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Criação de alevinos: cuidados na fase larval e alevinagem

Modificado em: maio 31, 2023

Na criação de alevinos, as fases de pós-eclosão requerem cuidados e técnicas bem específicas para chegar ao produto final.

A piscicultura brasileira vem se desenvolvendo há bastante tempo. Houve a introdução de espécies  exóticas, como a Tilápia, e o desenvolvimento da criação de peixes nacionais, que realizam Piracema, como o Dourado e Tambaqui, ou ainda peixes carnívoros como o Tucunaré. Existem técnicas diferentes de reprodução para as diversas espécies criadas, assim como o manejo para a fase de pós-eclosão e alevinagem.

No decorrer doa anos, a criação de alevinos tornou-se uma atividade interessante, pois há uma demanda de piscicultores que só desejam realizar a fase de desenvolvimento, engorda e comercialização dos pescados. Entretanto, as fases de pós-eclosão são de fundamental importância, requerendo técnicas adequadas para conduzi-las.

Cuidado pós-eclosão

Quando acontecem problemas de eclosão, como ovos gorados, ocorrência de larvas mortas ou excesso de sujidade na água, é importante que a limpeza ocorra no dia seguinte para evitar problemas com o surgimento de bactérias e fungos como o Saprolegnia. Esses fatores provocam diminuição de oxigênio e causa mortalidade das larvas.

Fases do desenvolvimento da larva

Com finalidade prática, são compreendidas 2 fases:

Prematura: Desenvolvem-se paralelamente a boca, o tubo digestivo e as brânquias. Nessa fase, a alimentação é feita por meio do saco vitelino, que é um cuidado maternal indireto. O abastecimento da incubadora com água bem oxigenada é fundamental.

Pós-larva: A bexiga natatória se desenvolve e baixam as reservas do saco vitelino. Nessa fase, a larva já começa a nadar horizontalmente, buscando por alimento. Inicia-se a alimentação dupla. Essa fase pode durar de 4 a 8 dias.

Alimentação das pós-larvas

A maioria das espécies de pós-larva aceitam muito bem o chamado ovo microcapsulado. Seu preparo segue regras, pois a boca das pós-larvas mede de 100 a 300 micras. O único fator negativo dessa alimentação é a falta de vitaminas.

Para pós-larvas de peixes predatórios, como o Dourado, é preciso evitar, ao máximo, o canibalismo. Para isso, é necessário que eles nadem na alimentação. Pode-se servir zooplâncton coletado ou larvas forrageiras, como as de Curimatãs.

Transporte

Ao mudar as pós-larvas da incubadora para os tanques, deve-se concentrá-las em baldes, com espaço e encaixe perfeito no filtro, para evitar que a corrente possa esmagá-las contra o próprio filtro. Essa operação é feita com mangueiras ou sifões. Dentro da propriedade, o transporte é feito com os baldes. Já em transporte a longas distâncias, o processo é feito em sacos plásticos com água supersaturada de oxigênio.

Alimentação dos alevinos

A melhor forma de alimentar os alevinos é fornecendo a eles plânctons, que constituem alimento na forma vegetal, e bentos, que constituem alimento de fonte animal. Para aumentar a produtividade, deve-se sempre fertilizar os tanques e viveiros de forma orgânica e inorgânica.

Preparação de tanques ou viveiros

A primeira providência para receber os alevinos é corrigir o pH da água para 7,0. Para isso, faz-se a aferição e, em seguida, a aplicação de calcário.

Logo após, faz-se a fertilização orgânica e mineral. Primeiro a orgânica, somente na faixa central do tanque, para evitar a mortalidade dos alevinos. Esta é dividida em inicial e de manutenção. As quantidades de fertilização dependerão da fonte de esterco disponível. O segundo passo é aplicar a fertilização inorgânica. Ambas devem ser feitas, com critérios de equilíbrio, para evitar a contaminação e a poluição da água. O nível de fertilidade dos tanques deve ser acompanhado com medições utilizando o Disco de Secchi.

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Predadores e competidores

A fase de alevinos é muito delicada e dura em torno de 3 a 5 semanas. Por isso, é importante a suplementação da alimentação com rações e o cuidado com competidores e predadores. Os principais são: libélulas, baratas d’água, besouros e aves.

Existem recomendações de inseticidas, nos casos dos ataques de insetos, e cuidados a serem tomados em relação a aves e outros.

No caso da criação de alevinos, deve-se observar as populações que serão transferidas aos tanques ou viveiros. Cada espécie segue uma quantidade adequada para se proceder à criação de maneira correta, mas o monocultivo é a preferida. O controle de todo o processo deve ser feito por meio do preenchimento de fichas que acompanham todo o tempo de permanência dos alevinos no ambiente de criação.

Após o encerramento da fase de alevinos, estes serão comercializados e transportados para os criadores finais, que podem ser desde pesque-pagues até propriedades de engorda e venda ao consumidor final. No entanto, é preciso atentar para todas as condições de manejo descritas, os equipamentos básicos, os registros de legalidade da atividade, além de uma assistência técnica competente ao iniciar a criação.

(Fonte: Portal Agropecuário)


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