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Saúde dos peixes: ferramenta auxilia piscicultores no monitoramento

Modificado em: novembro 7, 2023

Equipe disponibiliza noções sobre parasitoses, monitoramento e prevenção de doenças, além do auxílio na produção com qualidade.

Uma equipe multidisciplinar disponibilizou noções sobre parasitoses, monitoramento e prevenção de doenças de peixes, inclusive com uma ferramenta para prevenir doenças, mortalidade e auxiliar na produção com qualidade. O monitoramento deve auxiliar o técnico ou o piscicultor a acompanhar a saúde dos peixes e a tomar decisões relacionadas ao manejo sanitário.

Conforme Márcia Ishikawa pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente, de Jaguariúna (SP), e uma das autoras do estudo, “os peixes cultivados podem apresentar uma fauna parasitária considerável nas brânquias e muco e não manifestar qualquer sintoma clinico de doenças, mas que podem ser importantes como indicador sobre a qualidade do manejo sanitário ou mesmo da sua saúde. São produzidos em um ambiente cuja visualização de qualquer alteração no comportamento ou sintoma pode ser observada ou não. Por isso importante padronizar metodologias que facilitem esse monitoramento”.

Número eficaz

Para obtenção da amostragem não é necessário fazer a despesca total ou capturar uma amostra muito grande de exemplares — pode ser de três a cinco peixes, de acordo com o tamanho deles e do tanque/viveiro. Quando os peixes tiverem aproximadamente 60g, utiliza-se uma amostragem de cinco animais por tanque/viveiro ou lago; quando tiverem acima desse peso, utiliza-se uma amostragem de 3 animais por tanque/viveiro.

Devem ser acondicionados vivos, em sacos plásticos próprios para transporte, com água do local e levados imediatamente ao laboratório para as análises parasitológicas. Obtém-se o muco dos peixes método de raspagem, ou seja, realizar raspado por toda a superfície do corpo do peixe, utilizando uma lâmina de microscopia. Após a coleta de todos os peixes do mesmo tanque, o material pode ser examinado em microscopia óptica. Em seguida, realiza-se a anestesia dos peixes e só depois a biometria de cada animal. Fragmentos de brânquias devem ser colocados individualmente em uma lâmina para microscopia, ou seja, uma lamina por peixe. Durante exames de rotina, este procedimento pode ser realizado com mais agilidade. Pode-se conter o peixe com ajuda de um pano úmido e fazer a coleta do muco em um frasco, ou realizar apenas o esfregaço do muco em uma lâmina, e em seguida, com muito cuidado, realizar outro esfregaço da brânquia e levar o material imediatamente para exame em microscopia óptica, sem precisar eutanasiá-lo. Neste caso, ele pode ser devolvido ao tanque. Todavia, este procedimento com peixes muito pequenos dificulta o acesso às brânquias, sendo necessário utilizar anestésicos e a eutanásia.

Como interpretar os resultados

O exame diretamente a fresco em microscopia de luz comum é mais fácil de ser realizado, pois a maioria dos parasitos apresentam movimentos característicos que auxiliam a sua visualização. No entanto, e necessário um microscópio instalado próximo do local da coleta.

Para interpretar esses exames, é necessário treinamento para identificação básica dos principais parasitos que podem ser encontrados nas brânquias e muco dos peixes. Em algumas regiões do Brasil, Monogenoidea e tricodinídeos têm sido os ectoparasitos mais observados. Representam potencial de patogenicidade quando ocorre um desequilíbrio na relação ambiente-hospedeiro-parasito.

No entanto, estes mesmos parasitos podem ser caracterizados como indicadores de qualidade do ambiente de cultivo, pois a sua presença em diferentes intensidades e diversidades podem ser decorrentes da qualidade do ambiente, ou mesmo da saúde do peixe, sendo possível fazer a relação entre estes.

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