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Abate humanitário de peixes: veja por que aderir a essa prática

Modificado em: junho 14, 2024

Adotar meios de contribuir para o crescimento saudável dos animais na piscicultura é uma prática bastante comum, mas também é essencial implementar o abate humanitário de peixes. Dessa forma, é possível garantir o bem-estar dos animais durante essa etapa tão crucial.

Como a necessidade de lidar com esse processo de modo cuidadoso é cada vez mais difundida, sem causar estresse desnecessário ou sofrimento, repensar a maneira como encerramos o ciclo de vida dos peixes é muito importante. O abate humanitário é, justamente, a solução para promover um fim de vida digno aos peixes, mantendo a qualidade da carne e atendendo aos princípios éticos.

Neste artigo, vamos explorar o que é o abate humanitário e abordar por que aderir a essa prática é fundamental para a indústria da piscicultura. Boa leitura!

O que é o abate humanitário de peixes?

O conceito de abate humanitário é bastante amplo, envolvendo a adoção de uma série de procedimentos para reduzir ao máximo o estresse e o sofrimento dos animais antes e durante o abate. Ou seja, são processos cujos objetivos abrangem criar, transportar e encerrar a vida desses seres de forma humanitária.

Políticas públicas de boas práticas e bem-estar animal já existem há anos, mas a difusão do conhecimento relacionado aos peixes — que também são animais sencientes, ou seja, capazes de sentir emoções e sensações — é recente. Até poucos anos atrás, não havia orientações a esse respeito, sendo comuns práticas capazes de gerar dor e sofrimento, como a asfixia e a imersão em gelo.

Apenas em 2022 foi lançado o Manual de Abate Humanitário de Peixes, tendo como intuito fomentar a sustentabilidade no desenvolvimento das cadeias produtivas brasileiras. O documento foi produzido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Como funciona o abate humanitário de peixes?

Em criações de piscicultura, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) recomenda três métodos para o abate humanitário: insensibilização por percussão não perfurante, por percussão perfurante ou por choque elétrico. Também é indicada a morte por overdose anestésica, mas esse processo é mais comum para peixes de laboratório.

Todos os procedimentos têm como característica causar a morte imediata do animal, de forma que não passem por qualquer tipo de medo ou dor. Saiba mais sobre cada método, a seguir.

Insensibilização por percussão não perfurante

Consiste em administrar um golpe severo no crânio do peixe usando equipamentos específicos, como uma pistola pneumática. Quando bem aplicado, o processo tem um tempo máximo de 15 segundos entre a retirada da água e a insensibilização.

Para facilitar a execução, uma possibilidade é insensibilizar eletricamente os peixes antes de serem retirados da água, de modo que fiquem inconscientes. A técnica é mais eficiente em animais de maior parte, como carpas e tambaquis.

Insensibilização por percussão perfurante

Nesse tipo de insensibilização, é usada uma faca afiada, uma chave de fenda afiada ou uma ferramenta “iki jime” (tipo de instrumento pontiagudo) para penetrar o cérebro do peixe. O impacto da ponta no crânio causa inconsciência imediata e, em seguida, deve ser feito um método de sangria, como o corte de brânquias ou a decapitação.

O local da cabeça do peixe a ser perfurado depende da espécie. Para a tilápia-do-Nilo, por exemplo, usa-se o acesso lateral, enquanto para o carpa-capim e o bagre brasileiro é necessário usar o acesso dorsal.

Insensibilização elétrica

Conhecida como eletronarcose, a insensibilização elétrica consiste em usar uma corrente elétrica pelo cérebro do peixe para causar um ataque epiléptico, o que o deixa inconsciente e insensível à dor. Quando a corrente flui por tempo suficiente, o peixe morre antes que o cérebro recupere a sensibilidade.

Entre os pontos importantes a serem analisados para executar esse método, estão os parâmetros elétricos de tensão, a frequência e a duração da corrente. Ele também deve ser realizado individualmente, peixe a peixe, além de ser ideal que os animais sejam retirados da água por, no máximo, 15 segundos entre a retirada e a insensibilização.

Qual a importância dessa prática?

Uma vez que são seres sencientes, os peixes sofrem muito no momento do abate caso não sejam adotadas práticas humanitárias. Dessa forma, um abate cuidadoso é imprescindível para garantir o bem-estar animal e evitar que eles sofram durante o processo.

Além disso, o estresse durante o abate pode afetar negativamente a qualidade da carne, tornando-a menos saborosa e mais propensa a danos. Por outro lado, práticas humanitárias resultam em carne de peixe de melhor qualidade, mais fresca e com sabor superior.

Outra vantagem da aplicação desses métodos é o fato de serem mais bem-aceitos pelo público, o que pode impactar diretamente o rendimento. Afinal, os consumidores estão cada vez mais preocupados com o bem-estar animal e a sustentabilidade, e profissionais que conduzem suas atividades de forma ética e humana tendem a se destacar no mercado e agregar diferenciais competitivos.

O que é necessário para tornar o abate de peixes humanitário?

Para implementar esse tipo de técnica em seu cultivo de peixes, há uma série de processos a serem seguidos, tanto no abate quanto no transporte e manuseio dos animais. Confira algumas dicas:

  • durante o transporte dos peixes, verifique qual é o grau de estresse dos animais. No abate, é importante dar preferência àqueles com sinais de baixo grau de sofrimento;
  • faça o descarregamento por meio de uma canaleta ou cano móvel, de modo que não haja alteração no volume de água e os peixes não sejam retirados de seu meio. Além disso, descarregue o mais rápido possível no tanque, evitando que os animais se machuquem ou caiam;
  • faça um monitoramento contínuo para identificar possíveis problemas causados pelo transporte ou descarregamento. Peixes moribundos, doentes ou gravemente feridos devem ser removidos;
  • escolha o tipo de abate mais adequado à sua operação, o que vai depender das ferramentas disponíveis, dos recursos financeiros, da capacitação profissional, entre outros aspectos.

Se você se preocupa com o bem-estar animal e deseja melhorar a qualidade do seu produto final, implementar o abate humanitário é muito importante. Dessa forma, você vai elevar os padrões da sua criação de peixes e contribuir para que o futuro do seu negócio seja reconhecido pela preocupação com a ética e a sustentabilidade.

Gostou de saber mais sobre as melhores práticas para dar um fim digno à vida dos peixes? Caso tenha ficado com alguma dúvida, deixe seu comentário!

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