depois precisam ser removidas para permitir o processamento das fibras.
Se optar pela metodologia manual, então, o produtor deve aplicar a técnica nomeada de apanha, na qual só as fibras são recolhidas. Logo em seguida, o ideal é estocá-las em sacos, a partir de um trabalho feito com a ponta dos dedos do trabalhador.
2. Preste atenção ao espaçamento ideal
A quantidade de unidades da semeadora deve ser igual ou representar um número múltiplo das unidades da colhedora. O espaçamento ideal de plantio costuma oscilar entre 0,38m e 1m. De 0,45m a 0,5m, indica-se para locais de produção restritiva, sobretudo com relação a água, temperatura e solo, por exemplo.
Já o espaçamento de 0,76m a 1m, por outro lado, está voltado a solos de textura média a argilosa. Nesses casos, a fertilidade é corrigida acima ou abaixo da superfície. Se a ideia é encerrar a semeadura do algodão safra, podem ser aplicadas distâncias inferiores às citadas.
De qualquer maneira, o risco de apodrecimento deve ser sempre considerado. Sem falar na redução da eficiência produtiva, no incremento dos custos, na dificuldade de realizar a colheita e outros problemas.
3. Realize uma boa desfolha
Processo considerado essencial para a aceleração da abertura das maçãs do algodoeiro que estão maduras sob o ponto de vista fisiológico, a desfolha exige bastante atenção. Ela consiste na aplicação de substâncias desfolhantes que estimulam a queda das folhas, agilizando a colheita.
Assim, a abertura dos capulhos se torna bem mais uniforme e o rendimento da colheita cresce a partir de, entre outros fatores, plumas com menor poder de contaminação. Uma quantidade superior à metade das maçãs deve estar aberta nas plantas para que a desfolha ocorra da forma desejada.
O procedimento ajuda a aumentar a taxa de abertura das maçãs, a diminuir a taxa de apodrecimento delas e a preservar a qualidade das fibras. Se os últimos quatro frutos acima do capulho se encontram preparadas para a aplicação dos produtos, basta seguir o processo. De uma semana a dez dias depois, pode entrar em cena o maturador.
4. Controle a umidade do algodão
A colheita de algodão depende diretamente dos indicadores de umidade à disposição. Ela pode começar se o nível não superar os 12%, sempre prezando pela preservação da qualidade da fibra, o que facilita o processamento na algodoeira.
Do contrário, quando há umidade alta, as orientações mudam um pouco. Afinal de contas, existem cenários nos quais não é possível adiar a colheita. Então, lembre-se de que o algodão em caroço jamais pode ficar armazenado no campo por períodos longos. Quanto antes ele for direcionado à secagem, melhor.
A previsão do tempo também influencia no processo, pois, caso haja probabilidade de chuva, a alternativa ideal consiste em antecipar a operação. Dica que não muda mesmo se os capulhos estiverem quase completamente abertos. O intuito geral é fugir de problemas ligados à umidade e garantir a qualidade natural desses capulhos abertos.
5. Tome cuidados pós-colheita
Finalizada a colheita, o primeiro passo é o ensacamento do algodão para estocagem. O controle da umidade novamente entra em cena, pois nessa etapa ela não pode ultrapassar o índice de 10%. O armazenamento sofre prejuízos impactantes caso o nível esteja alto demais. No âmbito de armazenagem, a Sansuy oferece ao mercado a Vinitouca, uma cobertura para fardos de algodão. A cobertura para algodão é um produto desenvolvido para proteger os fardos de algodão após a colheita, enquanto eles ficam armazenados em espaços a céu aberto.
A fermentação representa um grande risco nesse tipo de situação. Afinal de contas, crescem as chances de desclassificação do produto, gerando danos financeiros potencialmente consideráveis. Após a colheita, então, recomenda-se a exposição do algodão aos raios solares, buscando a garantia do percentual adequado de umidade.
Mas atenção: a prática exige o uso de oleados ou panos para evitar que o algodão fique sujo. Isso pode ser feito no campo ou inclusive em terreiros, abrindo o olho com respeito ao excesso de insolação, pois a secura elevada danifica as fibras.
A colheita de algodão, conforme observamos, demanda o cuidado ligado a diversos detalhes. Ao seguir todos os processos atenciosamente, o processo entrega um produto de qualidade maior e alimenta um positivo círculo de benefícios. Não à toa que o algodão é responsável por uma parcela relevante do agronegócio brasileiro e segue em crescimento.
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