Em uma propriedade, são muitas as técnicas e os cultivos que podem ser desenvolvidos, desde aqueles que envolvem plantação até os que abrangem cuidados com animais. Nesse contexto, a aquicultura se destaca.
Trata-se da ciência que estuda e desenvolve técnicas para a reprodução de organismos aquáticos. Desse modo, ela leva em consideração a condição à qual eles estão sendo expostos: alimentação adequada, temperatura apropriada e a iluminação correta da água.
Entre os principais objetivos da aquicultura, está o de garantir produtos de qualidade para o consumo. Pensando nisso, elaboramos este material com tudo o que você precisa saber sobre o tema. Continue a leitura e confira!
O que é aquicultura?
Antes de mais nada, é importante entendermos sobre o que de fato é a aquicultura. Conforme introduzimos, define-se como uma técnica de cultivo e reprodução de organismos aquáticos, como:
- peixes;
- moluscos;
- crustáceos;
- algas.
Como o objetivo é garantir mais qualidade para o produto destinado ao consumo, também se refere ao estudo para qualificar a atividade da pesca, compreendendo quais são as características principais de lagos e rios, além de garantir de que esse é o melhor ambiente para determinada espécie.
Por essa razão, há um controle rígido para oferecer melhores condições aos organismos vivos, de modo que analise de forma contínua a iluminação, a temperatura da água, entre outros fatores. Outro ponto de destaque é o fato de que a aquicultura também pode ocorrer em ambientes artificiais, como tanques de produção.
Quais são os principais tipos de aquicultura?
Quando mencionamos sobre aquicultura, devemos levar em conta de que se trata de uma técnica ampla, que apresenta os mais variados tipos. A seguir, descrevemos alguns deles. Veja abaixo!
Piscicultura
A piscicultura é um dos tipos de aquicultura mais presentes em território brasileiro. Trata-se do cultivo de peixes e de outros organismos vivos, cuja participação na economia brasileira é bastante presente.
Quem deseja se iniciar nesse tipo de mercado precisa, primeiramente, buscar orientação sobre a legislação e as principais normas regulamentadoras da região. Existem diferenças entre cidades e estados. Portanto, pesquise em sites oficiais do governo, mas não deixe de conferir em sua própria prefeitura se há alguma particularidade que deva ser levada em consideração.
Nesse sentido, a modalidade deve ser estruturada de acordo com os órgãos ambientais, de modo que o criador possa comercializar a sua criação de forma legal. É necessário levar em conta que os peixes também são fiscalizados pela vigilância sanitária, e precisam estar adequados a padrões rígidos de qualidade para que possam ser encaminhados para consumo.
Quanto à infraestrutura para criação, existe a necessidade de fazer uma escolha efetiva do local para o desenvolvimento do projeto. Não se pode deixar de lado os fatores biológicos, fazendo-se necessário um estudo sobre a qualidade da água e considerando a quantidade, a topografia do terreno e os fatores climáticos de sua região.
Há espécies, por exemplo, que se desenvolvem bem em climas mais quentes, enquanto outras não se adaptam muito bem a esses ambientes.
A piscicultura pode ser feita em:
- represas;
- tanques de redes;
- barragens;
- tanques comuns;
- lagos artificiais;
- lagos naturais;
- viveiros, entre outros.
Ranicultura
A aquicultura como um todo está em bastante crescimento no Brasil. No caso da ranicultura, isso se torna ainda mais evidente. Afinal, as pesquisas em cima do setor estão mais constantes, tanto por iniciativa dos produtores quanto por desejo dos pesquisadores.
Por essa razão, técnicas que tornem a ranicultura mais rentável têm sido implementadas, de modo que haja um maior interesse por parte das pessoas em investir nesse tipo de organismo aquático. Destaca-se, ainda, que a carne da rã é muito saborosa e conta inclusive com substâncias que possam auxiliar em tratamentos alérgicos.
Porém, apesar de todo o crescimento atual, esse é um setor relativamente novo no país. A ranicultura começou a se tornar expressiva por volta da década de 1990, por meio de investimentos em pesquisas justamente com o intuito de aperfeiçoar as técnicas de produção.
Foi durante esse período que também surgiram eventos que contribuíram para disseminar informações de qualidade sobre a prática, como o Encontro Nacional de Ranicultura (ENAR), cujo objetivo foi o de reunir pesquisadores, técnicos e produtores de todo o país.
Caso haja o interesse em começar com esse tipo de produção, é necessário obter licença de produtor rural junto aos órgãos responsáveis. Mais à frente, abordaremos com mais detalhes o que diz a legislação.
Ostreicultura
O cultivo de ostras está entre os tipos de produção de aquicultura mais fáceis desse nicho. Além de não precisar oferecer nenhum tipo de ração, quem opta por essa criação necessita apenas de estruturas de cultivo mais simples. Outro ponto a se considerar é que, de acordo com especialistas, para desempenhar essa atividade não é fundamental o conhecimento técnico: basta entender o básico.
Agora, você deve estar se perguntando: com toda essa facilidade, por que a ostreicultura não é o tipo de produção mais presente na aquicultura? Todo o cultivo tem seus desafios. No caso das ostras, eles estão presentes no fluxo de vendas. Apesar da facilidade de criar esse organismo vivo, sua comercialização não é assim tão simples, pois o consumo de ostras não é muito comum entre os brasileiros.
A melhor espécie para o cultivo é a ostra preta, uma vez que ela cresce de forma mais rápida e atinge um tamanho maior do que a ostra branca (levando em consideração o tamanho comercial).
Em regiões quentes, como o nordeste brasileiro, não há um período específico de desova das ostras. Ela ocorre em épocas diversas, o que contribui para que haja diferentes picos ao longo do ano. As fases de cultivo são divididas em 3:
- semente — as ostras denominadas de sementes são aquelas com até 4 centímetros de altura e podem ser retiradas do manguezal ou compradas em coletores;
- juvenil — aqui, elas atingem o tamanho entre 4 e 6 centímetros, precisam de mais espaço para crescer (o que leva à necessidade de separá-las de acordo com o tamanho);
- engorda — quando alcançam em média 6 centímetros, é o período final de cultivo, em que elas são mantidas até atingirem o tamanho ideal de comercialização (por volta de 8 centímetros).
Pectinicultura
Existem alguns tipos de aquicultura que ainda são novos no Brasil e precisam desenvolver técnicas que garantam a sua produção de forma mais simplificada. A pectinicultura é um deles. Trata-se da criação de pectinídeos (esse nome pode até soar estranho, mas a forma como é chamado popularmente já é bastante conhecida: vieira).
As vieiras são consideradas nobres e têm alto valor agregado. Normalmente, são comercializadas em restaurantes que oferecem iguarias, cujo preço não é assim tão acessível a toda população. Oferece carne rica em nutrientes e de sabor refinado.
Hoje, é prático principalmente em propriedades familiares — e o cultivo é mais presente em litorais de costas específicas, como no caso de Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo. Porém, há potencial para se desenvolver em outros estados.
Da mesma forma como ocorre na criação das ostras, exemplares de vieiras de diferentes portes devem ser separados. Assim, eles contam com espaço suficiente para crescer, bem como oferecem aos produtores um controle de densidade mais preciso para a estocagem.
Algicultura
Algicultura, como o próprio nome já diz, se refere ao cultivo de diversas espécies de algas. Quando estudamos o ecossistema aquático, as algas microscópicas estão presentes no primeiro nível trófico da cadeia alimentar.
Nesse sentido, o objetivo é basicamente comercial e industrial, uma vez que se torna necessária a produção de uma boa quantidade de alimentos para as larvas dos animais aquáticos que são cultivados em laboratório ou em propriedades.
Mitilicultura
A mitilicultura se refere à criação de mexilhões. Um dos destaques para esse tipo de produção, no país, é a possibilidade de ocorrer em qualquer parte da costa brasileira. Afinal, trata-se de um organismo que não tem nenhum tipo de restrição quanto ao clima e à salinidade da água. No entanto, apesar de parecer óbvio, é preciso que se evite ambientes que recebem lançamento de esgotos de centros urbanos, uma vez que esses resíduos provocam a morte dos organismos e prejudicam a atividade.
Esse é um tipo de cultivo que se destaca pelo baixo custo de implantação. Nesse caso, não é preciso comprar as sementes (a forma jovem, da mesma maneira como é chamada a ostra). Eles podem ser encontrados em costões rochosos e capturados por meio de coletores específicos para a prática.
Até mesmo na etapa de engorda, momento em que se aguarda para chegar a um tamanho que pode ser comercializado, não há necessidade de realizar um grande investimento. Outro ponto que deixa a criação mais em conta está relacionado ao fornecimento de ração, que está dispensado.
Carcinicultura
A carcinicultura é um tipo de aquicultura voltado para a criação de camarões em cativeiro, seja em água salgada, seja em água doce. Trata-se de uma atividade em constante expansão no Brasil, sendo uma das mais lucrativas quando há uma análise dos principais cultivos no país. Além disso, destaca-se que, diferente de outros organismos aquáticos, o consumo de camarão no Brasil tem crescido regularmente, o que torna a procura ainda mais acelerada.
Para começar o cultivo, é preciso inicialmente fazer a solicitação do registro de aquicultor junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA). Quem deseja obter uma autorização como essa precisa atender a uma série de exigências, inclusive a de uma licença ambiental que outorga o uso de recursos hídricos.
Normalmente, produtores contratam um profissional capacitado que já está por dentro de todas essas demandas para auxiliar durante esse processo. No site do Sebrae, você tem a oportunidade de acessar todas essas normas que devem ser seguidas.
Malacocultura
No caso da Malacocultura, temos o cultivo de ostras, vieiras e mexilhões. Esses tipos de organismos são conhecidos como bivalves, uma vez que há a presença de duas valvas ou duas conchas. A sua atividade de cultivo, hoje, é conhecida como malacocultura, nome dado à criação generalizada dos bivalves.
Como vimos, cada modalidade conta com um nome diferenciado e cuidados específicos para a criação.
Qual é o panorama da aquicultura no Brasil?
Ao mencionarmos sobre o panorama da aquicultura no Brasil, temos um cenário muito positivo. Para se ter uma ideia, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, hoje, o país registra a 14ª maior produção aquícola mundial. Se pegarmos como base comparativa os anos compreendidos entre 2005 e 2015, o crescimento foi de 123%.
Quando analisamos o cenário como um todo, temos a piscicultura como um dos principais tipos de investimentos. Inclusive, espécies como a tilápia e o tambaqui correspondem a 62% da produção nacional, de acordo com dados do IBGE. Camarão, tambacu, ostras, vieiras e mexilhões vêm logo em seguida.
Deve-se destacar, ainda, que a aquicultura nacional é predominantemente em água doce, com cerca de 200 mil fazendas de peixe. Porém, como comentamos, o consumo de camarão é crescente no país, o que também ressalta esse tipo de produção. Hoje, já são mais de 3 mil fazendas específicas para essa espécie, o que comprova um destaque significativo que não pode ser deixado de lado.
Outro dado interessante é o de que 20% de todo o pescado consumido no Brasil é importado. Dessa forma, pode-se perceber que, mesmo produzindo muito e com milhares de fazendas espalhadas por todo o país, ainda há muito o que se investir.
O que diz a legislação sobre a aquicultura?
Mais acima, mencionamos sobre a legislação em relação a algumas propriedades e tipos de aquicultura. Existe a necessidade de um produtor, assim que decide por qual espécie cultivar, entender as normas vigentes e os principais tópicos da lei, de modo que possa comercializar sua produção legalmente, sem riscos de ser embargado ou de pagar multas.
Para ter o controle dos processos executados no país, o IBAMA é o órgão responsável por toda a regulamentação, trabalhando bastante nesse sentido. Sendo assim, acompanha a movimentação de todo o mercado e também é o responsável por definir quais são as regras e normas a serem seguidas para garantir produtos de qualidade ao mesmo tempo que não haja tantos impactos para o meio ambiente.
Entre os principais pontos previstos para o controle do IBAMA, podemos mencionar:
- quais são os produtos veterinários, farmacêuticos e químicos utilizados nas fazendas de aquicultura pelos produtores;
- qual é a diferença existente entre peixes cultivados e os pescados em ambientes naturais, desde que o objetivo seja a comercialização;
- controle de áreas salinas que são desativas ou de viveiros de piscicultura abandonados;
- controle da importação e exportação de todos os organismos aquáticos cultivados;
- revisão contínua das taxas que os proprietários precisam pagar para manter a produção, bem como entendimento das atuais licenças, entre outros.
Quais são os impactos positivos e negativos da aquicultura?
É importante ter em mente, ainda, quais são os impactos positivos e negativos da aquicultura para o cenário na nacional. Veja!
Impactos positivos
A seguir, selecionamos alguns dos principais. Confira!
Preservação de estoques
O primeiro deles está relacionado à preservação de estoques. Hoje, grande parte do consumo mundial é voltado para os pescados da aquicultura. Ou seja, trata-se de uma prática fundamental para que haja preservação de estoques em diferentes localidades.
Porém, no Brasil, é um cenário que ainda precisa de melhorias. Como vimos, cerca de 20% do que é consumido aqui vem do exterior. Ainda há espaço para expandir essa produção, tendo em vista que a nossa exportação é pequena.
Preservação e conservação de espécies
O IBAMA é um dos principais órgãos regulamentadores do nosso país, cujo objetivo é o de realizar o controle e a preservação de diferentes espécies animais. Para que um produtor possa iniciar o cultivo em fazendas, existe a necessidade de atender a diferentes normas. Esse controle rígido contribui para a preservação e conservação de espécies em extinção, de modo que haja um equilíbrio ambiental.
Geração de emprego e renda
Independentemente de qual seja o cultivo que mencionamos, é um fator importante para a economia em dois sentidos principais: comercialização daquela produção e geração de emprego e renda. A produção é alta, e, dessa forma, mais pessoas podem trabalhar de forma regular e, consequentemente, terem condições de vida melhores.
Impactos negativos
Apesar dos pontos positivos apresentados acima, a aquicultura também pode ocasionar alguns impactos negativos. A seguir, explicamos detalhadamente alguns deles. Acompanhe!
Impactos ambientais
Quanto aos impactos ambientais, podemos ressaltar a acidificação do ambiente aquático. A acidificação ocorre quando existe uma redução do pH da água de oceanos, afetando de forma direta a vida marinha. A aquicultura impacta nesse cenário quando há um aumento de matéria orgânica na água, como dejetos e restos de ração.
Justamente por isso, ao começar o investimento no cultivo de diferentes espécies, é importante estudar formas sustentáveis para produzir com os mais distintos objetivos sem, para isso, ameaçar o ecossistema como um todo.
Porém, deve-se ressaltar que, principalmente com os altos investimentos em tecnologia na aquicultura, esses danos têm se tornado cada vez menores.
Prejuízos ao fundo do oceano
A aquicultura também pode ocasionar em prejuízos ao fundo do oceano. Se existe uma grande concentração de animais em uma pequena área, por exemplo, isso pode ocorrer de maneira mais perceptível. Afinal, pode ocorrer contaminação fecal no local, pois vai conter uma quantidade expressiva de fezes produzidas pelos animais cultivados.
Quais são as principais modalidades de aquicultura no Brasil?
No Brasil, existem algumas das modalidades que são mais vistas. Acima, você pôde entender de maneira detalhada cada uma delas. Porém, nem sempre todas são identificadas com a mesma proporção. Entre aquelas que se destacam, ressaltamos:
- piscicultura;
- carcinicultura;
- ranicultura;
- quelonicultura (criação de tartarugas);
- malacocultura;
- algicultura;
- criação de jacarés.
Além disso, deve-se destacar a diferença existente entre as regiões. Como sabemos, antes de começar a produção de qualquer espécie, algumas variáveis devem ser entendidas por parte dos fazendeiros de aquicultura. Clima e temperatura da água são algumas delas. Enquanto na região nordeste temos águas mornas e quentes, na região sudeste e sul as águas são mais frias, o que resulta em diferenças na criação e nos tipos principais:
- região Nordeste — camarão marinho, tilápia;
- região Norte — tambaqui, pirapitinga;
- região Sudeste — tilápia, pintados e pacu;
- região Sul — carpas, ostras, mexilhões, jundiá.
- região Centro-Oeste — pacu, pintados e tambaqui.
Quais tecnologias e soluções auxiliam na aquicultura?
Outro ponto que é importante termos em mente está relacionado às tecnologias e soluções que auxiliam na aquicultura. Como vimos, o mercado tem se desenvolvido de maneira significativa para proporcionar aos produtores melhores condições para as suas fazendas, ao mesmo tempo que não gere tantos impactos negativos ao meio ambiente.
Quando esse investimento for ainda mais potencializado, inclusive, a aquicultura no Brasil tende a ganhar um destaque muito maior, semelhante ao da avicultura. É o que dizem pesquisadores da Embrapa: se houver aumento da aplicação de recursos, consequentemente vamos elevar o patamar tecnológico que permita tornar esse tipo de cultivo como uma das maiores cadeias de exportação do país.
Temos uma prova disso quando entendemos para onde vai o principal investimento da aquicultura hoje: cultivo de tilápias. Conforme vimos, tem-se essa espécie como uma das principais do Brasil.
Como a Sansuy é parceira desses empreendedores?
Independentemente de qual seja a espécie cultivada, o ideal é que conte com fornecedores de qualidade, com o objetivo de oferecer ao mercado itens de qualidade e que contribuem para o crescimento do segmento no país.
Quando a propriedade conta com parceiros como a Sansuy, alguns ganhos podem ser usufruídos, como o bloqueio de perdas de água por infiltração, possibilidade de utilizar equipamentos em diferentes tipos de criação, além de reduzir o tempo e o custo das produções.
Neste conteúdo, você aprendeu mais a respeito do mercado de aquicultura no país e sobre os diferentes cenários relacionados à criação de peixes, bem como os tipos de peixes mais comuns no panorama nacional.
Como vimos, a escolha de fornecedores e de empresas de qualidade deve ser uma das prioridades para qualquer produtor. Por isso, recomendamos que entre em contato com a Sansuy e conheça um pouco mais sobre nossas soluções!