Países com pouca malha ferroviária, como o Brasil, são mais dependentes do transporte de cargas. Além disso, os eventos que acontecem nacionalmente e mundialmente também geram impactos ao setor, sendo que alguns exemplos são a Copa do Mundo, a guerra na Ucrânia, as eleições presidenciais e a Black Friday.
O ano de 2022 apresentou desafios como mudanças no cenário político do país e uma particularidade, que foi a Black Friday, em paralelo com a Copa do Catar. A consequência disso é uma demanda maior por serviços de transporte, tanto considerando lojas físicas quanto virtuais.
Continue a leitura até o final para conhecer as expectativas do setor para 2023!
Fatores que impactam o setor de transporte de cargas
Em relação às eleições, a escolha de um presidente é algo que impacta diretamente o transporte de cargas. Uma das principais razões disso é que o governante eleito precisa cooperar para o setor se manter competitivo, investindo, por exemplo, em boas estradas e em uma infraestrutura capaz de dar fluidez ao tráfego dos diversos tipos de mercadorias.
Os impostos praticados pelo governo no diesel também afetam o setor, bem como as alterações em tabelas de frete. Podemos, ainda, citar a questão dos direitos e das condições de trabalho dos motoristas, outro aspecto que as eleições podem alterar ou manter do jeito que está. Em resumo, há uma busca incessante por maiores lucros e economia no transporte de carga.
Com o crescimento explosivo do e-commerce nos últimos anos, a procura por transporte não só aqueceu o setor, como fez ele começar a adentrar na transformação digital.
Em outras palavras, os setores de transporte e logística precisaram se modernizar cada vez mais, pelo uso de softwares de gestão integrada. Esses são capazes de entregar dados em tempo hábil, promovendo a melhoria contínua das operações. O transporte de cargas perigosas, por exemplo, requer medidas adicionais de segurança, sendo que a modernização auxilia muito nesse sentido.
Consumo e desemprego
Além da relação direta entre consumo e desemprego, esses fatores também impactam o transporte de cargas. Na prática, um indivíduo tende a consumir mais quando está empregado, e retrai um pouco o seu consumo quando está desempregado.
Felizmente, os números são animadores nesse sentido, visto que o percentual de desempregados caiu de 11,1% para 9,3%, no segundo trimestre de 2022, que vai de abril a junho.
Obviamente, com ou sem emprego, as pessoas não vão deixar de comprar itens básicos, como arroz e produtos de higiene. Contudo, produtos de segunda necessidade passam a ser adquiridos com mais frequência entre os empregados, o que também impulsiona o setor de transporte.
Desempenho do setor em 2022
De janeiro a março de 2022, foram movimentados 18 bilhões de reais, referentes a fretes. Esse e vários outros dados contidos neste texto podem ser conferidos no Relatório Transporte Rodoviário de Cargas, que está um sua 7ª edição, e é feito pela Fretebras.
Um dos pontos que merecem destaque é o aumento na procura pelo chamado frete por aplicativo. Trata-se de plataformas que conectam embarcadores — pessoas ou empresas que solicitam o transporte da carga — e transportador, que pode ser um motorista autônomo ou uma empresa.
Na comparação com o mesmo período de 2021, o aumento na procura por frete foi de 38,6%. Isso reforça que o setor de transporte, assim como vários outros segmentos, começam a entrar e ganhar espaço na transformação digital.
Minas Gerais foi o estado que mais contratou fretes por aplicativo no primeiro trimestre de 2022, correspondendo a 16,7%. Isso fez ele subir posições, até ficar em segundo lugar no ranking nacional, perdendo apenas para São Paulo.
Materiais de construção foram os mais transportados entre janeiro e março de 2022. O cimento foi o item com maior movimentação, correspondendo a quase 80% do total do primeiro trimestre.
Crescimento do agronegócio
Ainda considerando o primeiro trimestre de 2022, o volume de insumos do agronegócio transportados foi de quase 25%. Nesse sentido, os fertilizantes se destacaram, pois tiveram um aumento no frete de 79%, na comparação com o mesmo período de 2021.
Dados sobre a transformação digital do setor
A conectividade é um aspecto bastante percebido, tanto por caminhoneiros autônomos quanto transportadoras, sendo que na plataforma da Fretebras, por exemplo, existem quase 700 mil contas cadastradas. Na prática, para algumas empresas, sai mais em conta terceirizar o transporte do que ela mesma ter de arcar com o caminhão, sua manutenção e os salários dos caminhoneiros.
A transformação digital no transporte de cargas se tornou ainda mais necessária, em virtude da guerra na Ucrânia no primeiro trimestre de 2022. Como se sabe, eventos geopolíticos, mesmo acontecendo em outro continente, impactam o mundo todo, inclusive, a cadeia de suprimentos.
Também não podemos deixar de falar que a pandemia foi abrandada no início do ano, ajudando o setor a se desenvolver. Conforme dito, a transformação digital também tem um papel fundamental na redução de riscos no transporte de cargas.
Expectativas do setor de transporte de cargas para 2023
Setores como a construção civil, o agronegócio, a mineração e o e-commerce deixam as perspectivas animadoras sobre o transporte de cargas. Outro motivo para que as projeções do segmento sejam positivas é que, recentemente, o Ministério da Economia apresentou uma estimativa de crescimento do PIB entre 1,4% e 2,9% para 2023.
Obviamente, nem sempre é possível ter precisão, de modo que o risco de uma crise no transporte de carga nunca deve ser descartado. Contudo, o cenário aponta o oposto, mostrando que quem participa do setor tende a sair ganhando em 2023.
Um dado que pode frear um pouco o crescimento do setor é a taxa de juros alta, que impacta também a inflação. Essa relação existe porque os juros maiores acabam embutidos nos preços de todas as mercadorias, reduzindo o poder de compra da população e, por consequência, o seu consumo.
O transporte de cargas, como vimos, apresenta boas perspectivas para 2023, sendo de suma importância no âmbito nacional e mundial. Além disso, o setor apresentou uma recuperação pós-pandemia, impulsionado por alguns segmentos que têm demandado bastante esse serviço. Não podemos nos esquecer de que o Brasil é muito dependente do modal rodoviário, e que para operar bem, é preciso ter estradas e veículos em boas condições.
Aproveite a visita ao nosso blog e saiba quais os tipos de caminhões existentes e usados no transporte de cargas!