GRIS é uma sigla para gerenciamento de riscos e está relacionada diretamente à insegurança e aos altos índices de roubos de cargas no Brasil. Além disso, é uma ferramenta crucial para prevenção de danos nas operações de transporte.
Neste post, você entenderá detalhes sobre o que é o GRIS, como calculá-lo, os seus custos e as variáveis que acompanham o gerenciamento de riscos no sistema. Também vai saber como contar com essa ferramenta na tomada de decisões do setor. Acompanhe!
O que é o GRIS?
Conforme a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), esse sistema tem o principal intuito de cobrir os custos específicos para o combate ao roubo de cargas. Além disso, atua na prevenção de riscos (rastreamento de veículos, patrimonial entre outros), na redução de ameaças (ociosidade de veículos devido a limitação do valor das mercadorias), na transparência e no custo da mão de obra nesse serviço.
Desde 2001, ele substitui o ADEME (Adicional de Emergência). O sistema de rastreamento de veículos por GPS, seguros e salários de monitores dos equipamentos são exemplos do que o GRIS cobre, podendo ser relacionado com transporte de cana-de-açúcar ou medicamentos, por exemplo, desde que os produtos sejam catalogados como de riscos a roubos.
Entenda em quais situações essa taxa é cobrada
O GRIS está relacionado com o tipo de mercadoria que será transportada e, geralmente, a cobrança se dá em transportes de alto índice de roubo de carga, como pneus, cigarros e artigos eletrônicos ou de alto valor agregado. Por exemplo, para itens como areia ou pedra, a taxa não é imposta pela sua baixa atratividade aos criminosos.
A taxa relacionada é parte do ad valorem, que inclusive representa o somatório das despesas que da operação para o transportador.
Como calcular o GRIS?
Antes de fazer o cálculo, é fundamental você considerar a taxa cobrada GRIS e suas variáveis. Portanto, identifique os riscos a que seu transporte estará sujeito. Dessa forma, inclua:
- análise detalhada dos riscos;
- frequência com que eles acontecem;
- atitudes para minimizar as possibilidades de incidentes ou acidentes.
Além disso, levante todas as despesas, como escolta, seguros etc. Dessa forma, vamos supor que você tenha uma mercadoria com valor total de R$2.000,00, e a taxa do ad valorem seja 0,3%, o GRIS será:
R$2.000,00 x 0,3% = R$ 6,00
Lembre-se de que para calcular, o valor de 0,3 está sendo retratado em porcentagem, ou seja 2.000,00 x 0,3/100.
Dicas de como negociar o GRIS
Primeiramente, é fundamental simplificar ao máximo o processo. Também é ideal acompanhar internamente nas transportadoras para evitar que elas realizem a adesão da taxa. Portanto, nessas situações, vale a pena negociar com ela diretamente para que o produto não seja adicionado na seção de altos índices de roubo e furto.
Inclusive, caso sua empresa tenha um panorama claro e detalhado sobre as tabelas de frete, será interessante adotar outras estratégias, como uma inteligência logística, na qual unificará os dados completos das transportadoras. Assim, os cálculos e comparações dos fretes serão realizados de uma maneira mais prática.
Quais os custos que compõem o GRIS?
O GRIS engloba uma série de fatores e aspectos que devem ser incorporados nos cálculos de custo. Confira, agora mesmo, quais são:
- salários — a remuneração de todos os colaboradores envolvidos na gestão de riscos não deve ser negligenciada no cálculo. Portanto, leve em conta as obrigações sociais da empresa, estacionamento, cadastro do motorista, escolta para cargas específicas etc;
- investimentos — o rastreamento de frota exige um bom nível de investimento da empresa, como taxa de manutenção, habilitação e eventuais reparos;
- seguros de carga — contar com um seguro de roubo será crucial para proteger de prejuízos devido a furtos e roubos.
Quais as variáveis do gerenciamento de riscos?
Outros fatores podem influenciar diretamente a tarifa de GRIS, e o transportador não poderá subestimar os custos ou perder fretes devido a cobrança de taxas mais altas. Entenda sobre essas variáveis.
Tipo de mercadoria e valor agregado
Ela está relacionada com a carga que será transportada. Dessa forma, os itens de alto valor agregado são os mais arriscados, como pneus, eletrônicos e cigarros. Esse último tem mais portabilidade e mais fácil de revenda, sendo o mais atrativo para os criminosos.
Possibilidade de identificação da mercadoria
Esse é um fator importante que deve ser considerado, afinal, cargas devidamente identificadas têm menos chance de serem roubadas, sendo um dos fatores que também influenciam diretamente a taxa do GRIS.
Risco do trajeto
O Brasil é um país de grandes dimensões e, devido a isso, há regiões com maior risco de roubo do que outras, sendo importante levar em consideração esse fator.
Por que o gerenciamento de riscos é fundamental na logística?
Uma das principais vantagens é a garantia de que os transportes de cargas serão feitos com agilidade e segurança, principalmente, a granel. Inclusive, contribui para garantir mais credibilidade junto a seguradoras. Também é importante ressaltar que o principal intuito do gerenciamento de risco é prevenir ameaças que as mercadorias podem sofrer durante o trajeto.
Para elaborar um plano de risco, é fundamental se basear nas informações de cada operação. Dessa forma, avalie aspectos, como:
- tipo de mercadoria;
- motoristas;
- tipos de veículos;
- rodovias;
- localidades de riscos;
- cubagem x peso;
- valor da mercadoria.
Será possível elaborar o GRIS definindo as paradas programadas dos motoristas, com os horários inteligentes de saída da empresa, além do controle de processos relacionados às operações.
Contar com um seguro de roubo de carga traz maior proteção contra situações de perda parcial ou total devido a furtos, estelionato, extorsão e apropriação indevida. Caso um sinistro desse tipo ocorra, a indenização de eventuais danos e perdas não prejudicará os negócios.
Em suma, contar com o gerenciamento de riscos GRIS se torna um aspecto fundamental na cadeia logística de qualquer companhia. A estratégia garante mais segurança dos veículos, das cargas e dos colaboradores.
O post foi esclarecedor? Então, para ajudar você a entender melhor outros assuntos relacionados, confira nosso artigo sobre manifesto de carga: para que serve e quem deve emitir para otimizar o planejamento do transporte de mercadorias!